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8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
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ELEIÇÕES 2024

Dr. José quer criar secretarias da Mulher e de Assuntos Religiosos

Pastas seriam implementadas para melhorar a atuação contra a violência doméstica e reunir trabalhos assistenciais; candidato foi o último de Santa Bárbara a ser sabatinado pelo LIBERAL

Por Gabriel Pitor

19 de setembro de 2024, às 08h00 • Última atualização em 19 de setembro de 2024, às 08h09

A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste tem, atualmente, 15 secretarias – excluindo-se autarquias e gabinetes – e o candidato a prefeito Dr. José (União Brasil) deseja criar mais duas pastas: da Mulher e de Assuntos Religiosos. A primeira teria uma atuação mais focada na violência doméstica, enquanto a outra reuniria os trabalhos assistenciais de todas as igrejas, centros espíritas e terreiros.

A proposta foi apresentada nesta quarta-feira (18), no último dia da sabatina com os postulantes ao Executivo barbarense, que foi transmitido nas rádios Zé (FM 76,3) e Gold (FM 94,7) e nas páginas do LIBERAL no Facebook e no YouTube.

Dr. José foi vereador por dois mandatos em Santa Bárbara d’Oeste – Foto: Leonardo Matos/Liberal

De acordo com Dr. José, a Secretaria da Mulher é uma necessidade do município para fazer o acolhimento de vítimas e o combate à violência doméstica.

Já a ideia da Secretaria de Assuntos Religiosos surgiu em conversas com líderes durante a campanha para o pleito deste ano, por isso não consta no plano de governo, e visa fortalecer a atuação assistencial dessas entidades e defendê-las da intolerância.

Vereador por dois mandatos, o médico José Antônio Ferreira, 62, estará na disputa pelo governo municipal pela segunda eleição consecutiva. Em 2020, pelo PSD, ele ficou a 748 votos de derrotar Rafael Piovezan (PL).

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Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL. Na próxima segunda (23) começam as sabatinas com os candidatos à Prefeitura de Americana e o entrevistado será Chico Sardelli (PL), que tenta a reeleição. A transmissão é das 20h15 às 21h15.

LIBERAL | Se o senhor for eleito prefeito de Santa Bárbara, qual vai ser a sua primeira medida?

A primeira medida será fazer o nascimento de uma nova saúde em Santa Bárbara. [O início] da construção do primeiro hospital municipal, implementação do ‘Agiliza Saúde’, implementação da UBS Ágil [Unidade Básica de Saúde]. Também vamos ter o Cuidar Onco, o Cuidar Crônico, o Cuidar Farma. Fortalecer a Santa Casa e os leitos de UTI particulares conveniados. É fundamental construir o hospital municipal na cidade tendo em vista os dados que temos. O Hospital Santa Bárbara concentra 184 leitos e Santa Bárbara tem 184 mil habitantes, é um leito para cada mil habitantes. A média no Estado de São Paulo é de 2,4 leitos para cada mil habitantes. A média no Brasil é de 2,3 leitos para cada mil habitantes. Então, mesmo com um novo hospital, ainda estaremos abaixo da média. É urgente, não é loucura construir esse hospital. O pessoal que está aí há 12 anos está mais focado em dinossauros do que na saúde.

LIBERAL | No seu plano de governo, o senhor promete construir um hospital municipal. No entanto, também fala em investir e aumentar a capacidade do Hospital Santa Bárbara. Como fazer essas duas ideias caminharem juntas sem prejudicar o orçamento do município? Haja vista que atualmente a prefeitura já paga R$ 60 milhões anuais para a Santa Casa.

