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PANDEMIA

Em uma semana, ao menos 19 morrem por coronavírus em Americana

Número elevado é reflexo do aumento de casos positivos durante o mês de março, avalia infectologista

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07 de abril de 2021, às 08h06 • Última atualização em 07 de abril de 2021, às 08h35

Em apenas uma semana, ao menos 19 pessoas morreram por causa do novo coronavírus (Covid-19) em Americana. O levantamento foi feito pelo LIBERAL com base nos boletins epidemiológicos divulgados pela prefeitura.

Membro do Comitê de Crise da prefeitura e médico da rede particular da cidade, o infectologista Arnaldo Gouveia Junior aponta que o número elevado de óbitos é reflexo do aumento expressivo de casos positivos registrados em março.

Arnaldo Gouveia Junior aponta que óbitos são reflexo do aumento expressivo de casos na cidade – Foto: Prefeitura de Americana / Divulgação

Em apenas 23 dias, o mês passado já havia se estabelecido como o mais fatal da pandemia em Americana. Com os dados represados confirmados entre segunda e terça pela prefeitura, a cidade teve 69 mortes em março.

Entre as 19 novas vítimas informadas entre 30 de março e 5 de abril, 10 são idosas. As demais tinham menos de 65 anos.

O mais jovem era um homem de 31 anos, morador do bairro Vila Margarida e sem doenças preexistentes. Ele estava internado em um hospital particular e faleceu no dia 30 de março

“As mortes não ocorrem simultaneamente ao aumento do número de casos. As pessoas ficam positivas, adoecem e lá pelo sétimo, décimo dia começam a piorar e vão morrer lá pelo 14º dia. Geralmente as mortes acontecem de 10 a 14 dias depois do pico de notificações”, explicou Arnaldo.

O mês passado também forçou a estrutura do sistema de saúde ao limite. Desde o dia 17 de março, todos os leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) dos três hospitais particulares da cidade estão lotados.

Em 29 de março, não havia nenhuma vaga disponível, já que o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi também ficou com lotação máxima. Com o envio de cinco novos respiradores pelo Ministério da Saúde no último sábado, apenas o HM se mantém com leitos livres. Dos 26 do hospital, 14 estão em uso.

Segundo Arnaldo, o agravamento da pandemia tem saturado o sistema de saúde e forçado os hospitais a deslocarem profissionais de outros setores para atuarem na unidades intensivas. Muitas vezes, esses trabalhadores ainda não tem a experiência necessária.

“Você faz o que tem pra hoje, mas certamente não com a mesma qualidade de quando está com as equipes treinadas e habituadas a este tipo de caso”, ponderou Arnaldo.

“Foram criados mais serviços de UTI, mas você não tem profissionais intensivistas para isso tudo. Falo com profundo respeito aos colegas que estão se dedicando. Estão cobrindo as UTIs, mas por mais amor que tenham à causa, não é a mesma coisa”, lamentou o infectologista.

Na cidade como um todo, a taxa de ocupação do sistema de UTIs era de 87% nesta terça-feira (6), com 79 dos 91 em uso. Já nas unidades de enfermaria, que são aquelas sem respiradores, 100 dos 105 estão ocupadas, taxa de 95%

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