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Reciclagem

Cooperlírios recebe mais recicláveis, mas faturamento não segue crescimento

Cooperativa de reciclagem recebeu mais de 70 toneladas de materiais em abril, porém, preço e interrupções atrapalham

Por Isabela Hollouka

06 de maio de 2020, às 08h58 • Última atualização em 06 de maio de 2020, às 08h59

Cooperlírios recebe em média 50 toneladas de materiais, e funcionários dependem do trabalho para sobreviver - Foto: João Carlos Nascimento - O Liberal.JPG

Em abril, a Cooperlírios, Cooperativa de Reciclagem em Americana, recebeu mais de 70 toneladas de materiais reutilizáveis e recicláveis, o que representa aumento de 40% em relação à quantidade que está acostumada a receber. No entanto, a administração da entidade nega um aumento no faturamento, devido à queda de preço e até interrupção na venda de alguns materiais.

O assessor administrativo da cooperativa, Daniel Cavalcante, explica que a média em um mês comum é de 50 toneladas de materiais. Apesar do aumento, ele diz que alguns recicladores diminuíram o ritmo e com isso também diminuem os valores na destinação de materiais. Por isso o aumento no trabalho não é necessariamente refletido no ganho dos cooperados.

Segundo a presidente, Sheila Patrícia Fernandes, foi nítido o aumento na quantidade de materiais que passaram pela triagem da cooperativa e aqueles cuja venda não pode ser feita ou não compensa neste momento são estocados. “Se ficasse assim seria bom, poderia dar mais renda para o pessoal”, comentou.

“É nítido o aumento na quantidade de materiais que passam pela triagem”, afirma Sheila Fernandes, Presidente da Cooperlírios – Foto:

De acordo com ela, neste mês de maio a cooperativa tem capacidade para receber 10 novos cooperados. “Conseguimos reciclar cada vez mais e dar mais trabalho para as pessoas”, afirmou.

O secretário da Cooperlírios, Jonatan Nunes de Souza, acredita que o aumento na quantidade de certos materiais está diretamente ligado à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

“Tivemos um aumento na quantidade de latas domésticas, no papel misto, que é usado como embalagem, e sacolas plásticas. Bastante embalagens de alimentos. Latas de tinta, produtos de limpeza também aumentaram bastante”, disse.

A coleta seletiva de porta em porta é feita por coletores da Prefeitura de Americana. Eles levam os materiais até a cooperativa, onde 30 profissionais fazem a limpeza e triagem do material; a revenda é revertida para os cooperados.

Atualmente, cerca de 10 profissionais estão afastados, por fazerem parte de grupo de risco para o novo coronavírus (Covid-19).

Sobre os riscos de contaminação no trabalho, o secretário diz que a preocupação vai muito além do ambiente da cooperativa, com distanciamento da família e medo.

“Sabemos que por trabalhar aqui não podemos ter muito contato com nossos familiares, temos que tomar certos cuidados. Essa é uma preocupação dos cooperados, porque dependem disso [da cooperativa] para comer”, desabafa Jonatan.

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