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Literatura

Novo sebo intensifica a força literária do Centro de Americana

Lojas de livros usados foram, por muito tempo, as únicas fontes de literatura do município

Por Stela Pires

15 de setembro de 2021, às 14h13 • Última atualização em 16 de setembro de 2021, às 08h27

Sebos são opções para garantir livros na região central de Americana – Foto: Ernesto Rodrigues / O Liberal

A região central de Americana recebe nesta quinta-feira (16) mais um sebo para reforçar seu papel literário na cidade. A Estação Cultural inaugura às 9h com títulos novos e antigos na Rua Doutor Vieira Bueno, n. 57.

O sebo irá oferecer livros, CD’s, LP’s, gibis, DVD’s e bluray usados. Mas, apesar dos usados serem o foco, os clientes também terão a oportunidade de encontrar alguns títulos novos na loja, como os livros classificados como “os mais vendidos” do momento.

Para o sócio da Estação Cultural, Felipe Petrine, a escolha do local é estratégica. O fluxo de consumidores do Centro foi um atrativo. “Precisa de gente passando para conhecer o sebo, se interessar”.

A escolha de Americana não foi por acaso, Felipe acredita “que [o sebo] é muito importante para a cultura, não só daqui, quanto para o Brasil inteiro. Pelas pesquisas que fizemos, aqui tem um grande potencial, por termos de educação e IDH”.

Segundo dados do PNUD (Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento) de 2010, Americana possuí o índice de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) enquadrado na categoria “IDH muito alto”, com índice de 0,811, ficando em 11º lugar entre as 645 cidade do estado. O IDH é medido de 0 a 1.

A loja de Americana é a sétima da Estação Cultural, uma rede familiar espalhada pelo Estado de São Paulo, com endereços nas cidades de Araçatuba, Jundiaí, Marília, Piracicaba, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Taubaté. “É primo de primo, e assim vai”, conta Felipe, que se mudou de Jundiaí só para trazer mais uma loja do sebo.

O sebo funcionará de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados das 9h às 15h.

Os sebos resistem

O Centro de Americana guarda alguns do mais antigos sebos da cidade. Eles foram por muito tempo as únicas fontes de literatura do município, que não contava com livrarias.

Na estrada há 27 anos, o Sapiente, na Rua Joaquim Luís de Matos, foi o primeiro sebo da cidade. Apesar de hoje ser uma loja híbrida com instrumentos e artigos musicais, ainda atinge sua proposta de abertura, que é manter o aspecto cultural latente.

“A função do sebo é conhecimento, uma das coisas que eu tenho muito orgulho é que dificilmente alguém sai sem um livro daqui”, conta o proprietário Luiz Carlos Sanajotti. Desde que abriu, ele deixa caixas de livros repetidos para doação para quem não tem condições de comprar um título.

Para ele, os sebos são como álibis perfeitos que provocam o encontro das pessoas. É mexendo em livros, pesquisando, ou tomando um cafézinho oferecido por sua loja que um relacionamento se inicia. “Tudo isso faz com que você ajude a fazer diferença social e econômica, porque é um lugar para todo mundo”.

Luiz Carlos cita o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade para definir o sebo. “É uma igreja de todos os santos, inclusive dos demônios também”.

Além do Sapiente, o Centro de Americana conta com o Leitura para Todos, na Rua Fernando de Camargo, 504.

*Estagiária sob supervisão de Talita Bristotti

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