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Covid-19

Caixa com máscaras descartáveis chega a R$ 125

Proprietários de lojas de itens hospitalares se dizem reféns das distribuidoras, que chegaram a cobrar R$ 200 pelas 50 unidades do produto

Por Leonardo Oliveira

19 de março de 2020, às 10h53 • Última atualização em 19 de março de 2020, às 13h34

O surto do novo coronavírus tirou das prateleiras das farmácias as máscaras descartáveis e criou no mercado uma caça pelo produto. Uma caixa com 50 máscaras triplas, que antes custava R$ 4,50, agora é vendida a R$ 125 pelo comércio atacadista.

Os proprietários de lojas de itens hospitalares de Americana reclamaram da situação ao LIBERAL. Eles se dizem reféns das distribuidoras, que chegaram a cobrar R$ 200 pelas 50 unidades do produto. Com isso, para ter uma margem de lucro, acabam tendo que repassar ao consumidor final.

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Quem faz a distribuição acresce outra porcentagem no valor e as máscaras ficam mais caras para os estabelecimentos

A maior parte das máscaras do mundo é feita na China. É da província de Hubei que a Descarpack, uma das maiores varejistas do ramo no Brasil, importa o produto. Como lá ocorreu o epicentro da doença, o estoque das fábricas foi dedicado à demanda nacional, dificultando o acesso dos demais países, segundo o diretor de negócios da Descarpack, Renato Joiozo.

“A gente está trazendo máscara via aérea para atender ao mercado do Brasil, pagando um frete internacional caro, locando avião para conseguir abastecer. A demanda explodiu, mas a gente está fazendo o máximo que der pra reduzir esse preço”, disse o diretor em entrevista ao LIBERAL.

Saiba tudo sobre o coronavírus, o que ele provoca e como se prevenir

Joiozo nega que tenha chegado a cobrar R$ 200 pelo pacote de máscaras. O que acontece é que a Descarpack não vende diretamente para os comerciantes. O produto é comprado pelas distribuidoras em grandes quantidades e depois repassado para farmácias.

Quem faz a distribuição acresce outra porcentagem no valor e as máscaras ficam mais caras para os estabelecimentos. “Estão fazendo um pedágio exorbitante. Os fabricantes estão vendendo para o distribuidor, que cobram o quanto quer”, disse o proprietário da Ahospimed, Eduardo Picconi – a loja de Americana vende produtos cirúrgicos e hospitalares.

O diretor da Descarpack disse que a caixa com 50 máscaras, antes da pandemia, era vendida a R$ 4,50. O valor foi subindo até a empresa decidir suspender as vendas. Somente nesta quarta-feira a Descarpack voltou a disponibilizar o produto depois que o governo zerou o imposto sobre a importação de itens médicos e hospitalares. Agora, o valor cobrado é de R$ 125.

Na rede pública, a diferença também é sentida. Superintendente da Fusame, José Carlos Marzochi afirmou que o valor da máscara saltou de R$ 0,06 para R$ 2,90.

Além da Capa, o podcast do LIBERAL

A edição desta semana do podcast “Além da Capa” fala sobre a pandemia do Covid-19, o novo coronavírus, e seus impactos nas cidades que fazem parte da RPT (Região do Polo Têxtil). Ouça:

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