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Economia

De janeiro a setembro, valor de itens da cesta básica subiu 28% em Americana

Açúcar, banana, arroz e óleo foram os produtos que ficaram mais caros para o consumidor, aponta levantamento de economista

Por Marina Zanaki

20 de setembro de 2020, às 08h29

O arroz subiu 51,72% de janeiro a outubro - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

O valor da cesta básica em Americana aumentou 28% desde o início do ano, segundo um levantamento realizado pelo economista Marcos Dias, professor da Fatec e colunista do LIBERAL.

A pesquisa mostra que 12 dos 13 itens que compõem a cesta ficaram mais caros no período. Apenas o tomate teve queda no preço entre janeiro e setembro.

O economista realizou um levantamento dos preços desses produtos em três supermercados de Americana e fez uma média dos valores informados. Em janeiro, a cesta básica custava R$ 374,99 na cidade. Em setembro, esse preço aumentou para R$ 482,43.

O índice geral de preços de alimentos, medido pelo IPCA-IBGE, teve aumento de 5% esse ano, mas diversos itens da cesta básica ficaram bem mais caros.

O açúcar teve o maior aumento percentual entre os itens analisados no levantamento, com crescimento de 117%. Três quilos do produto custam R$ 14,10 – há nove meses, essa mesma quantidade saía por R$ 6,51.

A banana teve aumento de 66% no período, e o arroz, que tem chamado a atenção nas últimas semanas por se aproximar dos R$ 30, aumentou 60%.

O economista elencou algumas explicações. A primeira tem a ver com a demanda, já que o consumo de alimentos aumentou diante do cenário de restaurantes fechados e pessoas em casa em função da pandemia. Houve também quebra de safras, diminuindo a quantidade de produtos disponíveis.

O preço do dólar teve grande influência na disparada dos preços. A valorização da moeda estrangeira torna mais atrativo exportar do que vender ao mercado interno. Dias calculou que, de janeiro de 2019 a setembro de 2020, a cesta básica teve aumento real de 40%.

“Se comparar com a inflação do período, foi pequena e não houve um aumento de renda. Foi provocado basicamente pelo aumento da demanda. É um aumento atípico de ocorrer em meses. Não é muito comum”, explicou o economista.

ESTOQUE. O aumento nas prateleiras ainda está abaixo do aumento real no custo para os supermercados. A informação é do diretor comercial da rede São Vicente, Marcos Cavichioli.

Ele contou que os estoques com preços antigos ajudam a amenizar parte do impacto, mas que se não houver uma diminuição nos custos, logo será necessário repassar ainda mais ao consumidor.

“A competitividade do setor é tão grande que até quando tem um aumento expressivo de custos, o setor consegue segurar o preço para o consumidor final”, comentou.

“Por dois motivos: porque entende que a cesta básica tem itens essenciais na alimentação da população e já trabalha com margens bem mais apertadas; e no trabalho de ajudar a controlar a inflação, que infelizmente tende a vir, principalmente puxada pelos alimentos”, afirmou Cavichioli ao LIBERAL.

LEVANTAMENTO. A pesquisa de preços feita pelo economista Marcos Dias considerou os produtos e as quantidades que compõem a cesta básica, de acordo com a legislação brasileira. Os valores foram colhidos em três supermercados da região. Os preços unitários correspondem à média simples dos preços obtidos.

Aumento nas prateleiras

Veja a evolução dos preços de itens da cesta
PRODUTOJANEIRO DE 2020SETEMBRO DE 2020
Arroz (3kg)R$ 7,42R$ 11,88
Feijão (4,5kg)R$ 27,41R$ 30,15
Carne de 2ª (6kg)R$ 138R$ 196,20
Farinha (1,5kg)R$ 4,91R$ 6,00
Óleo (750ml)R$ 2,68R$ 4,20
Margarina (750g)R$ 7,01R$ 7,95
Leite (7,5l)R$ 20,10R$ 27,75
Açúcar (3kg)R$ 6,51R$ 14,10
Café em pó (600g)R$ 9,17R$ 10,80
Batata (6kg)R$ 17,11R$ 18,00
Tomate (9kg)R$ 39,60R$ 36,00
Banana (9kg)R$ 24,93R$ 41,40
Pão francês (6kg)R$ 70,14R$ 78,00

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