Confusão em Roma
‘Ficamos surpresos’, diz advogado de família de Santa Bárbara indiciada por ofender Moraes
Ralph Tórtima Filho diz que reabertura do caso causou estranheza, pois não é comum ter dois relatórios de um mesmo inquérito
Por Agência Estado
04 de junho de 2024, às 19h44 • Última atualização em 04 de junho de 2024, às 21h52
Link da matéria: https://liberal.com.br/cidades/s-barbara/ficamos-surpresos-diz-advogado-de-familia-indiciada-por-ofender-moraes-no-aeroporto-de-roma-2187023/
O advogado Ralph Tórtima Filho, que defende empresário Roberto Mantovani, a mulher dele, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta, moradores de Santa Bárbara d’Oeste, acusados de hostilidades contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, afirmou que tanto os clientes quanto a defesa se surpreenderam com o novo relatório aberto pela PF (Polícia Federal) sobre o caso.
Segundo o jurista, a reabertura do caso causou estranheza, visto que não é comum que sejam feitos dois relatórios para um mesmo inquérito.
![](https://liberal.com.br/wp-content/uploads/2024/02/Depoimento-dos-Mantovani-na-PF-de-Piracicaba-Ralph-Tortima-advogado-da-famila-27.jpg)
Tórtima também afirma que o novo relatório com o indiciamento dos acusados é excessivamente opinativo. “A valoração das provas não cabe ao policial, e, sim, ao juiz”, afirmou.
O delegado da PF que estava tocando o caso e é responsável pela nova redação é Thiago Severo de Rezende, que foi nomeado para um cargo em uma missão de dois anos em Haia, na Holanda.
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Antes que Rezende assumisse o caso, o delegado da PF que tocava as investigações era Hiroshi de Araújo Sakaki. Após meses de inquérito, Sakaki decidiu não indiciar nem o empresário Roberto Mantovani Filho, 71 anos, nem seus familiares.
Segundo a PF, as razões eram a instrução normativa nº 255, que proíbe a PF de indicar crimes de menor potencial ofensivo, como a injúria. Além disso, é necessário que o crime esteja incluído no rol de contravenções passíveis de extradição para que se aplique da legislação brasileira em casos que ocorreram no exterior. A injúria não está na lista.
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Após a finalização das investigações, o caso foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu que Mantovani fosse ouvido novamente. A defesa do empresário pediu que, antes da nova oitiva, os advogados tivessem acesso aos vídeos do aeroporto de Roma e aos conteúdos extraídos do celular de Mantovani. Segundo Tórtima, as provas não foram anexadas aos autos do processo.
Em vez disso, diz o advogado, escolheu-se abrir um novo relatório – que é uma prática incomum, nas palavras dele – repleto de juízos de valor sobre as imagens. Além disso, não há novidade em relação ao relatório anterior. “Não há nenhuma prova nova, nenhum depoimento novo nem nenhum indício novo. A única coisa nova é o delegado”, afirmou ao Estadão.
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