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Notícias que inspiram

Ações Sementinhas: plantando para colher um futuro mais fértil

Projeto idealizado a partir da iniciativa de uma mãe ajudou a transformar a realidade do bairro Jardim Brasília e hoje, além de impactar, também contagia a comunidade e “faz acontecer”

Por Jucimara Lima

17 de janeiro de 2022, às 07h14 • Última atualização em 17 de janeiro de 2022, às 07h15

Edna brinca que gosta de fazer “terrapia” - Foto: Claudeci Junio - O LIberal.JPG

No início do ano, visitamos a Praça Manoel Françoso, no Jardim Brasília, no limite entre Americana e Santa Bárbara d’Oeste, e encontramos a voluntária Edna Nardi Mendes Camilo, de 52 anos, literalmente com a mão na massa, limpando, enfeitando e cuidando do espaço público que acabou virando quase a extensão de sua casa.

Moradora do bairro há mais de 20 anos, ela é a idealizadora do projeto Ações Sementinhas, iniciado em 2006, cujo principal objetivo sempre foi a conscientização sobre a importância de cuidar do meio ambiente, além da valorização da educação.

Edna se envolveu na ideia quando a filha primogênita Thais Mendes Camilo, hoje com 26 anos, estava cursando o ensino fundamental na escola Prof. Antonieta Ghizini Lenhare, que na época tinha acabado de começar a funcionar integralmente.

“Achei uma excelente oportunidade para as crianças do bairro, em contrapartida, fui percebendo as dificuldades da escola. Então, como eu acredito muito no poder transformador da educação e de que por meio dela podemos mudar vidas e até o futuro de um país, decidi ajudar”, lembra.

Nessa época, Edna fazia de tudo um pouco, da monitoria até limpeza e organização de festas para ajudar na manutenção na escola, que era bem carente. Expandindo os horizontes, de lá ela passou a ajudar outras escolas no bairro.

“Como eu não queria que o trabalho fosse vinculado ao meu nome, até porque a ideia era formar um grupo que agisse no bairro, então batizei com esse nome, afinal, nada nasce grande, mas com o tempo, as coisas vão se formatando, crescendo e dando frutos”, pontua.

Os frutos vieram. E os frutos de fato vieram e as sementes se multiplicaram. Engajada, Edna contagiou outras pessoas da comunidade e juntos eles foram conquistando melhorias como uma quadra coberta para uma das escolas e até a ida de uma escola de ensino médio para o bairro, que até então não tinha.

“Fomos descobrindo caminhos para conseguir as coisas. Fui me descobrindo e cada vez mais me envolvendo nas questões do bairro”, recorda ela, que acredita que o ideal é se mobilizar. “A verdade é que tudo é muito burocrático, por essa razão, aposto em começar com pequenas ações”.

Curiosamente, da turma da filha dela, que foi a motivação inicial, muitos se formaram em faculdades conceituadas como Unicamp e USP. “Minha filha fez design na USP, uma prova de que se a gente cuidar direitinho dá tudo certo. Se você não tem condições favoráveis, precisa criá-las”, exemplica. Atualmente, mesmo a filha já estando formada, Edna continua trabalhando nas escolas do bairro, limpa e planta flores na avenida principal, atua no Centro Dia e na Apae, além de estar participando da criação de um jardim sensorial na Emei Ceci.

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Praça do Jardim Brasília é só um dos espaços nos quais ela pratica voluntariado – Foto: Claudeci Junio – O LIberal.JPG

Ações Sementinhas. No momento, o projeto continua com sua proposta inicial e tem transformado cada dia mais a realidade da comunidade do Jardim Brasília. “Eu trabalho de domingo a domingo. Aqui a gente limpa, capina, planta grama, flores, plantas medicinais e ainda mantém os canteiros organizados. Eu nunca tenho pressa, porque apesar de gratificante, esse trabalho desgasta fisicamente”, explica.

Quando olha para o passado e observa tudo que foi feito, Edna abre um sorriso. “Quando comecei muita gente vinha, arrancava as plantas, jogava lixo onde havia limpado, danificava os brinquedos, só que com o tempo, tabalhando e insistindo, as pessoas foram notando as mudanças. A comunidade reconhece! Então, o que quero dizer é que quem quer mudar, deve lançar a semente, e não pode ter pressa. A semente se desenvolve no tempo da natureza. A educação leva tempo, então, para mudar a cultura das pessoas ao nosso redor é preciso persistir! Uma hora floresce e quando isto acontece é gratificante”.

Para finalizar, ela aconselha. “Tá muito estressado, faça ‘terrapia’. A gente, muda!”, brinca.

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