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Revista L Pets

Vida longa aos nossos pets

Tutores e veterinários contam cuidados fundamentais para garantir longevidade e qualidade de vida aos pets; conheça as histórias de Sofia, Amora, Negão e Meg

Por Isabella Holouka

11 de abril de 2024, às 09h47

Assim como acontece com as pessoas, animais longevos acumulam vivências e aprendizados, expressam as diferentes fases da vida com mudanças comportamentais, superam acidentes e, muitas vezes, também sofrem as desvantagens do envelhecimento e de serem mortais. Uma vida longa, confortável e feliz é o que desejamos para quem amamos, e com nossos pets jamais poderia ser diferente.

Joana com as cachorrinhas Sofia, de 11 anos, e Amora, de 14 – Foto: Marcelo Rocha_Liberal

Para tutoras de Americana e Santa Bárbara ouvidas pela reportagem, amar, cuidar, atentar-se a mudanças, proteger e fazer escolhas conscientes são demandas constantes para os pets viverem ao máximo. Consultados pela

Revista L Pets, médicos veterinários acrescentam prevenir e controlar doenças crônicas, diminuir os riscos de acidentes, castrar e incluir check-ups na rotina anual na lista de cuidados essenciais para que os pets alcancem a idade avançada com qualidade de vida. Duas cadelinhas, três gatinhos e uma maritaca compõem a companhia doméstica de Joana D’Arc dos Santos, de 50 anos, e sua família, em Americana. Mas as cachorrinhas Amora, de 14, e Sofia, de 11, são os xodós da casa.

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Amora foi um presente após a família mudar de residência. Uma mistura de poodle com vira-lata, ela teve um diagnóstico de insuficiência renal há cerca de 6 anos, precisou ser internada e tratada. Visão e audição falhando, bem como o comportamento mais quietinho, denotam o avanço da idade, mas a peludinha vive bem, continua disposta a correr em seus passeios matinais e noturnos e com bom apetite – ama fígado cozido, além da ração especial que consome.

Já a poodle Sofia foi uma herança deixada pelo pai de Joana, que faleceu há dois anos. Apesar de já ter mais de uma década de idade, mantém comportamento jovial e gosta de correr atrás dos gatos, conta Joana.

“Precisamos amar muito esses bichinhos e cuidar muito bem. Ter atenção aos sinais, quando estão tristinhos, quando andam de um modo diferente, se têm uma dorzinha ou não. Cuidado é muito importante. Se o bichinho está doente, não vai melhorar sozinho”, alerta a tutora.

O controle das doenças crônicas é fundamental para a longevidade dos animais, assim como é para os seres humanos, explica o médico veterinário Felipe Eloy, diretor técnico do Hospital Veterinário Myourpet. “Doenças crônicas, como insuficiência renal, diabetes, doenças cardíacas, entre outras, podem reduzir significativamente a qualidade de vida e a expectativa de vida dos animais se não forem adequadamente controladas”, ressalta Felipe.

“No caso da insuficiência renal em cães e gatos, geralmente envolve uma combinação de dieta especializada, medicamentos prescritos pelo veterinário, monitoramento regular da função renal com exames de sangue, urina e imagem e terapias de suporte. Quando a doença é controlada adequadamente, os sintomas podem ser gerenciados e em alguns casos a progressão pode ser retardada. Isso pode permitir que o animal viva por mais tempo e desfrute de uma vida mais confortável e ativa”, detalha o veterinário. Vale ressaltar que tanto tratamentos quanto resultados podem variar de um animal para outro.

Quando medicar o animal é estressante para tutor e pet, a manipulação pode ser uma saída para garantir a efetividade das terapias. A Farmácia de Manipulação Veterinária Amor ao Bicho oferece opções que podem ser mais palatáveis para cães e gatos em tratamentos contínuos, como medicações ou suplementações em molho para ser acrescentado à ração, por exemplo.

Mas os tutores preocupados com o bem-estar e a longevidade de seus pets precisam dar a devida atenção aos cuidados preventivos, antes que qualquer sintoma apareça. O alerta é da médica veterinária Gabriela Previatti Crema, responsável pela PetVet Clínica Veterinária.

“Tratar a doença é muito importante, sim, mas prevenir é ainda melhor. Assim evitamos o sofrimento do animal. É importante vacinar e fazer exames frequentes. Muitas vezes os resultados são bons, mas, diante de uma alteraçãozinha, já sabemos quais cuidados o animal precisa. Caso contrário, no futuro, essa pequena alteração pode evoluir e se tornar uma situação mais séria”, considera.

Animais domiciliados vivem mais – A expectativa de vida de cães e gatos varia de acordo com a raça e o porte do animal. Estima-se que cachorros pequenos vivam entre 12 e 18 anos, podendo até ultrapassar os 20, e os de médio porte vivam entre 10 e 14 anos, enquanto os cachorros grandes e gigantes ficam entre 5 e 12 anos. Já os gatos têm expectativa de vida variando entre 14 e 20 anos.

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Contudo, não é raro encontrar um animal muito bem cuidado para quem a idade é apenas um número abstrato e distante na carteira de identificação e vacinação. O gato Negão, da autônoma Juliana Cristina Romagnoli, já alcançou os 21 anos e ainda parece estar no auge de sua vitalidade, é um deles.

