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Apendicite

Morte por erro em tratamento médico gera indenização de R$ 100 mil

Paciente faleceu em 2015 por complicações de apendicite e abstinência alcoólica; ele foi atendido no Edison Mano e no Hospital Santa Bárbara, onde morreu

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06 de julho de 2020, às 08h31 • Última atualização em 06 de julho de 2020, às 09h47

Os familiares de um homem de 57 anos que morreu após um diagnóstico de apendicite em 2015 vão receber R$ 100 mil de indenização da Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste e da Santa Casa de Misericórdia. A Justiça entendeu que uma série de erros no tratamento contribuíram para o falecimento dele.

A sentença, assinada juíza Eliete de Fátima Guarnieri, foi em primeira instância. Os advogados ainda podem recorrer e o entendimento judicial pode ser mudado em tribunais superiores. A defesa da Santa Casa adiantou que entrará com recurso e a prefeitura disse que aguardava notificação para recorrer do processo.

Homem ficou internado no pronto-socorro Edison Mano antes de conseguir transferência para o Hospital Santa Bárbara – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Segundo a perícia médica, o homem procurou por atendimento médico no pronto-socorro Edison Mano no dia 3 de junho de 2015 com dor abdominal e vômitos. Os médicos responsáveis o diagnosticaram com apendicite, mas um ultrassom não indicou a inflamação e, com isso, ele foi liberado após ter sido receitado um medicamento.

Quatro dias depois ele voltou à unidade médica com uma piora no quadro clínico. Ele teria ficado por dois dias nos corredores do Edson Mano à espera de uma transferência ao Hospital Santa Bárbara, que ocorreu no dia 9 de junho daquele ano.

O homem passou por uma cirurgia, onde foi constatado uma apendicite de grau quatro. Depois do procedimento, foi encaminhado à enfermaria para começar o pós-operatório. O período internado provocou na vítima abstinência alcoólica.

Segundo a perícia, não houve o tratamento correto para os sintomas e o homem acabou falecendo no dia 12 de junho por “insuficiência respiratória provocada por pneumonite química”.

O perito apontou que a demora no tratamento da apendicite, que foi operada somente seis dias depois do diagnóstico, e a falta de tratamento para abstinência alcoólica contribuíram para a morte do paciente.

“Embora, inicialmente, a equipe médica que atendeu o paciente no PS Edison Mano tenha diagnosticado corretamente que se tratava de apendicite, acabou dando-lhe alta médica, o que contribuiu para o retardo no tratamento da doença e permitiu que esta se complicasse”, escreveu a juíza na sentença.

A ação na Justiça foi proposta pelos três filhos e a companheira da vítima. Como a mulher não era casada com o homem, ela foi retirada do processo e os filhos ficaram como requeridos. O valor de R$ 100 mil deverá ser pago a eles com o acréscimo de juros de 1% ao mês a partir da data da sentença.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa da família até a publicação desta reportagem. Já a Prefeitura de Santa Bárbara informou que, por se tratar de uma sentença de condenação em primeira instância, o município aguarda intimação oficial para recorrer. A defesa da Santa Casa disse que entrará com recurso da decisão.

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Por quais razões a recomendação de manter o isolamento social permanece como a maneira mais difundida no combate ao novo coronavírus, mesmo com mais de 100 dias de quarentena e com a retomada da produção econômica em curso? É o que discute essa edição do podcast “Além da Capa”. Ouça:

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