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Casa

Guia de cuidados para ter orquídeas sempre floridas

Espécie é a preferida na hora de presentear e com os cuidados adequados se desenvolve e volta a florescer

Por Isabella Holouka

18 de maio de 2021, às 07h16

As orquídeas compõem uma das maiores famílias de plantas existentes, com muitíssimas e variadas formas, cores e tamanhos. Elas têm predominância em áreas tropicais e despertam o interesse de colecionadores em todo o mundo.

Também é umas das espécies preferidas na hora de presentear. Na região de Americana são facilmente encontradas nas floriculturas e mercados, normalmente vendidas em vasos de plástico. A Phalaenopsis é um exemplo de orquídea comercial.

Heloísa e seu pai, Luiz Francisco Bordignon – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Diretora de comunicação do CAO (Círculo Americanense de Orquidófilos) e proprietária do Orquidário de Americana, Heloisa Bordignon Leme afirma que é possível cultivar as orquídeas ganhadas de presente, independentemente da espécie, fazendo com que a planta volte a florescer nas próximas estações.

Com a consultoria de Heloísa e seu pai, Luiz Francisco Bordignon, que é diretor técnico do CAO e proprietário do orquidário há 25 anos, a Revista L elaborou um guia para iniciantes no cuidado de orquídeas. Os especialistas garantem que, quando bem cuidadas, as plantas podem durar para sempre.

Ambiente

Os vasos de orquídeas geralmente são embalados com plásticos ou papéis decorativos, que podem ser retirados ou mantidos durante a floração, desde que a rega seja frequente. O vaso pode ficar exposto sem alterações enquanto durar a flor, e depois a planta pode ser plantada em um tronquinho (conforme indicado a seguir).

As orquídeas precisam de um ambiente ventilado e com boa luminosidade, independente de ser casa ou apartamento, com uma média de 6 horas de sol indireto por dia.

O sol direto nos períodos mais quentes pode queimar a planta, embora a luminosidade direta do início da manhã ou do final da tarde não costumem ser motivos de problemas. Manchas pretas geralmente são sinais de queimadura.

O ideal é tentar reproduzir o ambiente das estufas na montagem de um orquidário: tela para sombreamento com 70% de retenção de luminosidade solar, fechada de todos os lados para evitar insetos e com boa umidade.

Pergolados com sombrites também funcionam, mas demandam atenção com bichinhos que podem se alimentar das plantas. Devido à grande
variedade de espécies de orquídeas e disponibilidade de informação online, vale a pena pesquisar em busca da planta que melhor se adapta ao ambiente disponível.

Rega

No vaso de plástico (onde normalmente vem a planta) a retenção de água costuma ser grande. Por isso esta opção oferece maior liberdade para quem tem rotina corrida, mas é preciso se atentar porque a orquídea não gosta de ficar com as raízes encharcadas por muito tempo.

Após o transplante no tronquinho será necessário regar com maior periodicidade, no início do dia e no final da tarde, evitando os períodos mais quentes que podem render queimaduras.

O ideal é observar e, se a planta estiver seca, molhar. Pode molhar ela inteira, incluindo todas as partes, deixá-la encharcada, pois ela gosta de secar naturalmente. Em áreas externas pode até optar pela mangueira, deixando os borrifadores para a adubação. 

– Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

Adubação

A alimentação das orquídeas ocorre através da rega e da adubação. A recomendação dos especialistas é o uso de produtos específicos para as plantas desta família, seguindo as instruções de diluição, aplicação e periodicidade indicada pelos fabricantes.

“Aconselhamos o uso de adubo de manutenção, que é conhecido como NPK, que tem os nutrientes na proporção 20-20-20, cálcio e magnésio. Se você fizer uma tabelinha de adubação fica o NPK-adubo de manutenção a cada 15 dias, cálcio uma vez por mês e magnésio uma vez por mês. Assim você consegue dar todos os nutrientes para a planta crescer e florir na época
adequada”, explica Heloísa.

Ela indica a diluição dos produtos e colocação em borrifadores. A adubação também deve encharcar todas as partes das orquídeas, flores, folhas e raízes.

Além disso, Heloísa alerta: “O principal motivo dos iniciantes perderem orquídeas é deixar o substrato plantado na orquídea e muito úmido, molhando a todo momento. A orquídea não gosta de ficar com a raiz úmida por muito tempo”.

Cuidado com insetos

O aparecimento de insetos ao redor das orquídeas deve ser um motivo de atenção, pois eles podem trazer pragas e doenças, além de se alimentarem das plantas.

Agentes polinizadores, como as abelhas, quando polinizam as flores, fazem com que elas murchem e a floração da orquídea termina mais cedo. Borboletas, por outro lado, botam ovos nas orquídeas e, pouco depois, as lagartas comem as flores e folhas se não forem descobertas. Grilos e formigas também trazem malefícios.

Floração

As flores das orquídeas têm boa durabilidade. Depois que elas murcham, algumas pessoas preferem cortar as hastes florais e outras optam por deixá-las. A recomendação de Heloísa, diante da preferência de cortar, é esperar a haste estar completamente seca e utilizar uma tesoura de jardinagem esterilizada, evitando possíveis contaminações na planta.

Para esterilizar a tesoura, basta deixá-la sobre o fogo por 10 segundos. Depois de cortar a haste, outra recomendação é a aplicação de um pouco de canela em pó, com os dedos mesmo, no local onde foi o corte, já que a especiaria serve como um fungicida e cicatrizante natural.

Plantio

A indicação do COA e do Orquidário de Americana é o plantio da orquídea em um tronquinho de madeira chamada Sansão do Campo, comum na nossa região. O plantio pode ser feito com fitilhos, que são arames encapados, ou até mesmo com barbantes. O tronquinho precisa ser isento de tanino, substância presente nas madeiras que queima as raízes das orquídeas.

“Para passar a orquídea para o tronquinho a época após a floração é sempre boa, porque a orquídea vai soltando novos brotos e raízes, abraçando o tronquinho”, afirma Heloísa.

O ideal é comprar o tronquinho tratado. Versátil, ele pode ser pendurado ou apoiado em um vaso, em composição com musgo, especialmente para áreas internas.

No tronquinho a planta fica inteiramente exposta, sendo possível observar com clareza folhas, bulbos e raízes. Com o tempo, as raízes crescerão e não devem nunca ser aparadas, já que 90% da alimentação das orquídeas ocorre através delas.

Florir, soltar raízes ou brotos novos são sinais de que o cultivo vai bem. Sendo bem cultivada e adaptada ao ambiente, as orquídeas devem florir na próxima estação, de acordo com as características de cada espécie. A alta temporada é de abril a outubro. 

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