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Caso Mônica de Paula

Em reconstituição, gerente de posto confessa homicídio, mas muda versão

No entanto, Helio Leonardo Neto mudou a versão sobre como teria matado Mônica Matias de Paula

Por Cristiani Azanha

26 de junho de 2024, às 08h38 • Última atualização em 26 de junho de 2024, às 08h49

A reconstituição do assassinato de Mônica Matias de Paula, de 33 anos, foi realizada na tarde desta terça-feira (25) pelos peritos IC (Instituto de Criminalística) de Americana, a pedido do delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Filipe Rodrigues de Carvalho, que coordena a apuração sobre o homicídio. O principal suspeito, o gerente de posto Helio Leonardo Neto, 47, foi trazido sob escolta policial da Penitenciária de Guareí, acompanhado dos advogados.

Ele participou da reprodução simulada e mais uma vez confessou o crime, que ocorreu em março deste ano, mas mudou a versão de que teria matado a vítima com um mata-leão.

Reconstituição do crime ocorreu nesta terça-feira – Foto: Marcelo Rocha / Liberal

A atividade teve início no interior da delegacia especializada, onde o suspeito teria informado mais detalhes sobre o assassinato. Depois, o grupo seguiu até um condomínio de alto padrão na Praia dos Namorados, onde o gerente confessou que teria encontrado com a vítima.

Ele alegou que seguiu com Mônica até a Rodovia Anhanguera (SP-330), em direção a Limeira. No entanto, durante o trajeto, eles teriam se envolvido em um desentendimento.

O assassinato teria sido cometido dentro do carro do suspeito, que foi estacionado às margens da rodovia, perto de um motel, em Limeira.

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“Como o processo segue em segredo de Justiça, não podemos revelar mais detalhes sobre a reconstituição. No momento oportuno será revelado pelo laudo que será elaborado pelo Instituto de Criminalística. O nosso cliente colaborou com a reconstituição e tivemos a confirmação da “verdade real” dos fatos, mas aguardaremos os detalhes sobre a conclusão do IC para apresentarmos a defesa”, informaram, em nota, os advogados Jean Carlos de Lima e Fernanda Fachine, que defendem o réu.

Investigação

Durante o interrogatório realizado em março, após a prisão do suspeito, na sede da DIG, o gerente afirmou que chegou a contratar um detetive particular para vigiar Mônica e também para não causar a desconfiança de sua esposa, que teria recebido ameaças da vítima sobre a exposição dos encontros com Helio para programas, mediante pagamento.

Reconstituição do homicídio de Mônica de Paula, na Rodovia Anhanguera – Foto: Marcelo Rocha/Liberal

Helio disse que tinha colegas que conheciam “gente da pesada”, que tentaram marcar encontro com Mônica, mas não conseguiram. “Apesar de ter um monte de armas, pensei que não ia dar tiro, porque ia manchar o carro”, declarou o acusado aos agentes na época.

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No dia do encontro com o gerente, Mônica chegou a demonstrar desconfiança em relação ao suspeito e, de acordo com o próprio suspeito do crime, questionou mais de uma vez sobre se ele estava com ódio dela naquele momento.

Mônica Matias de Paula tinha 33 anos; corpo foi achado em área rural de Limeira – Foto: Reprodução / Redes sociais

Após o assassinato, Helio confessou também que deixou o corpo nas proximidades da empresa Suzano e atirou o celular de Mônica pela janela, na Anhanguera.

Gerente será julgado por posse ilegal de armas no dia 2 de julho

Paralelamente ao homicídio de Mônica Matias de Paula, que ainda está em fase de apuração, o gerente de posto de combustível Helio Leonardo Neto, de 47 anos, também será julgado por posse ilegal de arma de fogo. A audiência virtual sobre o caso está programada para o dia 2 de julho, na 1ª Vara Criminal de Americana, a partir das 14h.

Ele mantinha 80 armas de fogo e mais de 16 mil munições na casa onde vivia, na região da Praia dos Namorados.

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Segundo os policiais civis da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana,  Helio tinha registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), mas parte das armas não era legalizada. Ele admitiu ter matado Mônica, alegando ter sido ameaçado por ela.

80 armas de fogo, algumas delas não legalizadas, e mais de 16 mil munições foram apreendidas – Foto: DIG de Americana/Divulgação

No arsenal apreendido pela polícia estavam pistolas de grosso calibre, garruchas, revólveres, espingardas calibre 12 e rifles, de uso permitido e restrito, além de armas de airsoft. Já entre as munições estavam cartuchos de calibres e armas diversos, até mesmo de fuzil.

Os advogados Jean Carlos de Lima e Fernanda Fachine, que representam o réu, chegaram a pedir liberdade provisória do acusado e também se manifestaram contra a destruição das armas. “A defesa afirma que Hélio era CAC e as armas apreendidas são relacionadas à coleção. Alguns laudos ainda não ficaram prontos, por isso, precoce adiantar a tese defensiva”, citou a defesa do gerente, em nota.

O juiz da 1ª Vara Criminal, André Carlos de Oliveira, decidiu pela manutenção da prisão preventiva, mas, com relação à destruição das armas, preferiu aguardar a decisão final sobre o caso.

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