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PAIS E FILHOS

Saiba como preparar as crianças e adolescentes para o fim das férias e a volta às aulas

Orientadora parental lista estratégias para preparar e diminuir a resistência dos filhos no retorno à escola

Por Isabella Holouka

22 de janeiro de 2024, às 07h44

As crianças precisam ser estimuladas e encorajadas a voltarem para a escola - Foto: Adobe Stock

Na maioria das escolas do Brasil, o ano letivo de 2024 terá início no mês de fevereiro, podendo variar de acordo com cada instituição de ensino. Com isso, logo as crianças e adolescentes irão retomar a sua rotina de estudos, o que às vezes se torna um grande desafio para os pais.

Isso acontece porque os jovens estão confortáveis nas férias escolares e muitos deles não gostariam e não estão preparados para voltar às aulas. 

Para a orientadora parental e especialista em desenvolvimento neuroatípico, Andreia Rossi, é importante que os pais saibam lidar com os seus filhos da maneira correta no momento de volta às aulas. Ela explica que isso ajuda a evitar resistência.

“Primeiro de tudo, o retorno à escola não pode ser uma ameaça, por exemplo, falando para o jovem que a vida boa vai acabar e coisas do tipo, porque esse discurso pode gerar uma resistência ao ambiente escolar, fazendo com que a criança ou adolescente não se sinta confortável na escola”, comentou.

“As famílias precisam estimular uma volta às aulas adequada, organizada, confortável e segura”, completou a orientadora.

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Conforme dados recentes divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Brasil conta com aproximadamente 74,5 milhões de estudantes matriculados em instituições de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e EJA (Educação de Jovens Adultos).

Veja as dicas de como ajudar

Muitas crianças e adolescentes não estarão preparados para a volta às aulas, mas existem algumas estratégias que os pais podem usar com os seus filhos, para garantir um retorno à escola sem problemas. Confira:

Estabelecer uma rotina

Mesmo que o jovem ainda esteja de férias, é importante que os pais conversem com ele, estabeleçam uma rotina e coloquem em prática desde já. “Sabemos que não é nada fácil fazer isso durante as férias, mas organizar os horários e outras tarefas, é essencial para que a criança ou adolescente crie uma estabilidade emocional, fique acostumada com a rotina e não tenha problemas em ir para a escola”, explica Andreia.

Retomar combinados

Voltar a reduzir o tempo de uso de tela, como celular, videogame e computador, por exemplo, fará com que o jovem tenha um descanso mais proveitoso e também se adapte a usar menos telas no período escolar. 

Fornecer autonomia supervisionada

“Permitir que o filho organize a sua própria mochila e também os materiais escolares de forma supervisionada, fará com que a criança ou adolescente desenvolva uma maior autonomia e responsabilidade, que é essencial para o seu desempenho nos estudos”, pontua a orientadora.

Conversar sobre o retorno à escola

Antes de iniciar o ano letivo, é importante que os pais conversem com os filhos sobre postura de estudante e compromisso com os estudos, por exemplo, como será o planejamento e divisão de tempo para estudar em casa e fazer os seus deveres escolares. 

Volta às aulas e crianças atípicas

O retorno à escola pode ser ainda mais desafiador para as famílias atípicas, aquelas em que a criança ou adolescente tem um transtorno neurodivergente ou neurocomportamental, como TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e TOD (Transtorno Opositivo Desafiador). 

Além de preparar o jovem atípico para a volta às aulas, os pais também precisam prepará-lo para o dia a dia na escola, para que a sua aprendizagem não seja prejudicada.

“Os professores e direção precisam saber da condição do filho, para que estratégias sejam montadas e a criança ou adolescente não fique para trás nos estudos, em relação aos seus colegas. É importante que ela também se sinta parte do grupo”, ponderou Andreia. 

Alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem e regulação emocional, frequentemente manifestam falta de interesse ou recusa ao ambiente escolar. Garantir a participação ativa do jovem atípico nas atividades escolares, dividir a turma em grupos de trabalhos menores e heterogêneos, validar os compromissos, reconhecer e reforçar positivamente atividades bem feitas e saber lidar com as desregulações emocionais, é essencial para que os professores possam contribuir para o desenvolvimento escolar destes jovens.

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