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Clandestinos

Prefeitura de Americana prepara lei contra bingos

Medida ocorre depois de um pedido do Ministério Público e prevê que a interdição do estabelecimento aconteça já no primeiro flagrante

Por George Aravanis

04 de dezembro de 2019, às 08h10 • Última atualização em 04 de dezembro de 2019, às 10h52

O secretário de Negócios Jurídicos de Americana, Alex Niuri, disse que prepara um projeto de lei para viabilizar a cassação do alvará de funcionamento de estabelecimentos nos quais seja flagrada a exploração de jogo de azar, como máquinas caça-níqueis e bingo. O objetivo é que a interdição aconteça já no primeiro flagrante. Niuri afirma que o projeto deve ser encaminhado este ano ao Legislativo.

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Só em novembro, a polícia fechou três cassinos clandestinos e apreendeu 175 máquinas caça-níqueis em Americana. Também no mês passado, cinco policiais foram presos suspeitos de envolvimento com um bingo em Santa Bárbara d’Oeste.

Foto: Polícia Militar / Divulgação
No final do mês passado PM fechou mais um bingo em Americana

A prefeitura elabora o projeto após cobrança do MP (Ministério Público), que enviou um ofício para a administração no dia 25 de outubro pedindo intensificação da fiscalização e a interdição de estabelecimentos nos quais a prática seja flagrada.

A ideia é que, além das providências na esfera penal, a punição administrativa ajude a coibir a jogatina ilegal.

Segundo o secretário, é comum que, logo depois que a polícia apreenda máquinas caça-níqueis em um bar, por exemplo, o dono reponha os equipamentos. Caso a lei seja aprovada, os envolvidos na exploração dos jogos de azar perceberão que as consequências serão mais graves, o que pode inibir a iniciativa, avalia o secretário.

Para Niuri, jogos de azar, como máquinas caça-níqueis, são um “câncer” para a sociedade. “Tem gente que gasta o salário do dia nisso daí”, afirmou o secretário.

De acordo com o secretário de Negócios Jurídicos, hoje a legislação municipal é deficitária. Segundo ele, há norma legal que prevê a cassação do alvará, mas após várias notificações, e o objetivo é alterar esta lei para endurecê-la e permitir o fechamento do local ainda no primeiro flagrante.

A reportagem não encontrou leis sobre o tema no site da prefeitura. Questionada sobre qual regra legal trata do assunto, a assessoria de imprensa do governo informou que a legislação acerca do assunto é esparsa e que está sendo feito um compilado para aperfeiçoá-la.

No ofício enviado em outubro, o MP diz que, em casos recentes, há indicação de que os exploradores de bingos pretendem continuar com as atividades.

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Na carta, a Promotoria lembra que o bingo é vedado pela lei das contravenções penais – que prevê aos exploradores pena de três meses a um ano de cadeia. “A constatação dessa prática impõe que no seu exercício de polícia o ente Municipal promova a interdição do estabelecimento em que explorado o jogo de azar”, informa o documento.

“Vamos colaborar com o MP. [Vamos promover] ações duríssimas nessa máfia do jogo de azar e do jogo do bicho”, afirmou Niuri.

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