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ELEIÇÕES 2024

Larguesa propõe tarifa social de R$ 1 no transporte coletivo de Santa Bárbara

Para viabilizar ideia, candidato do PT quer que a prefeitura subsidie em R$ 5 milhões as passagens; leia um resumo da sabatina com o petista

Por Gabriel Pitor

10 de setembro de 2024, às 08h00 • Última atualização em 10 de setembro de 2024, às 08h22

O candidato a prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, Vanderlei Larguesa (PT), pretende implantar no transporte coletivo do município uma tarifa social de R$ 1 para beneficiar pessoas inscritas em programas sociais ou em situação vulnerabilidade e trabalhadores.

A proposta foi apresentada nesta segunda-feira (9), no primeiro dia das sabatinas do Grupo Liberal, que foi ao ar nas rádios Zé (FM 76,3) e Gold (FM 94,7) e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube.

Vanderlei Larguesa participou de sabatina do LIBERAL nesta segunda-feira (9) – Foto: Leonardo Matos/Liberal

Para viabilizar a ideia, Larguesa calcula que a administração deve subsidiar o custo em R$ 5 milhões por ano — considerando o preço atual da passagem, que é R$ 4,85. O subsídio é um montante que a prefeitura tira dos cofres públicos para bancar uma iniciativa.

O petista tem 61 anos e é um velho conhecido das eleições na cidade, já tendo participado de votações para vereador, deputado, além da briga majoritária.

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Em 2008, foi eleito vice-prefeito ao lado de Mário Heins (PDT) e chegou a assumir a prefeitura, em 2012, após o afastamento do então prefeito. Nas últimas eleições que participou, em 2016, tentou o cargo de vereador, teve 405 votos e não foi eleito.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no vídeo abaixo. As sabatinas continuam nesta quarta e o entrevistado da vez será o atual prefeito de Santa Bárbara e candidato a reeleição Rafael Piovezan (PL). A transmissão é das 20h15 às 21h15.

LIBERAL | Se o senhor for eleito prefeito de Santa Bárbara, qual vai ser a sua primeira medida?

LARGUESA | De fato não pensei, mas nós vamos ter medidas antes da eleição. Já disse para os feirantes, por exemplo, que eu vou voltar lá para conversar, porque vários candidatos fizeram compromisso com eles para garantir um banheiro para a feira de domingo. Eles chegam às 3h e tem o banheiro químico, que é extremamente ruim. Então, nós vamos dialogar com feirantes, vamos dialogar com a comunidade. O nome da nossa principal proposta é diálogo.

LIBERAL | Com o mesmo grupo no poder da cidade há 11 anos, como seria para o senhor assumir a prefeitura agora, se eleito? Considerando que quando você assumiu interinamente, em 2012, Santa Bárbara vivia uma instabilidade política.

LARGUESA | É um processo eleitoral normal. A cidade vai eleger uma câmara de 19 vereadores, prefeito e vice. Acho que há um processo todo novo de construção de diálogo e de formação do governo, de discussão no processo de transição. Acho que um governo que está há 11 anos não terá dificuldade de ajudar no processo de transição.

LIBERAL | O País está vivendo um cenário de polarização com dois grupos buscando o poder: um do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outro do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nas eleições presidenciais de 2022, o município se mostrou conservador, ou seja, teve uma votação a favor do Bolsonaro. Como você, sendo petista, planeja ganhar essa eleição municipal?

LARGUESA | Acho que quem está com problema é o grupo do Bolsonaro, porque eles têm três candidatos bolsonaristas disputando e dividindo 73 mil votos. Eu só quero os 36 mil do Lula. Não tenho problema para ganhar a eleição com os 36 mil. Mas quero dizer para os bolsonaristas, para as pessoas que acreditaram que haveria uma mudança no País: quero voto de todos os bolsonaristas que pensam no bem da cidade. Nós estamos dialogando. Felizmente, não houve problema ainda com os nossos candidatos a vereador nem com a nossa candidatura, parece que as coisas estão, talvez, se assentando.

