A Sancetur, concessionária que opera o transporte público de Americana, disse à prefeitura que o número de ônibus em circulação é suficiente para a atual demanda de passageiros, que ainda não se regularizou em relação ao período pré-pandemia da Covid-19.

A administração, por sua vez, afirmou que não concorda com o apontamento da empresa. Disse que analisa o impacto dos veículos recentemente inseridos para indicar os pontos e horários em que ainda há alta demanda de passageiros, para que a concessionária amplie o número de veículos nesses locais e, gradativamente, toda a frota seja restabelecida.

Na última sexta-feira, o prefeito Chico Sardelli (PV) afirmou em entrevista ao LIBERAL que se até terça-feira a Sancetur não aumentasse a frota de ônibus, notificaria a empresa pela segunda vez para que cumpra o contrato.

O imbróglio envolvendo a concessionária se arrasta desde 18 de agosto, quando a administração municipal anunciou que estava em tratativas com a empresa para colocar mais 20 ônibus nas ruas na semana seguinte, aumentando a frota de 39 veículos.

Quase um mês depois do anúncio, usuários do transporte público entraram em contato com a reportagem e relataram que nada havia mudado, que os ônibus continuavam demorando para passar e, quando passavam, estavam superlotados.

No dia 14 de setembro, a prefeitura notificou a empresa para que ampliasse a frota. Uma semana depois, a concessionária colocou mais sete ônibus nas ruas, aumentando o total de veículos em operação para 46.

Pelo contrato de concessão do transporte público assinado em março com a prefeitura, a Sancetur tem que manter em operação 65 ônibus. O convênio tem validade de 15 anos com valor estimado em R$ 511 milhões.

O LIBERAL tenta contato com o dono da Sancetur, o empresário Marco Chedid, desde 13 de setembro. A reportagem já ligou para três números de celulares, dois fixos, enviou mensagem via WhatsApp e dois e-mails para o departamento jurídico da empresa, porém, não obteve retorno.