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ALÉM DO ESPECTRO

O autismo entre os adultos: como lidar com o diagnóstico considerado tardio

Conscientização sobre a condição, especialmente quando ela envolve os filhos, tem sido importante para diagnósticos entre os mais velhos

Por Ana Carolina Leal

02 de abril de 2024, às 08h14 • Última atualização em 02 de abril de 2024, às 10h14

Por se tratar de um transtorno do neurodesenvolvimento, as manifestações clínicas do autismo ocorrem no início do desenvolvimento, entre 1 ano e 2 anos de idade. Porém, o diagnóstico tardio tem sido frequente atualmente, afirma Marly Fernandes, professora do curso de psicologia da PUC-Campinas.

“Provavelmente, a participação no processo de diagnóstico do filho contribui para um maior conhecimento sobre o autismo, favorecendo a identificação dos sintomas em si mesmo ou ajudando a explicar as dificuldades que já estavam presentes anteriormente”, comenta Marly.

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Comprador em uma multinacional há 20 anos, Lucas Carvalho, de 40 anos, descobriu em agosto do ano passado que tem autismo nível 1. Moradores de Nova Odessa, ele e a mulher, a recepcionista Breila Alves, de 33 anos, têm um filho de 5 anos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) nível 2.

“Ele tinha alguns vestígios e quando procuramos um profissional para falar sobre nosso filho, o Lucas se identificou com os sinais, principalmente, quando o terapeuta disse que era autista e contou quais comportamentos tinha na infância e adolescência”, recorda Breila.

Ao lado da esposa Breila, Lucas, de 40 anos, que descobriu TEA em agosto do ano passado – Foto: Claudeci Junior/Liberal

Segundo Lucas, era como se o profissional estivesse o descrevendo. “A partir do momento que ele começou a falar da vida dele e deu exemplos de como era na adolescência, fui me identificando, era como se estivesse falando para mim”.

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Lucas conta que sempre se incomodou com interação social. “Não fico em lugares com muita gente, mesmo se for em casa de parentes. Saber que tenho autismo não mudou minha vida, mas me ajudou a compreender muitos comportamentos da infância e adolescência, como querer ficar sempre em casa e ler os mesmos gibis”, comentou Lucas, que também tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e faz acompanhamento com psicólogo.

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De acordo com Marly, o desafio com relação ao diagnóstico em adultos é que podem ter ocorrido uma atenuação dos prejuízos ao longo do desenvolvimento, a pessoa pode ter encontrado formas de compensar as dificuldades ou também podem ter surgido outras comorbidades.

“Neste caso, contar com uma equipe multiprofissional para realizar um diagnóstico diferencial é fundamental”, destaca.

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