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RESPOSTA

Policial que segurou advogado pelo cinto em Americana diz que ação da PM foi legítima

Sargento divulgou nota neste sábado sobre a ocorrência; OAB vê "viés racista" em abordagem

Por Ana Carolina Leal

03 de dezembro de 2023, às 08h19 • Última atualização em 03 de dezembro de 2023, às 08h21

Policial militar segurou o advogado João Guedes pelo cinto durante abordagem - Foto: Reprodução/Redes sociais

O sargento Thiago Bejas, da Polícia Militar em Americana, que aparece segurando o advogado João Guedes pelo cinto durante uma manifestação de funcionários de uma metalúrgica, no último dia 16 de novembro, afirmou, em nota enviada à imprensa neste sábado (2), que a ação da corporação – considerada de “viés racista” pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) – foi legítima.

Na declaração, o policial diz que a intervenção ocorreu devido a um grupo de manifestantes que bloqueava a entrada de trabalhadores não alinhados a uma tentativa de início de greve.

Ele disse ter identificado um “manifestante ativo”, posteriormente confirmado como o advogado João Guedes, e alegou que o sindicato excedeu o direito à manifestação, impedindo a entrada de trabalhadores que não queriam aderir à paralisação.

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“Foi constatado por nós, agentes do estado, que as partes que representavam o sindicato excediam em seu direito à manifestação impedindo trabalhadores de levarem o sustento para sua família. Dessa forma, fomos obrigados por lei a fazer cessar a irregularidade e realizar o devido registro em boletim de ocorrência”, destacou o sargento em nota.

Questionado pelo LIBERAL sobre o motivo de segurar o advogado pelo cinto, o sargento preferiu não se manifestar além do que foi mencionado na nota.

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A manifestação do policial acontece depois que a OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) realizou um ato de solidariedade a João Guedes na última quinta-feira (30) na Casa do Advogado de Sumaré.

O advogado João Guedes faz gesto do punho cerrado, símbolo da luta antirracista, durante ato de solidariedade da OAB em Sumaré – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

O manifesto teve o apoio da subseção de Americana. A ordem considerou com “viés racista” a abordagem ao advogado, que é negro.

A Polícia Civil também vai ouvir testemunhas e analisar imagens que foram gravadas para depois definir o caminho da apuração. O caso segue em investigação pelo 4º DP (Distrito Policial).

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O episódio, registrado e amplamente divulgado nas redes sociais, mostra o sargento segurando o advogado pelo cinto, declarando a intenção de levá-lo à delegacia. A discussão se estende por pelo menos três minutos, enquanto o advogado exibe sua carteira da OAB e questiona os agentes.

O advogado representava o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região durante uma assembleia de trabalhadores em frente a uma metalúrgica no bairro Vila Dainese, em Americana. O sargento reforçou seu compromisso em agir dentro dos limites legais e respeitar o juramento feito como policial militar.

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