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Sumaré

Projeto oferece curso de manicure em comunidade

Trabalho de capacitação ficou em primeiro lugar em uma votação popular sobre ações que valorizam o empreendedorismo

Por Marina Zanaki

01 de agosto de 2021, às 09h12 • Última atualização em 01 de agosto de 2021, às 09h13

Mulheres participam de aula oferecida por ONG em comunidade - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

Com o objetivo de minimizar os impactos da crise econômica provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), a ONG (Organização Não Governamental) Espalhando Amor está oferecendo capacitação profissional a 12 mulheres da Comunidade Três Pontes, em Sumaré. Em dois meses, elas vão aprender o ofício de manicure e pedicure, preparando-se para atuar de maneira autônoma ou por esmalterias. As participantes têm entre 15 e 49 anos.

Professora voluntária do projeto, Aline Moraes contou que muitas alunas já trabalham com unhas, mas que agora estão se profissionalizando.

“A profissão de manicure tem sido expandida cada vez mais, a área da beleza está abrindo horizonte com a era da esmalteria, tem bastante procura. Então, vai fazer muita diferença na vida delas”, disse Aline.

Um diagnóstico realizado pela ONG identificou que 50% dos moradores da Comunidade Três Pontes está desempregada e o restante é formado, em sua maioria, por autônomos que não possuem rendimentos fixos.

Isso se reflete em um cenário em que 84% dessa comunidade recebe menos de um salário mínimo. A falta de qualificação é um importante fator nessa conta – 81% dos moradores da Comunidade Três Pontes não concluiu o ensino médio.

“Entendemos alguns engajamentos da comunidade. As mulheres estavam sempre muito presentes nas atividades e identificamos que elas gostavam muito de engajar no setor de beleza”, disse Matheus Sena, idealizador do projeto.

As aulas trabalham a perspectiva de sair da comunidade em busca de novas oportunidades, mas sem deixar de ter orgulho de onde moram.

“Existe o preconceito social, de achar que porque mora em comunidade não pode ter uma profissão, mas estamos mostrando que é possível, principalmente com aquilo que se gosta, e trabalhar fora de casa. Muitas mães solteiras, que precisam se especializar para trabalhar em casa, mas também podem sair da comunidade e vão ser recebidas pelo profissionalismo delas”, aposta Aline, que trabalha como manicure há 17 anos. Atualmente, ela atua na Manga Rosa Esmalteria, que apoia o projeto.

RECONHECIMENTO. O trabalho da ONG Expandindo Amor ficou em primeiro lugar em uma votação popular do evento Vozes do Empreendedorismo Social, que recebeu inscrição de 156 projetos de todo o país. O projeto já havia sido um dos sete selecionados para concorrer ao prêmio principal, mas não ficou entre os três primeiros, que receberão ajuda financeira.

O desempenho na votação popular vai garantir desconto de 50% em um curso de empreendedorismo social e mentorias.

“A ideia é fomentar essa visão empreendedora na comunidade, tirar o rótulo que não sai nada de bom de lá. Esse foi o primeiro curso, queremos ter outros, de elétrica, mecatrônica. A dificuldade é o apoio, encontrando empresas parceiras conseguimos engajar mais cursos e minimizar as desigualdades sociais”, finalizou Matheus.

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