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PAIS E FILHOS

Entenda como é possível criar filhos emocionalmente fortes, segundo psicólogos

Comunicação assertiva é a principal maneira para ajudar no desenvolvimento de autoestima e autoconfiança

Por Isabella Holouka

15 de janeiro de 2024, às 08h48 • Última atualização em 15 de janeiro de 2024, às 08h50

A vida é repleta de desafios e criar uma criança emocionalmente forte, que se percebe capaz de enfrentar obstáculos para seguir em frente, é muito importante. Segundo especialistas, a comunicação assertiva, que é firme, clara e honesta, é a principal ferramenta disponível para as famílias contribuírem com a inteligência emocional dos filhos.

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“Se a criança ou adolescente sabe que pode contar com sua família em qualquer ocasião e sem julgamentos, será forte. A forma como a família e os cuidadores se relacionam com ela – ou seja, como brincam, conversam, cuidam – é de longe o fator mais importante no desenvolvimento”, explica a psicóloga especialista em crianças e adolescentes Mariana Pereira de Paula, de Americana.

“O encorajamento dos pais traz para a criança a percepção de que ela é capaz e de que o que ela faz tem importância. Essa é uma ferramenta que desenvolve na criança autoestima, autoconfiança e autoresponsabilidade”, acrescenta.

Crianças mentalmente fortes são capazes de encarar os problemas de forma produtiva, se recuperar dos erros com positividade e enfrentar as dificuldades com competência, diz Filipe Colombini, psicólogo parental e CEO da Equipe AT, de São Paulo.

“Desde a primeira infância, é crucial que os pais ensinem as crianças a terem regulação emocional, proporcionando situações de felicidade e alegria, mas também mostrando que sentimentos como raiva, tristeza e frustração fazem parte da vida e não devem ser negligenciados”, acrescenta ele.  

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Uma maneira simples e realista de ensinar a resiliência, a capacidade de se adaptar à má sorte ou às mudanças, é mantendo uma rotina com os filhos, explica Mariana, que sugere que as famílias estabeleçam regras, limites e usem um quadro de rotina. 

Neste sentido, estimular a autonomia e a resolução de problemas é um caminho para não cair nas armadilhas da positividade tóxica, que podem repelir especialmente os adolescentes. Diante de desentendimentos, a psicóloga sugere o uso dos “três Rs da recuperação dos erros”, da disciplina positiva: Reconhecer o erro, reconciliar e resolver.

“Precisamos aprender e ensinar as crianças a se animarem com os erros, vendo-os como oportunidades para aprender. Pais devem ser exemplos de coragem para aceitar imperfeição, e assim as crianças e adolescentes irão aprender que erros são uma oportunidade de aprendizado”, diz Mariana.

Filipe Colombini destaca ainda a importância de evitar a superproteção, que pode gerar dependência emocional. “Ao invés disso, é preciso que as crianças tenham espaço para a expressividade, autonomia e responsabilidade”, completa. 

Colombini lembra que os filhos podem não dizer, mas estão sempre atentos aos comportamentos dos pais e aprendem através do exemplo. “O momento de aprendizado pode ser tanto uma conversa sobre um dia no trabalho quanto um convite para ver um filme ou praticar uma atividade física”, pontua.

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