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Americana

Investigação sobre Juninho Dias traz nenhum risco à candidatura do vereador, diz especialista

Possibilidade de inelegibilidade só existe em caso de condenação em segunda instância, segundo representante da OAB

Por Rodrigo Alonso e Gabriel Pitor

01 de setembro de 2024, às 08h26 • Última atualização em 01 de setembro de 2024, às 09h15

O imbróglio policial envolvendo o vereador Juninho Dias (PSD), de Americana, traz nenhum risco para sua candidatura à reeleição. O apontamento foi feito pelo advogado Valdemir Reis Júnior, presidente da Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Campinas.

Segundo ele, a possibilidade de inelegibilidade só existe em caso de condenação em segunda instância, situação impossível de acontecer ainda neste ano.

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“E a inelegibilidade nesse caso é para depois do cumprimento da pena. Então, nesse caso, não vai ter nenhum tipo de consequência para este ano”, diz Reis Júnior.

Juninho é investigado por tentativa de homicídio. Ele se envolveu em uma confusão na noite desta quinta-feira, no bairro Jardim da Mata, em que chegou a fazer disparos com arma de fogo. O vereador admite os tiros, mas ressalta que foram para o alto e argumenta que estava defendendo o pai de uma agressão.

Vídeo que circula nas redes sociais mostra momento de confusão envolvendo Juninho Dias – Foto: Reprodução/Redes sociais

A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana solicitou a prisão temporária do vereador e, apesar da concordância do Ministério Público local, a Justiça negou o pedido. O juiz Wendell Lopes Barbosa de Souza, da Vara do Júri, entendeu que há necessidade de mais elementos para uma eventual detenção.

Trâmites

De acordo com Reis Júnior, agora há todo um trâmite a ser seguido, partindo da investigação que será realizada pela Polícia Civil. Depois, o caso é repassado para o Ministério Público, que decide se formaliza uma denúncia ou não.

“Só depois de feita a denúncia, vira um processo criminal. Se isso se tornar um processo criminal, vai ter julgamento em primeira instância. Se houver condenação e isso for objeto de recurso, isso iria para segunda instância, para o Tribunal de Justiça de São Paulo. E só lá, depois do julgamento do Tribunal de Justiça de São Paulo, se houver condenação ele ficaria inelegível”, afirma.

Um Range Rover Evoque foi apreendido na casa de Juninho – Foto: Liberal

Apesar de legalmente não haver impactos à candidatura, a defesa de Juninho já citou que existe um prejuízo à imagem do vereador. “As coisas não aconteceram como vêm sendo veiculado, o que traz prejuízos para a veracidade do processo e para a candidatura de Juninho”, disse na última sexta, ao LIBERAL.

Briga e tiros

A confusão ocorreu por volta de 18h30, na Rua dos Pinhais, próximo ao ecoponto do bairro. Segundo o LIBERAL apurou, pessoas que faziam campanha para Juninho – que foi o candidato mais votado das eleições de 2020 e disputa a reeleição – não teriam gostado de uma fala feita por um homem no local. Teve início, então, uma briga entre os envolvidos – um deles, o pai do vereador, que é idoso.

Em meio à confusão, Juninho chegou ao local em um carro branco, desceu do veículo, se envolveu na briga e fez disparos. Depois, deixou o endereço. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento do disparo.

O LIBERAL esteve no local após o ocorrido e chegou a ouvir os homens que teriam hostilizado e se envolvido na confusão com a equipe de Juninho. Um deles afirmou que disse que “a maioria dos vereadores é pilantra”, o que deu início à confusão.

Em versões apuradas pela reportagem também, há informação de que Juninho teria feitos os disparos e dado golpes com coronhadas nos homens. Em outra versão, Juninho teria feito apenas os disparos.

Mais votado em 2020

Juninho Dias, de 36 anos, foi o candidato mais votado para a Câmara de Americana nas eleições de 2020. Na época, filiado ao MDB, ele teve 3.998 votos, mais do que o dobro do segundo mais votado. Em abril, ele migrou para o PSD.

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