LIBERAL | Mas, de forma geral, o eleitorado em um cenário de polarização não quer negociar o seu voto, não está aberto ao diálogo. Como estabelecer esse diálogo com os bolsonaristas em Santa Bárbara?

LARGUESA | O convencimento é para aqueles que querem e que estão abertos a ouvir. Nós não vamos brigar com uma pessoa porque é bolsonarista ou porque se radicalizou nesse processo. Nós queremos mostrar que é possível, porque não tem cabimento essa radicalização que nos levou, em alguns momentos, a extremos. Nós tivemos uma polarização com o PSDB durante muito tempo e não tinha esse grau de agressividade. Até 2010, nossos candidatos a governador e presidente ganharam todas as eleições em Santa Bárbara. Então não é esse grau de conservadorismo todo. Acho que há um sentimento diferente que não conseguiu se interpretar ainda.

LIBERAL | Vimos no seu plano de governo uma proposta de implementar creches noturnas, com funcionamento até 22h. Como viabilizar isso, tanto em questão operacional como de mão de obra? E quais creches seriam beneficiadas?

LARGUESA | Nós já vamos tentar algumas parcerias no ano que vem e vamos tentar construir esse processo. Porque há dificuldade nos finais de ano, principalmente para as mães solteiras, quando o comércio funciona até 22h. Nós vamos discutir isso com quem contrata e vamos verificar as possibilidades dentro do orçamento. Está faltando trabalhador hoje nas creches de Santa Bárbara. Estão faltando monitores e infraestrutura, então é uma situação precária que tem de ser resolvida. Tem de contratar mais gente, porque não dá para pedir a alguém que já trabalha 8h para trabalhar mais 6h. Nós vamos ter de contratar seja via concurso público seja terceirização no primeiro momento, dentro da responsabilidade fiscal.

LIBERAL | Dentro do seu plano de governo está prevista a expansão do programa Minha Casa, Minha Vida no município. Em síntese, mais habitações. Ainda segundo o plano, o caminho seria o diálogo com o governo federal. Qual o seu grau de proximidade com o governo Lula?

LARGUESA | Meu grau de proximidade é, por exemplo, falar uma vez por semana com o assessor direto do ministro [das Relações Institucionais] Alexandre Padilha. Não há dificuldade alguma. O Minha Casa, Minha Vida é uma das vitrines do governo Lula e está em plena expansão, mas Santa Bárbara, neste momento, está de fora do programa. O processo é buscar 500 unidades já no próximo ano, não vou perder tempo. E sem fazer aquilo que voltou ao passado, né? Fazer sorteio e juntar, com aquele calor, 16 mil pessoas em um estádio. Tinha gente passando mal. Aquilo foi feito sem política social, sem cadastro da prefeitura, ou seja, pão e circo.

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LIBERAL | Entre suas propostas, o senhor coloca o DAE [Departamento de Água e Esgoto] como uma empresa de saneamento ambiental. Como funcionaria?

LARGUESA | Não deixaria de ser uma autarquia que tem os seus contratos próprios. O que nós queremos, enquanto uma empresa de saneamento ambiental, é levar [a coleta] o lixo, a reciclagem, o entulho, programas sociais vinculados à reciclagem e o apoio às cooperativas e aos coletores para o DAE.

LIBERAL | Nós não encontramos no seu plano de governo alguma proposta quanto ao aterro sanitário, que está interditado pela Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] desde 2022. Dentro dessa proposta de levar o lixo para a responsabilidade do DAE, haverá algum olhar para o aterro?

LARGUESA | Está dentro desse projeto do DAE. Tem gente que diz que não é possível recuperar o aterro, não sei se é possível ou não. Acho que mundo afora tem processos muito bons de recuperação de áreas degradadas por aterros. Acredito que seja possível. O que não está correto é a gente pagar muito mais caro para enterrar o lixo fora do município. Mas teria de ser feito um estudo. Tem uma outra questão muito grave que envolve o DAE: a perda de água. Nossa perda é de 56%. Acompanho a política local desde 1980, aproximadamente, já fizemos trocas de redes várias vezes. Tem alguma coisa errada, nós vamos investir nisso.

