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Construção

Na região, cimento e tijolo têm alta de cerca de 40%

De acordo com o sindicato do segmento, existe risco de desabastecimento de insumos na região

Por Heitor Carvalho

23 de setembro de 2020, às 08h43 • Última atualização em 24 de setembro de 2020, às 01h58

Construtor diz que milheiro do tilojo passou de R$ 580 para R$ 750 nos últimos meses - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) teve impactos econômicos notáveis, como o aumento recorde do preço do arroz. No entanto, outros tipos de insumos também foram afetados, como é o caso dos materiais de construção. Na região, a alta de produtos como cimento e tijolo chegou a 40% em relação ao início do ano.

De acordo com Katrius Azevedo, funcionário de um depósito de materiais de construção na Vila Amorim, em Americana, os preços começaram a subir logo após a quarentena.

“O tijolo e o cimento foram os que mais subiram aqui na loja. O valor de cabos elétricos também dobrou e estamos com todos os produtos em falta, exceto um item ou outro”, explicou.

Um levantamento realizado em julho pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) com construtoras de 25 estados constatou que 95% delas informaram que o cimento teve aumento entre março e julho. Destas, 66% informaram terem sofrido aumento de preços de até 10%; e 28%, acima de 10%.

Segundo o SindusCon-SP (Sindicato da Construção), alguns prazos de entrega desses insumos também estão sendo dilatados, abrindo a possibilidade de desabastecimento.

Natália Bassete, que trabalha em uma construtora na Vila Santa Catarina, em Americana, atestou a alta generalizada dos produtos do setor.

“Está tendo muito aumento nos materiais, desde cimento, aço, parte elétrica, hidráulica”.

Em um manifesto à imprensa, entidades do setor da construção alertaram que os aumentos poderão trazer mais desemprego e prejudicar obras públicas e privadas. No documento, elas dizem que não aceitarão elevação nos preços no atual ambiente econômico e social.

A Secretaria de Defesa do Consumidor do Estado de São Paulo também foi procurada por representantes do setor e um pedido de providências foi formalizado junto ao Procon-SP.

Alexandre Teixeira, 40 anos, construtor de uma imobiliária do Planalto do Sol, em Santa Bárbara d’Oeste, trabalha com imóveis financiados pela Caixa e reclamou do impacto dos aumentos.

“O preço do saco de cimento passou de cerca R$ 18 para até R$ 27 agora, enquanto o do milheiro do tijolo passou de R$ 580 para R$ 750. A conta não fecha”, lamenta.

Para o engenheiro Fernando Romero, diretor de uma construtora no Jd. São Paulo, o aumento foi sentido em função da paralização das empresas.

“Não houve compras no atacado e no varejo. Agora, com o retorno, indústrias que estão retomando não estão preparadas para atender a demanda reprimida”, disse.

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