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Americana

Falta d’água deve melhorar só na próxima semana, diz DAE

Após reclamações mostradas pelo LIBERAL, diretor volta a falar em alto consumo e obras como causas

Por Heitor Carvalho

18 de setembro de 2020, às 19h05 • Última atualização em 19 de setembro de 2020, às 10h27

A falta d’água em Americana só deve melhorar na próxima semana. A previsão é do superintendente do DAE (Departamento de Água e Esgoto), Carlos Cesar Gimenez Zappia, que fez uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (18), após reclamações de moradores de bairros diversos da cidade.

Durante a manhã de hoje, o LIBERAL apurou que o desabastecimento afetava mais de 20 bairros. O problema já havia sido tema de reportagem na terça-feira.

Na coletiva, Zappia afirmou esperar que a situação melhore com a queda de temperaturas e as chuvas previstas para o início da próxima semana.

Carlos Cesar Gimenez Zappia promoveu uma coletiva para explicar desabastecimento na cidade – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

O superintendente explicou que uma junção entre o calor atipicamente alto nesse final de inverno, época caracterizada pelo tempo seco, e as várias obras que autarquia realiza no sistema para sanar os problemas de abastecimento, causou a falta d’água generalizada.

Americana tem autorização do governo paulista para captar 1.050 litros de água por segundo do Rio Piracicaba, o que seria suficiente para atender uma população de 350 mil habitantes em um cenário normal.

Com o período de estiagem e as altas temperaturas, a capacidade de produção da autarquia, que é de 80 a 85 milhões de litros de água por dia, foi superada pelo consumo elevado registrado nas últimas semanas, que chegou a 110 milhões de litros por dia, segundo Zappia.

“Americana já tem um consumo de água mais elevado, aliado a outras questões como ar mais seco e chuvas menos frequentes em relação a outras cidades da região. Mas as temperaturas altíssimas dos últimos dias causaram um aumento de consumo assustador. Estamos enviando 30% a mais de água, ou 1.300 litros por segundo”, disse Zappia.

Outro fator mencionado foi a vazão do Rio Piracicaba, que está 20% menor que o normal. A captação de água só é possível nessas condições por conta do novo sistema de barramento de alçamento de nível do rio, inaugurado no início de julho.

O superintendente diz que as obras que o departamento tem realizado na rede para melhorar o sistema e assegurar o abastecimento de água na cidade também estão contribuindo para os problemas.

“Estamos melhorando as condições estruturais da cidade, o que nos força a interromper ou a captação ou a distribuição de água. Cada vez que um novo reservatório é interligado, o abastecimento tem que parar”, explicou.

A capacidade de armazenamento nas 14 unidades de reservação da cidade é de 27 milhões de litros de água. As obras de captação e de reforma dos reservatórios devem ser concluídas até novembro. Mas ainda será preciso trocar adutoras e aumentar a capacidade do reservatório “pulmão” para 10 milhões de litros.

Segundo Zappia, a pandemia também impossibilitou que o DAE fizesse campanhas de uso consciente de água.

“Não pudemos transmitir (informação) de forma direta. O que mais funciona é o olho no olho e nós perdemos isso desde março, o que foi um grande retrocesso na educação hidráulica”, afirmou.

ECONOMIA
Apesar da queda nas temperaturas, o consumo na cidade permanece alto, sendo que as regiões mais elevadas só são abastecidas de madrugada. Por conta disso, o superintendente pediu a colaboração da população.

“Vamos deixar de limpar quintal e calçada, pelo menos durante esse período, para que a gente possa distribuir a água de maneira mais igualitária”, cobrou. “Peço paciência porque a gente está tentando corrigir o que ficou abandonado por décadas”.

O desabastecimento tem afetado bairros populosos como Zanaga, Cidade Jardim, Frezzarim, Jardim Ipiranga, Residencial Jaguari e Parque Novo Mundo.

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