LIBERAL | E quais são as opções para reduzir essa perda de água em Santa Bárbara?

LARGUESA | Precisa fazer substituições de redes, precisa saber se tem pressões muito grandes em algumas adutoras, que estouram as redes residenciais e as redes que abastecem os bairros. Tudo isso é técnico e eu acredito que tenha gente no DAE para isso.

LIBERAL | No seu plano de governo, o senhor fala em transformar UBSs [Unidades Básicas de Saúde] em ESFs [Estratégias de Saúde da Família]. Já sabe quais unidades seriam transformadas?

LARGUESA | Não. O principal ponto da nossa proposta de governo é o diálogo via orçamento participativo, o diálogo com a comunidade nos bairros.

LIBERAL | Mas há alguma região específica que poderia ser priorizada?

LARGUESA | Acredito que toda a região sul, que deveria ter lá uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento], precisa de atendimento de saúde.

LIBERAL | Onde você vê espaço para o desenvolvimento urbano em Santa Bárbara, haja vista que a cidade ainda tem uma grande área sem ocupação?

LARGUESA | Vejo possibilidade de desenvolvimento nos eixos da Bandeirantes [SP-348] e da Luiz de Queiroz [SP-304]. Nós temos o Brazilian Business Park que comprou uma área ao lado do Graal, de cerca de 20 alqueires, que está parada porque o Estado não permite que se faça o acesso pela rodovia. Teria de fazer uma marginal da América Emílio Romi [SP-306] até lá, não sei ainda o custo disso. O eixo da rodovia Américo Emílio Romi também é interessante.

Jornalistas do Grupo Liberal participaram da sabatina – Foto: Leonardo Matos/Liberal

LIBERAL | O Corredor Metropolitano está inoperante em Santa Bárbara e se tornou um problema no trânsito do município. O que o senhor pretende fazer em relação a essa obra do governo estadual?

LARGUESA | O corredor precisa ser utilizado pelos usuários dos veículos das vans e dos veículos particulares. A decadência do transporte coletivo se deu quando as empresas passaram a contratar o transporte próprio para os trabalhadores. A Romi chegou a ter 60 ônibus contratados para fretamento. Nós temos a proposta de tarifa social a R$ 1. Isso custa, no primeiro momento, R$ 5 milhões em subsídio para o transporte coletivo, dentro do que é gasto hoje pelas pessoas. Quem é o usuário do transporte hoje? As pessoas que mais precisam se locomover e não têm condições de pagar o transporte caro. Essas pessoas não têm veículo próprio, não têm outro mecanismo ou não podem pagar R$ 10 em um Uber.

LIBERAL | A definição da sua candidatura a prefeito foi bem próxima ao prazo das convenções. Por que isso? De onde surgiu a ideia de se candidatar?

LARGUESA | Nós construímos essa ideia da candidatura própria da federação [PT, PV e PCdoB] desde fevereiro. Tem uma parte da federação que queria um outro projeto, que não foi aprovado pelo PT pelo PV. O PCdoB queria apoiar uma candidatura bolsonarista, a do Dr. José — que claramente não queria uma aliança com a gente. Mas como o PCdoB preside a federação neste ano tivemos de fazer gestões. Isso retardou bastante todo o processo de construção. Nossa chapa é muito boa, mas poderíamos ter um processo melhor construído.

LIBERAL | A última eleição que o senhor participou foi em 2016, em que disputou a vereador de Santa Bárbara, teve 405 votos e não foi eleito. Após oito anos, o que o senhor acha que mudou que o motiva a ser candidato a prefeito depois de tanto tempo longe da política?

LARGUESA | Vale a pena defender o governo Lula, vale a pena defender os programas do governo Lula, vale a pena defender um País sem toda essa política ruim que passamos a viver de 2015 para cá. Nós estamos vendo hoje desenvolvimento econômico, investimentos de qualidade, a indústria internacional vindo para o Brasil.

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