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HM de Americana

Familiares de vítima de engavetamento na SP-304 relatam erros médicos

Gesso em perna errada e medicamentos não recomendados estão entre os erros apontados pela família de Sônia Pereira dos Santos, de 55 anos

Por Maria Eduarda Gazzetta

13 de agosto de 2021, às 19h10 • Última atualização em 13 de agosto de 2021, às 19h14

Familiares de Sônia Pereira dos Santos, de 55 anos, uma das vítimas do engavetamento que aconteceu na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), em julho, relatam que ela sofreu erros médicos durante os 20 dias em que ficou internada no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, em Americana.

Sônia era quem dirigia um Gol, que foi destruído no acidente, que aconteceu no dia 14 de julho. Ela estava junto de Dulcelina da Silva, de 57 anos, avó de Nicollas José Lascovich de Rezende, de 7 anos, que está internado no Hospital Santa Tereza, em Campinas.

Acidente na SP-304 aconteceu no último dia 14 de julho – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal_14.07.2021

Filho de Sônia, Ronaldo Roberto Albaneze contou ao LIBERAL que, durante o período em que a mãe ficou internada no HM, o médico responsável engessou o pé que não estava fraturado. “Eles engessaram o pé esquerdo da minha mãe, mas na verdade, era o direito. Só foram descobrir isso depois de 14 dias que já tinham engessado o pé errado”, relatou. Ronaldo ainda disse que, durante esse período, a mãe não conseguia ficar em pé.

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“Depois que viram que era o pé direito, colocaram aquelas botinhas. Então, foram levá-la para uma cirurgia para colocar platina no pé quebrado. Eu tive que discutir com o médico”, disse Ronaldo.

A sobrinha de Sônia, Roselaine Maria Lascovich de Rezende, disse que apesar de receber alta médica no dia 4 de agosto, a tia apresentou complicações dois dias após chegar em casa e precisou ser encaminhada ao Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas.

“Minha tia faz tratamento de câncer e, mesmo meu primo informando esse dado aos médicos, eles passaram medicamentos que ela não poderia tomar. Dessa forma, ela começou a urinar sangue. Descobriram que eram os remédios que estavam provocando isso”, comentou. Sônia está internada no hospital desde a última terça-feira (10).

Ainda durante o período que Sônia ficou internada, a sobrinha relata que a tia saiu para realizar exames e, quando retornou ao quarto, havia um outro paciente em sua cama. “Ela precisou ficar dois dias, naquele frio, dormindo no corredor do hospital. Precisamos brigar para ela ser realocada na emergência”, contou.

“Eu estou indignada com o atendimento do hospital, está uma vergonha. Minha tia voltou para casa ainda com ferimentos que precisariam ser tratados no hospital, ela teve AVC também. Os médicos não passam o boletim da melhor forma, ninguém tem paciência com os pacientes. Só quero que a prefeitura zele melhor pela saúde do povo”, concluiu ela.

O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Americana foi questionada sobre as reclamações e informou que, com relação à situação clínica da paciente, bem como os medicamentos administrados, o médico ortopedista que a assistiu poderia esclarecer os fatos, porém, isso deverá ocorrer na segunda-feira (16), dada a ausência do profissional por motivo pessoal.

Em relação à permanência em maca, o HM informou que “isso não procede, pois, ao retornar de uma ressonância, a paciente teve o quarto substituído, isto feito a pedido do filho, para que ela ficasse junto com a outra vítima do acidente”, finalizou a administração municipal.

Alta do hospital
Dulcelina da Silva, de 57 anos, outra vítima do engavetamento, recebeu alta na noite desta terça-feira, após permanecer internada por 26 dias, também no Hospital Municipal.

Dulcelina da Silva, de 57 anos, outra vítima do engavetamento, recebeu alta na noite desta terça-feira (10); ela teria ficado sem tomar banho por dois dias – Foto: Arquivo pessoal

De acordo com a filha, Waleria Maria, a mãe ficou internada 19 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do HM, em coma, causado por um traumatismo craniano. “Depois ela ficou uma semana no quarto e teve alta. Ela está melhor estando em casa”, comentou.

A outra filha, Roselaine Maria Lascovich de Rezende informou que o período em que a mãe permaneceu internada, ela ficou dois dias sem tomar banho. “Meu pai foi questionar e eles disseram que era preciso ter calma e aguardar, porque tinha falta de pessoal para trabalhar”, relatou.

Os familiares explicaram que, por conta do coma, Dulcelina foi entubada e, depois, precisou passar por uma traqueostomia. “Ela está na alimentação mais pastosa e consegue falar um pouco. Agora estamos aguardando o hospital entrar em contato comigo para marcar fisioterapia e neuro para o tratamento dela”, comentou Waleria.

A Prefeitura de Americana informou que a paciente tomou um banho na noite do dia 2 de agosto e foi encaminhada à cirurgia. No dia seguinte ela não tomou banho por orientação médica, pois ser uma medida adotada no pós-cirúrgico. “No dia 4 ela tomou banho de manhã normalmente e, assim como o restante dos dias, com exceção do dia 26 de julho, em que a paciente se recusou tomar banho, conforme consta anotado em relatório da equipe de enfermagem”, disse a prefeitura em nota.  

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