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SANTA BÁRBARA, 205 ANOS

Santa Bárbara se destaca na RMC com geração de empregos

Município responde por 6% das vagas criadas nos últimos três anos na região, que abrange 20 cidades

Por Ana Carolina Leal

04 de dezembro de 2023, às 07h26 • Última atualização em 04 de dezembro de 2023, às 07h27

A cidade de Santa Bárbara d’Oeste tem se destacado na RMC (Região Metropolitana Campinas) no processo de recuperação do emprego. Ao longo dos últimos três anos, o município contribuiu significativamente, gerando cerca de 6% das vagas na região, de acordo com análise da economista Eliane Rosandiski, do Observatório da PUC-Campinas.

“Na RMC, entre 30% e 40% dos empregos são concentrados em Campinas, enquanto o restante é distribuído entre as outras 19 cidades. Portanto, a importância de Santa Bárbara é evidente”, comenta Eliane.

No ano passado, por exemplo, o município foi responsável por 6,6% das vagas abertas na região. Das 47.456 oportunidades registradas na RMC, 3.167 foram em Santa Bárbara. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Área do Distrito Industrial, às margens da SP-304 – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

De acordo com a especialista, a característica do emprego no município reflete a tendência pós-pandemia, onde se observa uma preferência por profissionais com ensino médio, na faixa etária de 18 a 24 anos, com uma notável inclusão de mulheres na força de trabalho.

“O padrão de contratação tem sido uma constante, alinhando-se à evolução do emprego após os desafios impostos pela pandemia”, afirma.

Ao analisar a remuneração, Eliane compara Santa Bárbara com a RMC, destacando que a média salarial na cidade é inferior à média regional. Durante o processo de recuperação, os salários médios em Santa Bárbara atingiram cerca de 85% da média da RMC, situando-se em torno de R$ 1,8 mil, enquanto a região apresenta uma média de R$ 2.140.

Essa disparidade, conforme a economista, reflete as características das atividades econômicas que se estruturam no município.

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Uma das distinções entre Santa Bárbara e a RMC é a presença predominante da indústria na cidade. Enquanto na RMC a indústria ocupa o terceiro lugar na geração de emprego, em Santa Bárbara esse setor se destaca, evidenciando a força industrial da região. O setor de serviços também desempenha um papel relevante, muitas vezes oferecendo mão de obra terceirizada para complementar as atividades industriais.

Diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) local, Nivaldo José da Silva afirma que apesar do histórico receptivo a novas empresas, alguns setores enfrentam desafios. Enquanto indústrias vinculadas ao agronegócio e à saúde apresentam crescimento, segmentos como o automobilístico sofrem, especialmente os fornecedores ligados a determinadas marcas.

“O dinamismo econômico local, contudo, é evidente, com a constante criação de distritos industriais e expansão dos já existentes”, comenta.

Presidente do Ciesp aponta estratégias para aquecimento dos setores têxtil e de máquinas

Importante polo industrial do Estado de São Paulo, Santa Bárbara d’Oeste é vocacionada pelos setores têxtil e de máquinas e equipamentos, cada um representando aproximadamente 30% dos empregos na região. Atualmente, o município tem 2.334 indústrias cadastradas na prefeitura.

De acordo com Rafael Cervone, industrial e presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), o setor têxtil, enfrentando uma concorrência intensa de produtos chineses, viu sua competitividade ser desafiada nos últimos tempos. Por outro lado, o setor de máquinas e equipamentos enfrentou uma estagnação nos investimentos, afetando diretamente a capacidade produtiva. A situação macroeconômica desfavorável teve um impacto duplo, contribuindo para a queda da participação no PIB (Produto Interno Bruto) de São Paulo.

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No entanto, Cervone, otimista em relação ao potencial de recuperação, aponta estratégias específicas para ambos os setores. No caso do setor têxtil, ele sugere uma abordagem centrada em ciclos de moda mais curtos, incentivando a renovação frequente de guarda-roupas.

Parcerias estratégicas com e-commerces nacionais também são vistas como impulsionadoras do crescimento, promovendo não apenas a tecelagem local, mas também auxiliando as indústrias de confecção.

Para o setor de máquinas e equipamentos, o presidente do Ciesp destaca a importância da adoção da indústria 4.0. A iniciativa, além de proporcionar ganhos de produtividade e competitividade, visa direcionar a produção para segmentos mais competitivos, como o agronegócio.

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Além dos desafios enfrentados pelos setores tradicionais, Cervone diz que há um crescimento considerável em outros setores, como o de plástico, por exemplo, que tem se consolidado como uma força importante na indústria local, contribuindo para o emprego no município. Embalagens de papel e produtos industriais de panificação também emergem como segmentos promissores, sinalizando uma possível diversificação econômica no futuro próximo de Santa Bárbara d’Oeste, conclui o presidente do Ciesp.

Acisb fortatece atuação na indústria e prestação de serviços

A Acisb (Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara), que agrega aproximadamente 400 lojas associadas, está ampliando as ações além do comércio, concentrando esforços na indústria e prestação de serviços, conforme destaca o presidente Ricardo Betin. “Estamos sempre de portas abertas para estreitar relacionamentos com todos os setores da economia”.

Em meio a um cenário desafiador, o presidente da Acisb identifica a manutenção da arrecadação municipal como a principal prioridade. Betin observa que diversas empresas têm recorrido a estratégias como concessão de férias para os funcionários, visando ajustar a produção às condições econômicas. Diante desse quadro, ele destaca a importância de desenvolver estratégias que minimizem os impactos para a classe empresarial.

Apesar dos desafios atuais, Betin demonstra otimismo em relação ao desenvolvimento de Santa Bárbara, destacando um crescimento constante nos últimos oito anos.

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