Faz o repasse de R$ 60 milhões por ano, mas 60% dos 184 leitos são utilizados para internação do SUS [Sistema Único de Saúde]. Lá tem 20 leitos de UTI, mas dois são da Unimed e 18 do SUS. A OMS [Organização Mundial da Saúde] determina que tenhamos pelo menos um leito de UTI para cada 10 mil habitantes. Pelo Ministério da Saúde, Santa Bárbara deveria ter 54 leitos de UTI e não tem. A  cidade de Sobral (CE), com 203 mil habitantes, arrecadou do Ministério da Saúde, em 2023, R$ 289 milhões. Santa Bárbara, no mesmo período, arrecadou R$ 43 milhões. Santa Bárbara perde por ano mais de R$ 3 bilhões, recurso que seria suficiente para o hospital.

Candidato do União Brasil foi sabatinado por jornalistas do LIBERAL nesta quarta (18) – Foto: Leonardo Matos/Liberal

LIBERAL | O senhor está em seu quarto partido desde 2020. Estava no PSDB, se candidatou a prefeito em 2020 pelo PSD, tentou o cargo de deputado estadual em 2022 pelo PSB e agora representa o União Brasil. Por que tantas mudanças num período tão curto de tempo? E hoje como o senhor se definiria em termos de ideologia política?

Em termos de ideologia política, eu sou Santa Bárbara. Quando estou no consultório, não pergunto se a pessoa é de direita ou de esquerda, atendo igualmente. Partido, se fosse bom, seria inteiro, né? Fiquei sete anos no PSDB, deixei muitos amigos. Queria ser candidato a prefeito em 2020, mas para formar um grupo às vezes os outros partidos não aceitam onde você está, então tive de ir para o PSD. Mesmo com a votação expressiva de 38.772 votos não me deram a legenda para ser candidato a deputado estadual. Segundo o presidente do PSD da cidade, eu tinha de guardar um ‘recall’ desses 38 mil votos e coordenar a campanha do Geraldo Alckmin, que seria candidato a governador pelo PSD. Não aceitei, fiquei surpreso. Consegui achar a legenda do Jonas Donizete, do PSB. Depois tive de sair do PSB, também por causa de grupo, e vim para o União Brasil onde estou muito contente.

LIBERAL | Quais seriam as atribuições da Secretaria da Mulher, que, segundo seu plano de governo, seria criada na sua gestão?

Essa pasta é para fazer com que o governo nosso esteja focado nas ações destinadas a essa parte da sociedade que ainda é reprimida de seus interesses e direitos, principalmente em relação à violência. É para fazer com que elas tenham maior amparo. Que sejam criadas casas de violência doméstica para que elas possam ficar abrigadas. Você pode ver que tem vários casos de feminicídio atualmente. Então temos de fazer isso, optamos por essa secretaria. E também temos estudos, não colocamos no plano de governo, de desenvolver uma secretaria de Assuntos Religiosos, que já existe na cidade do Rio de Janeiro, para aproximar o governo da igreja. A igreja cumpre um papel que deveria ser feito pelo governo, e não é, na assistência de pessoas em situação de vulnerabilidade. É para ampliar essa ajuda que essas igrejas dão.

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LIBERAL | Mas candidato, essa Secretaria de Assuntos Religiosos seria focada em uma religião ou em várias religiões? Que tipo de ação pode ser realizada por essa pasta? Porque a gente sabe que o Estado é laico e que a soberania do Estado não pode ficar abaixo de uma questão religiosa.

Já conversamos com várias líderes religiosos, padres, pastores, umbanda. Não tem exceção. Todas as religiões prestam serviços assistenciais para pessoas em situação de rua. O governo tem de estar perto para não ficar ausente.

LIBERAL | O senhor fala em ampliar o número de vagas para a educação infantil e, ao mesmo tempo, reduzir o número de alunos por sala de aula. Como fechar essa conta?

Construindo escolas. O atual governo está aí há 12 anos e não houve uma construção de creches. Tiveram obras do Estado com pequenas porcentagens de recurso da prefeitura e convênio com creches particulares, mas construções de escola não tivemos. É construir escolas para aumentar o número de vagas e diminuir o número de alunos por sala de aula para reduzir a sobrecarga nos professores, para que eles tenham condições viáveis de trabalho.

