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VAZIOS

Imóveis ficam sem uso após agências bancárias fecharem em Americana

Em Americana, há ao menos seis locais, antes ocupados por bancos, à espera de uma destinação

Por Gabriel Pitor

22 de setembro de 2024, às 08h52

Imóvel que abrigava agência do Branco do Brasil, no Centro – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Pagamentos, empréstimos, financiamentos, transferências, entre outros: foi-se a época em que todas essas transações eram feitas exclusivamente nos caixas dos bancos. O avanço dos canais digitais, que reuniram todos os serviços em aplicativos, trouxe às pessoas uma comodidade a ponto de nem precisar sair de casa para resolver problemas pontuais.

Por outro lado, as agências esvaziaram e as instituições financeiras têm optado por fechá-las para cortar “gastos desnecessários”. Em Americana, este cenário pode ser observado na quantidade de imóveis que abrigavam as estruturas e, atualmente, se encontram vazios — embora não estejam necessariamente abandonados ou indisponíveis.

O LIBERAL levantou seis pontos que estão nesta situação e durante apuração recebeu relatos de que os idosos são os clientes mais afetados pela falta do “banco físico”.

A vendedora Isabella Ferraz, 32, trabalha em um estabelecimento ao lado do antigo Santander, que até outubro do ano passado ficava na Avenida Nossa Senhora de Fátima. Segundo ela, quase um ano depois ainda tem pessoas de 40 a 60 anos que perguntam sobre a agência.

“Eles vêm aqui e me perguntam por que fechou ou, aqueles que não sabem ainda, onde está o banco. Quando a gente informa, eles ficam chateados, porque agora precisam descer no Centro para fazer uma transferência ou pegar uma informação”, disse.

O prédio, até então, está fechado e disponibilizado para locação por meio de duas imobiliárias. O LIBERAL entrou em contato com uma dessas empresas e foi informado que existem pessoas interessadas no imóvel, mas há especificidades na estrutura, montada para uma agência.

Imóvel onde funcionava agência do Bradesco, na Avenida Campos Salles – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Também houve interessados no salão do antigo Bradesco da Avenida Campos Salles, que pertence ao mesmo proprietário de uma funerária, onde a reportagem conversou com uma secretária. De acordo com ela, o edifício vazio recebeu três visitas nos últimos meses, mas há uma intenção do dono em reformá-lo para receber a sede da funerária.

Prédio onde funcionava agência do Santander, na Avenida Campos Salles – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Em frente a esse prédio, na mesma avenida, também foi fechada uma unidade do Santander. Atualmente, a estrutura está vandalizada, com pichações e vidros quebrados, o que tem preocupado comerciantes do entorno. Alguns deles relataram furtos de cabos e fiações.

Outra agência que recentemente foi fechada é a do Itaú, no cruzamento da Rua Washington Luiz com a Rua Sete de Setembro, no Centro. Porém, essa propriedade ainda abriga uma unidade do Itaú Unibanco e um estacionamento no subsolo, o que colabora para tirar a sensação de abandono.

Esquina onde funcionava agência do Itaú, no Centro de Americana – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Novos empreendimentos

O mesmo não se pode dizer do antigo prédio do HSBC, na Rua Fernando Camargo, em frente à Praça Comendador Müller. Ao LIBERAL, comerciantes vizinhos contaram que a entrada do local é frequentemente usada por pessoas em situação de rua para dormir. Além disso, como o imóvel tem várias vitrines, é possível ver que do lado de dentro está sujo.

Prédio do antigo HSBC, na região central de Americana – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

A vendedora Lorrainy Arquaz, 25, sente falta da agência ao lado da sua loja de artigos para celulares, já que o movimento do banco ajudava na visibilidade do seu negócio.

“A gente tinha um público mais envelhecido e com a situação atual do Centro, que já não vem muita gente, o banco ajudava a trazer um pouco mais de pessoas. Então, às vezes os idosos vinham fazer alguma coisa na agência, via a nossa loja e entrava para comprar. Hoje, não tem mais isso”, relatou.

Porém, o salão pode ter mudanças nos próximos meses, segundo o proprietário. Recentemente, foi fechado um acordo de locação para o imóvel e o contrato está sendo formulado.

Outro prédio que poderá receber um novo empreendimento é o do antigo Banco do Brasil, na Rua Dom Pedro II, em frente à Praça Quinze de Novembro. Em maio deste ano, o ponto foi leiloado pela instituição financeira estatal por R$ 2,6 milhões. De acordo com proprietários de comércios vizinhos, o local recebeu manutenções nas últimas semanas.

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