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Hortolândia

Dono de locadora investigada pelo ‘golpe do cashback’ estaria na Holanda

Informação foi passada à Polícia Civil pela proprietária de uma locadora que locava 792 veículos para a RT&T

Por Caio Possati

05 de junho de 2022, às 10h58

O caso da locadora de carros RT&T, que funcionava em Hortolândia e vem sendo investigada pelo crime de estelionato desde abril de 2021, ganhou novos capítulos nos últimos dias. Documentos juntados nos autos do processo, que corre na 2ª Vara Cível de Hortolândia, indicam que o proprietário da empresa indiciada, Cláudio Roberto da Costa Reis, teria fugido do País e estaria em Amsterdã, na Holanda, onde não há acordo de extradição com o Brasil.

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A informação foi obtida por meio de um depoimento concedido à Polícia Civil em 5 de maio pela empresária Elisane Lopes Ferreira, proprietária de uma locadora de veículos que prestava serviço para Cláudio Roberto desde 2018.

Ela afirma que soube da ida do suspeito para a Europa porque teria recebido fotos das passagens de avião de Cláudio. As imagens foram enviadas de uma das ex-funcionária da RT&T. As investigações confirmaram a veracidade do relato.

Elisane é uma das vítimas de Cláudio Roberto, investigado por estelionato e crimes, que envolvem o esquema de cashback e pirâmide financeira aplicados por meio da locadora. O esquema consistia em devolver para clientes todo dinheiro pago no aluguel de um veículo após 15 meses de uso.

Os carros, contudo, não eram de propriedade da empresa de Cláudio, mas alugados de outras locadoras por intermédio da empresa de Elisane. Ela alega que, por meio de sua empresa, locava 792 veículos para a RT&T. Cláudio sublocava os carros para outras pessoas – o que não era permitido em contrato.

Ainda segundo Elisane, o proprietário da RT&T pagava à ela mensalmente R$ 2,5 milhões, e estaria devendo R$ 1 milhão.

“Em seu depoimento, Elisane Lopes Ferreira informa que somente com sua empresa, Cláudio locou 792 veículos, chegando a pagar mensalmente pela locação o valor R$ 2,5 milhões”, escreveu o delegado José Regino Melo, em pedido de transferência da investigação do 2º DP de Hortolândia para o DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de São Paulo.

O delegado pede transferência por entender que se trata de “uma investigação complexa” e que envolve “vasto número de vítimas localizadas em diversos estados do País”.

O LIBERAL procurou Cláudio Roberto e os familiares do indiciado, mas não teve as perguntas respondidas. A reportagem também tentou localizar Elisane Lopes, mas a empresária não retornou aos contatos até o fechamento da edição.

Em abril a RT&T, que funcionava no Golden Park, em Hortolândia, encerrou as atividades de forma repentina, sem avisar clientes, funcionários e demais empresas que prestavam serviço para a locadora, sendo a de Elisane uma delas.

Com o fechamento das portas, clientes sentiram-se lesados e com receio de não ter o retorno do dinheiro investido. Centenas de boletins de ocorrência foram registrados desde então.

A apuração do LIBERAL teve o conhecimento de que pessoas foram obrigadas a devolver os veículos antes do tempo previsto por meio de mandados de busca e apreensão. 

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