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POLÍCIA

Ação contra sequestro prende mulheres e liderança do PCC em Americana

Caso está ligado a sequestro de motorista de caminhão ocorrido em Santo Antônio de Posse; vítima foi liberada

Por Cristiani Azanha

06 de abril de 2024, às 16h43 • Última atualização em 06 de abril de 2024, às 18h49

Duas mulheres e um homem que seria uma liderança da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foram presos nesta sexta-feira (5), em Americana, durante uma operação policial sobre um sequestro de um motorista de caminhão. Um dos suspeitos do crime está foragido.

O caso teve início após a Polícia Civil do Paraná acionar a Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Piracicaba, na quinta-feira (4), em relação a um roubo de veículo e de carga em Santo Antônio de Posse.

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De acordo com a polícia, uma parte dos assaltantes levou o caminhão para a Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai. Já outra parte dos criminosos levou o motorista, de 63 anos, como refém para um condomínio de apartamentos em Hortolândia, onde ele foi ameaçado de morte.

Os bandidos chegaram a enviar para a família um vídeo em que um deles apontava um revólver para o motorista idoso e exigiram o pagamento de R$ 20 mil.

Armas, simulacro, coletes e máscara foram apreendidos durante investigação sobre sequestro – Foto: DIG Americana

A família chegou a fazer um pagamento de R$ 10 mil, por Pix, para a conta de um homem identificado como Nathã, com endereço no Antônio Zanaga, em Americana.

Policiais da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, coordenada pelo delegado Filipe Rodrigues de Carvalho, com o apoio da Delegacia Antissequestro da Deic de Piracicaba, foram até o endereço de Nathã, conhecido também como AK. No local, a polícia não o encontrou, mas achou pedras de crack, balança de precisão e invólucros plásticos usados para guardar drogas.

Durante a apuração, os policiais descobriram que Nathã teria “contratado” duas mulheres, para que elas emprestassem contas bancárias.

Os investigadores aprofundaram as atividades de inteligência e conseguiram a identificação exata das suspeitas. Uma delas, de 27 anos, foi localizada no mesmo bairro e confirmou que recebera um valor em dinheiro por Pix e depois fora procurada pelo suspeito para sacar o dinheiro em uma agência bancária.

Outra equipe policial foi a um apartamento no bairro Chácara Letônia e localizou uma mulher de 34 anos, que também teria recebido uma quantia em Pix. Ela confessou que emprestou a conta a pedido da outra suspeita.

Ainda durante as diligências, os policiais levantaram a informação de que Nathã seria traficante de drogas e trabalhava a mando de um indivíduo conhecido como Irmão Magnata, suposto integrante do PCC, atuante em Americana, nos bairros Zanaga e Parque Gramado.

Os agentes foram até a casa de Irmão Magnata, no Parque Gramado, onde fizeram campana com uma viatura descaracterizada.

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Após algum tempo, os policiais perceberam que um homem que se aproximou do portão e olhou para os lados da rua, como se esperasse por alguém. Os policiais decidiram abordá-lo e descobriram se tratar de Irmão Magnata.

Ao realizarem buscas na casa, os agentes localizaram um revólver calibre 38, uma pistola calibre 9 mm, um simulacro de pistola, dois coletes balísticos com placas e uma máscara plástica facial, além de utensílios com restos de pó branco e invólucros plásticos iguais aos encontrados no endereço de Nathã.

Segundo informação dos policiais, Irmão Magnata se intitulou membro da organização criminosa, figurando como “Geral do Estado de São Paulo”, uma liderança, e responsável pelo tráfico de drogas em Americana e Santa Bárbara d’Oeste.

Com relação às armas, ele teria comentado que elas eram utilizadas para “missões” envolvendo homicídios na região, de acordo com a corporação. Nathã não foi localizado.

Após a prisão dos suspeitos em Americana, o motorista foi libertado pelo bando em Campinas junto com outros dois motoristas, que também teriam sido alvo de sequestros. As duas mulheres foram autuadas pelo crime de extorsão mediante sequestro e associação criminosa.

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Já Irmão Magnata foi autuado por crimes envolvendo a posse de armas, tráfico de drogas e organização criminosa. A advogada dele, Sandra Manzano, disse ao LIBERAL que, no momento oportuno, irá explicar o ocorrido. Ela negou, porém, que ele tivesse ligação com Nathã ou com o sequestro do caminhoneiro.

Outro caso

Em fevereiro, uma investigação da DIG de Americana prendeu um homem de 37 anos, suspeito de integrar uma organização criminosa que roubava caminhões e praticava sequestro. A prisão ocorreu em um condomínio na Praia Azul, em Americana.

Para roubar os caminhões, o grupo atraía os alvos como se estivessem buscando serviços de frete. Quando os motoristas iam ao encontro do contratante do serviço, eram abordados por supostos assaltantes e levados para cativeiros.

Os bens eram roubados, valores eram transferidos por meio de Pix e os caminhões também eram levados pelos bandidos. Segundo a polícia, os veículos tinham como destino o Paraguai.

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