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Região

SP-304 tem uma em cada cinco mortes no trânsito de Americana e Santa Bárbara

Dos 346 óbitos ocorridos entre janeiro de 2015 e março deste ano nas vias de Americana e Santa Bárbara, 68 deles foram na rodovia estadual

Por Ana Carolina Leal

23 de maio de 2022, às 06h23 • Última atualização em 23 de maio de 2022, às 09h09

Uma em cada cinco mortes no trânsito em Americana e Santa Bárbara d’Oeste ocorre na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304), de acordo com dados do Infosiga, sistema do governo estadual. Dos 346 óbitos registrados desde o início da série histórica, em janeiro de 2015, até março deste ano, nas duas cidades, 68 ocorreram nesta via.

O quilômetro 127, na região dos bairros Nova Americana e Jardim dos Lírios, é o que fez mais vítimas, bem como o período da noite e madrugada.

Professor da FEC (Faculdade de Engenharia Civil) e da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da Unicamp, Creso de Franco Peixoto explica que no período noturno, diferente do diurno, a visão humana é do tipo escotópica, ou seja, mais plana, não dá muita profundidade.

“Associado a essa dificuldade, o cansaço físico e a tendência de casos de embriaguez mais severos, isso tende a gerar mais acidentes à noite e mais graves do que de dia”, diz o professor.

Trecho da Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304) em Americana – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

Das 346 mortes, 192 ocorreram em Americana, sendo 36 delas na SP-304. Santa Bárbara responde pelas outras 154 vítimas e desses, 32 morreram na Luiz de Queiroz. Em Santa Bárbara, a SP-304 corresponde a 42% da extensão das faixas que cortam o município.

Portanto, afirma o professor, quando se compara o número total de acidentes com os que foram registrados só na Luiz de Queiroz, no trecho de Santa Bárbara, a via está em condição favorável, já que o percentual de ocorrências [21%] corresponde à metade da extensão da SP-304.

Com relação a Americana, apenas duas rodovias cruzam o município: a SP-304 e a Anhanguera (SP-330). “E o interessante é observar que ambas têm a mesma extensão, cruzando o município em 11 quilômetros, o que dá um nível de concentração, participação de 50% para cada uma delas”, afirma Peixoto.

Perfis dos óbitos na SP-304, entre Americana e Santa Bárbara, desde 2015 – Foto: Editoria de Arte / O Liberal

Segundo o professor, concessionárias que administram as rodovias desenvolvem ações para mitigar ou diminuir a concentração de
acidentes, principalmente os graves.

“Há um descrédito da parte do motorista de forma bem considerável que não se deva andar acima da velocidade permitida. Uma parte deles não vê problema em beber alguma coisa e pegar a rodovia ou beber muito e ir para a rodovia”, afirma Peixoto.

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Portanto, de acordo com ele, é muito difícil uma concessionária reduzir os acidentes sob essa ótica. “Mas é possível minimizar velocidade com fiscalização mais intensa, apesar das grandes restrições que existem em termos legais para se efetivar uma política de redução de ocorrências ponto a ponto da rodovia”, diz.

Ações. Em nota, o DER (Departamento de Estradas e Rodagens), responsável pela SP-304, afirma que os dados sobre acidentes são analisados e norteiam o planejamento de ações e campanhas educativas para proteção à vida e redução de acidentes.

“Além disso, a SLT [Secretaria de Logística e Transportes] promove operações conjuntas com equipes do DER, concessionárias e Polícia Rodoviária Estadual em todo o Estado e realiza um trabalho de identificação e mitigação de pontos com alto índice de acidentes”, conclui a nota do departamento.

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