LIBERAL | O senhor fala em expandir a área do aterro sanitário do município e estudar a construção de um novo aterro. Primeiro, como fazer para reabrir o aterro, que está interditado desde 2022? O que seria essa expansão? E por que a necessidade de um novo aterro?

A expansão seria mais rápida. O aterro está interditado desde 2022 devido ao afloramento de chorume, eliminação de gases e compactação de resíduos sólidos. Não sei por que o atual governo não regularizou. O aterro já vinha obtendo notas baixas. Nós temos de regularizar isso, ampliar e já existe uma área do lado que dá para construir um aterro sanitário, além de outras medidas de reciclagem, reutilização dos resíduos sólidos, usinagem. O aterro que existe não comporta a necessidade da cidade.

LIBERAL | Seu plano também prevê viabilizar a instalação de cemitérios. Como assim? O senhor quer mais quantos cemitérios na cidade?

Vamos fazer um estudo, mas queremos a construção de mais um cemitério na cidade. Não tem sepulturas, né? Nem no Cemitério da Ressurreição nem no Cemitério da Paz, que era o antigo Cabreúva. Só existem sepulturas no Cemitério do Campo dos Lírios, mas você tem de pagar meio salário mínimo por ano, fica difícil para a população que paga caro neste momento tão difícil.

LIBERAL | O senhor promete o tombamento do estádio do União Barbarense. Como fazer isso sem criar problemas jurídicos, uma vez que o estádio já foi arrematado em leilão? E também o que fazer para não prejudicar os credores que estão esperando a concretização da venda para receber seu dinheiro?

O estádio Antonio Lins Ribeiro Guimarães é um patrimônio histórico e material de Santa Bárbara. São mais de 100 anos de existência, é o União Barbarense, é o Leão da 13. Infelizmente, aconteceu esse arremate por conta das dívidas trabalhistas, mas eu pretendo apoia o tombamento. Vou juridicamente acompanhar o ritual e vou assinar o tombamento. A primeira coisa que eu vou fazer, após a posse e a eleição do presidente da câmara, é entregar um projeto de lei para mudar o zoneamento comercial do estádio para zona de interesse do município. É prerrogativa do Executivo. Vou proibir a subdivisão e a construção de empreendimentos. Conversar com os empresários que arremataram o estádio no leilão se eles podem escolher outra área disponível em Santa Bárbara. Eu ajudaria o União a captar empresas, a se tornar uma SAF [Sociedade Anônima do Futebol] para que com o rendimento pague os credores, mas demolir o estádio é brincadeira.

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LIBERAL | Em 2020, antes da divulgação oficial do resultado, o senhor chegou a comemorar como se tivesse vencido as eleições, mas, por fim, acabou derrotado. Como essa situação te afetou? Acredita que isso pode ter prejudicado sua credibilidade?

Naquela época, fui chamado às 19h em uma emissora para dar entrevista, que eu estava eleito pela projeção deles. O proprietário é presidente do partido que eu estava. Passaram 3h30 e saiu o resultado oficial. O sonho não acabou de colocar minhas propostas em prática. A população ajudou a completar o nosso plano de governo. Senti muito, porque eu gostaria de ser prefeito em 2021, enfrentando a pandemia, dando alternativas.

LIBERAL | Mas as pessoas têm abordado o senhor nas ruas durante a campanha com essa questão de 2020? Elas perguntam sobre isso?

As pessoas falam que fui roubado. Não aceita, né? Mas eu não posso falar isso. Não concordo. O apagão de dados foi em várias cidades, não só Santa Bárbara. Cada eleição tem uma história. Minha credibilidade está intacta. Depois dessa situação, muita gente brincou comigo, fizeram vídeos e memes nas redes sociais. Falaram que eu perdi no VAR, fizeram um vídeo com o plantão da Globo. Dou risada disso mesmo sendo vítima. Mas estou tranquilo, não perdi minha credibilidade, jamais. O sonho não acabou.

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