O Negão é muito saudável, ativo e ama colo, especialmente de Antonella Politori, 11, filha de Juliana. Ele convive bem com outros animais, incluindo o cachorro Fred e a calopsita Charlotte, com quem divide a casa. Devido a um acidente doméstico que lhe rendeu uma fratura exposta há 15 anos, ele tem um pino em uma das patas traseiras. Castrado, nunca apresentou qualquer problema de saúde, nem mesmo cegueira ou surdez de velhice.

Antonella com o gato Negão, de 21 anos, que ama colo – Foto: Marcelo Rocha_Liberal

A única exigência cotidiana do gato é que a família faça um rodízio de marcas de rações. “Ele está meio chato, toda semana trocamos a ração porque ele enjoa. Tem semana que damos com peito de frango cru e em outras, sardinha fresca”, conta. 

Para a tutora, domiciliar o gato foi determinante para a sua longa vida. “Cuidado para o gato ficar dentro de casa, eu acho que é essencial, porque gato que não para em casa, vai para a casa dos outros, pode ser envenenado ou atropelado”, adverte a moradora de Americana.

Segundo a médica veterinária Patrícia Comelato, da Univet Clínica Veterinária, animais mantidos em ambientes controlados correm muito menos riscos. Para os felinos, estudos apontam que a manutenção dentro de casa é a principal responsável por elevar a expectativa de vida de 3 a 5 anos para 15 a 20 anos, em média.

Além da maldade humana e de atropelamentos, Patrícia cita possíveis brigas por território, infestações de parasitas e doenças virais como as temidas FIV (vírus da imunodeficiência felina) e FELV (Vírus da Leucemia Felina). Os cães acostumados às saidinhas sem supervisão também podem sumir por dias atrás de cadelas no cio, especialmente se não forem castrados.

“Animais não domiciliados têm desafios imunológicos maiores do que animais que vivem em ambientes controlados, com alimentação de boa qualidade”, resume ela, lembrando que a castração também tem importância fundamental para evitar crias indesejadas, prevenir doenças e aumentar a expectativa de vida.

Doenças ósseas e articulares demandam atenção

Nanci e a cachorra Meg, de 13 anos, que se recupera de uma cirurgia ortopédica – Foto: Marcelo Rocha_Liberal

Resultado do cruzamento entre um golden retriever e uma bernese, a cachorra Meg, de 13 anos, se recupera de uma cirurgia ortopédica. Além do comportamento mais calmo e sonolento, a companheira da professora Nanci Aparecida Azanha Balam também desenvolveu uma doença óssea ao chegar à terceira idade.

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“São mais de 13 anos, ela é uma cachorra de grande porte, pesa 57 quilos e nos últimos anos apresentou dificuldades para se levantar com as patas traseiras. Uma alternativa que encontramos com os veterinários foi a cirurgia, mesmo considerando os riscos, pois resolveria de vez. Nos primeiros dias [após a operação], ela ficou amuada, com dor, mas percebi que já se levantou melhor. Ela ainda está em recuperação, mas com certeza eu fiz a escolha certa”, desabafa a tutora.

Muitas doenças ósseas e articulares podem acometer os pets, esclarece a médica veterinária radiologista Vanessa Páfaro, responsável pelo laboratório Páfaro Medicina Veterinária Diagnóstica. Ela explica que diferentes tipos de doenças afetam os animais de raças pequenas, grandes ou gigantes. O diagnóstico preciso e precoce depende da observação do comportamento do animal, exames de toque, radiografia tomografia e ressonância, dependendo da lesão a ser investigada.

“Os animais de raças menores, shitzu, lhasa, spitz e maltês, por exemplo, tendem a ter um probleminha no joelho que é a luxação de patela. Podem já nascer com a patela luxada ou o próprio desenvolvimento deles pode causar esse deslocamento ósseo ou ligamentário. Pequenos e médios também podem, com o passar do tempo, desenvolver lesões nos ombros, normalmente nos ligamentos e tendões”, descreve a especialista.

“As doenças ósseas de crescimento costumam afetar animais de raças grandes ou gigantes. A maioria delas pode melhorar somente com o término do desenvolvimento ósseo, demandando um tratamento adequado com analgésicos, anti-inflamatórios, exame físico e radiográfico. Também temos as doenças que aparecem em uma fase mais adulta, em pacientes idosos, as artroses no quadril ou cotovelo, doenças da coluna e hérnias de disco, em raças como golden, labrador, rottweiler, alguns pit bulls e buldogues”, complementa Vanessa.

De acordo com ela, problemas na coluna e no quadril podem acontecer em gatos, mas são mais raros.

A chegada de Meg ficou gravada na memória de Nanci e, depois de uma vida inteira de dedicação e amor recíprocos, o desejo da tutora é que a cachorra tenha muitos anos de vida saudável ao seu lado. “Quando a vi, logo me apaixonei. Apesar do tamanho, e do latido rouco, ela é muito meiga e carinhosa conosco. Eu e meu marido não tivemos filhos e ela sempre foi a nossa companheira. Foi uma vida inteira de dedicação conosco, então o mínimo que podemos fazer é cuidar dela em sua velhice”.

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