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Moradias

Quatro famílias que sofreram reintegração de posse voltam à Vila Soma, em Sumaré

Moradores assinaram contratos de compra das áreas com a Fema e então puderam retornar ao imóveis nesta quarta-feira

Por Cristiani Azanha

24 de julho de 2024, às 19h07

As quatro famílias que sofreram reintegração de posse na manhã desta quarta-feira (24), na Vila Soma, em Sumaré, já retornaram aos imóveis. Elas assinaram os contratos com a Fema, proprietária do terreno, e pagaram a primeira parcela do financiamento. Os moradores chegaram a sair das residências e tiveram os pertences colocados em caminhões.

A decisão judicial foi cumprida por oficiais de justiça, Polícia Militar, incluindo o 10º Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), GCM (Guarda Civil Municipal), que foram acompanhados de representantes da Prefeitura de Sumaré, da empresa Fema, e pelo advogado Alexandre Tortorella Mandl, que representa a Associação de Moradores do Projeto Residencial da Vila Soma.

Reintegração de posse contou com a atuação de várias forças de segurança nesta quarta-feira – Foto: Divulgação

O comerciante Rosemiro Ferreira Batista, de 63 anos, que reside e tem um bar na Vila Soma, disse que chegou a ter colocado seus objetos pessoais e móveis dentro dos veículos. “Tudo já tinha sido colocado nos caminhões, consegui negociar e consegui fazer o financiamento, assim como as demais pessoas que passaram pela mesma situação. Todas já regularizaram as situações e puderam voltar para as casas”, relatou Rosemiro.

Em maio deste ano, a 2ª Vara Cível de Sumaré já tinha determinado a desocupação forçada de 18 lotes na Vila Soma, devido aos moradores não terem assinado o contrato de compra com a Fema. O procedimento é necessário para que os ocupantes se tornem proprietários dos seus respectivos terrenos.

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Durante a reintegração, a associação de moradores informou em nota que lamentou a situação e que nunca considerou reintegração de posse uma saída para os conflitos.

A associação disse ainda que “tentou de todas as formas reverter a situação e viu prevalecer a decisão dessas pessoas que insistiram em não cumprir decisão tomada coletivamente em assembleia em maio de 2019, como fizeram as mais de 2,7 mil famílias”.

O advogado Alexandre Mandl disse que durante esse período foi feito um acompanhamento próximo com as famílias, para que regularizassem as situações.

Famílias tiveram de deixar suas casas, mas puderam voltar após a assinatura dos contratos de compra – Foto: Divulgação

“Conseguimos reduzir os números ao longo dos últimos dias, o último contrato assinado ocorreu às 17h30 desta segunda-feira. Restaram somente as quatro famílias, que não aceitaram assinar. Chegaram a constituir outro advogado para barrar a reintegração, mas perderam o recurso. Infelizmente, ocorreu a reintegração e somente depois recuaram e assinaram os respectivos contratos”, explicou.

Já Júlio César Ballerini Silva, defensor das famílias impactadas pela decisão judicial, afirmou que a questão foi encaminhada para debate já na Câmara de Direito Privado do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), pois considera que as pessoas foram pressionadas.

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“O País tem enorme problema fundiário e o que se observou no dia de hoje foi situação em que se moveu verdadeira operação de guerra, com helicóptero, dezenas de viaturas e centenas de policiais para fazer cinco famílias trabalhadoras assinarem pacto de alienação fiduciária de interesse de uma empresa privada – operação obviamente paga pelo contribuinte”, comentou.

“A luta continuará a luz de buscar trazer o melhor direito para pessoas vulneráveis, que são sujeitos de direito e em relação a quem, pelas vias legais, se seguirá, para que prevaleça o melhor direito”, completou.

Vila Soma

Por quase 12 anos, a Vila Soma foi considerada uma ocupação em uma área de cerca de 1 milhão de metros quadrados. As terras pertenciam inicialmente à indústria Soma e foram adquiridas em 2017 pela Fema.

Na tentativa de fazer o despejo das famílias, a empresa travou diversas disputas judiciais com a associação de moradores. Porém, em 2019, as partes firmaram um acordo de R$ 60 milhões pela compra da área, que foi dividida em vários lotes.

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