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POLÍCIA

Bandidos usaram carro com placa sugestiva em assalto no Terras do Imperador: PCC

Mandante do crime já foi condenada por integrar facção criminosa; polícia prendeu dois

Por João Colosalle

10 de agosto de 2022, às 11h00

Bandidos que assaltaram uma casa do condomínio Terras do Imperador, no final de julho, em Americana, usaram um carro com uma placa sugestiva: PCC0B15.

A menção à sigla da facção criminosa Primeiro Comando da Capital guarda relação com o crime. A mulher que dirigia o carro é apontada como uma integrante da organização, conforme o LIBERAL revelou nesta quarta-feira (10).

Luma Valéria Rovagnollo, de 33 anos, conhecida como Penélope ou Bela, foi alvo de investigação do Ministério Público em Ribeirão Preto, em 2020, após ser interceptada em ligações telefônicas discutindo assuntos da facção.

Segundo a polícia, Luma, conhecida como Penélope, atuou como “piloto de fuga” – Foto: Divulgação

Na época, a chamada Operação Kleptos a apontou como uma espécie de liderança feminina da organização na região, participando inclusive de “tabuleiros”, julgamentos próprios que a fação realiza e que, por vezes, acaba em agressões ou mortes.

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A Promotoria chegou a pedir a prisão da mulher, mas, na data em que a operação foi deflagrada, ela foi um dos alvos não encontrados.

Em maio, Luma foi condenada a 7 anos de prisão por integrar organização criminosa, no âmbito da Operação Kleptos. Antes, em 2019, ela já havia pego 8 anos de prisão por ter sido flagrada, junto a outra mulher, transportando um fuzil, quatro pistolas e munições na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã.

No roubo no Terras do Imperador, condomínio de alto padrão de Americana, foi utilizado um Ford Fusion branco cuja placa, com a menção ao PCC, teria sido adulterada ou seria dublê.

Fachada do condomínio Terras do Imperador – Foto: Junior Guarnieri / LIBERAL

O crime ocorreu no final da manhã do dia 30 de julho, um sábado. Uma das moradoras da casa foi abordada logo após chegar à residência. Dois assaltantes armados a renderam e roubaram cerca de R$ 220 mil em objetos, dentre eles, um relógio Rolex de R$ 150 mil.

No momento da abordagem, Luma é quem teria ficado no carro, do lado de fora da casa, monitorando a situação, e, depois, ajudado na fuga. Durante o crime, o marido da vítima abordada na residência, um empresário, teria sido vigiado enquanto praticava esportes em uma quadra do condomínio.

Luma foi reconhecida pelas vítimas como uma vizinha da casa assaltada. Para o assalto, ela teria alugado uma residência próxima à das vítimas, cerca de 10 dias antes. A casa, inclusive, não chegou a ser mobiliada.

Ainda não se tem informação de como ela conseguiu alugar uma casa no condomínio, que conta com estrutura de segurança. A principal suspeita é que ela tenha usado documentos falsos. A polícia agora busca pelo paradeiro da mulher.

Prisões

Nesta terça-feira (10), agentes da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana prenderam dois suspeitos do assalto. Pai e filho, de 50 e 36 anos, respectivamente, eles seriam os responsáveis pela abordagem da vítima na residência. Com eles, presos no Jardim Terramérica, foram apreendidos cerca de R$ 20 mil.

O delegado da DIG, Lúcio Antonio Petrocelli, afirma que os dois tiveram as prisões temporárias decretadas pela Justiça pelo período de 30 dias.

“Eles foram identificados durante o inquérito policial e foram reconhecidos como autores do roubo. O próximo passo será pedir a quebra do sigilo telefônico para apurar a participação no crime”, afirmou o delegado ao LIBERAL, nesta terça.

O advogado Dinael de Souza Machado Junior, que representa os dois presos, afirmou “categoricamente” que seus clientes são inocentes e que “todo mal entendido será esclarecido em breve”.

Colaborou Cristiani Azanha

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