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REPRESENTATIVIDADE

Quem são os candidatos indígenas de Americana e região em 2024

Dani Miranda (PL), Índio do Sobrado Velho (Avante) e Neide Costureira (PT) se candidataram em Americana, enquanto Arlene da Banca (Rede) concorre em Sumaré

Por Lucas Ardito*

02 de setembro de 2024, às 08h53

A RPT (Região do Polo Têxtil) tem quatro candidatos declarados indígenas para as eleições deste ano – todos para o cargo de vereador -, um a mais do que em 2020.

Em Americana, se candidataram Dani Miranda (PL), Índio do Sobrado Velho (Avante) e Neide Costureira (PT), enquanto em Sumaré Arlene da Banca (Rede) é a candidata que se declarou indígena ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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Dani Miranda, de 54 anos, está em sua terceira campanha. Ela é assistente social de origem Yanomami, grupo indígena que vive na região norte da Floresta Amazônica, na fronteira entre Brasil e Venezuela. Dani conta que, pela cultura de sua tribo, poderia ter sido sacrificada após nascer, pelo fato de ter uma irmã gêmea.

A candidata Dani Miranda, do PL, de Americana – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

“Eu vim da tribo Yanomami, que ainda tem a sua cultura ativa. Na tribo, quando nascem gêmeos, um deles é sacrificado e, no meu caso, eu seria sacrificada. Antes de a minha mãe dar à luz, a minha avó falou para o pajé e para o cacique que iria enterrar um dos gêmeos, porque eles já sabiam, mas não enterrou”, disse.

“Eu fui inserida no meio dos outros como menino. E assim o tempo foi passando, fui evoluindo e minha avó ficava com medo. Fui participando de todos os rituais, então na hora de colocar a mão no formigueiro, por exemplo, eu não podia gritar”, completou.

Quando Dani era criança, a avó foi até o Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) em busca de uma solução para que a neta não fosse descoberta.

Assim, a hoje candidata a vereadora por Americana foi adotada e, antes de chegar à cidade em que está há mais de duas décadas, passou por Rondônia e Rio de Janeiro.

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“Acho que o povo está precisando de ideias novas, de conhecimento. Não estou dizendo que os outros vereadores não têm capacidade, mas acho necessária uma outra visão de acolhimento. Acho que a nossa câmara é distante para o povo”, finalizou.

Índio do Sobrado Velho

Saturnino Sampaio da Silva, 60, mais conhecido como Índio do Sobrado Velho, nasceu no Maranhão e é natural do grupo indígena nômade Tapuia. O candidato está em Americana há 30 anos e, há 23, mora no Sobrado Velho, a última colônia de Americana, e tem um empreendimento no local.

O candidato Índio do Sobrado Velho, do Avante, de Americana – Foto: Leonardo Matos/Liberal

“Americana foi uma família. Foi pai e mãe para mim. Essa é minha segunda candidatura e o objetivo é ajudar a cidade como ela vem me ajudando até o presente momento”, disse o candidato, que está em sua terceira candidatura.

“Para mim é uma tremenda alegria estar ajudando e queremos ajudar ainda mais Americana a continuar crescendo. Americana está expandindo para o lado do Sobrado Velho, mas a gente pensa na cidade de modo geral”, completou.

A candidata Neide Costureira, do PT de Americana – Foto: Reprodução/Redes sociais

Ainda em Americana, Neide Costureira é outra candidata de origem indígena. Ela é nascida em Minador do Negrão (AL) e tem 55 anos. Essa é a primeira vez que ela participa de uma campanha eleitoral.

Sumaré

Em Sumaré, Arlene da Banca, 50, é a representante indígena. Ela é de São Luís (MA) e está na cidade há 23 anos. Além de dona de banca, Arlene é missionária e realiza serviço social em hospitais. A candidata está na terceira tentativa ao cargo.

A candidata Arlene da Banca, da Rede, de Sumaré – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

“Essa eleição está diferente para mim. Sendo uma vereadora indígena, eu vou lutar nas pautas da desigualdade, que ainda tem muita descrença das pessoas, infelizmente. Estamos no século XXI, mas os pensamentos ainda estão aí, eu sinto na pele”, disse.

“Sumaré é uma cidade que eu amo e que me acolheu. No terceiro dia que cheguei já fui trabalhar e construí muitas coisas, construí minha família. É uma cidade boa, mas tem como melhorar, principalmente se a gente começar pelo meio ambiente”, completou.

*Estagiário sob supervisão de Rodrigo Alonso

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