O pedreiro Aparecido Vieira, de 57 anos, que estava internado no pronto-socorro Edison Mano, em Santa Bárbara d’Oeste, morreu na tarde desta quarta-feira (17) com o novo coronavírus (Covid-19).

Ele esperava uma vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) desde sexta-feira (12). Um leito foi disponibilizado na madrugada desta quarta no Hospital Estadual Sumaré, mas ele não pôde ser transferido, pois houve piora em seu quadro.

Para sua filha, a biomédica Andreza Cristina Vieira, de 33 anos, a morte do pai foi “negligência”.

“A pressão zerou, ele piorou e não conseguiu ser transferido de uma cama para outra, para ir na UTI móvel”, disse ao LIBERAL na manhã desta quarta-feira, antes do falecimento.

Aparecido deu entrada no PS Edison Mano com 80% dos pulmões comprometidos. No dia seguinte recebeu o diagnóstico positivo para o coronavírus. Ele apresentava um quadro de insuficiência respiratória devido ao vírus e insuficiência renal.

O paciente foi inserido no sistema da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), do Estado, à espera de uma vaga. Aparecido era diabético, uma comorbidade para Covid-19.

Sistema sobrecarregado em Santa Bárbara
O LIBERAL mostrou na semana passada que todos os leitos de UTI do Hospital Santa Bárbara estão ocupados, incluindo os cinco exclusivos para coronavírus

A prefeitura disse na noite de terça-feira (16) que cinco novos leitos de UTI para Covid-19 seriam disponibilizados no hospital entre esta quarta e quinta-feira (18).

A ampliação foi possível depois que a câmara aprovou alteração no convênio que a prefeitura mantém com o Hospital Santa Bárbara, permitindo o repasse para a entidade de recursos financeiros do Fundo Municipal de Saúde e também do Ministério da Saúde.

Podcast Além da Capa
A pandemia do novo coronavírus completa três meses com a certeza de representar o maior desafio da carreira de gestores públicos em saúde, como é o caso dos secretários que atuam em cidades da região. Nesse episódio, o editor Bruno Moreira conversa com os responsáveis pelas pastas em Americana, Santa Bárbara e Nova Odessa sobre a experiência forjada pela crise.