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Pet

Cachorro comendo fezes pode ser sinal de problema de saúde

Entenda os possíveis motivos para o hábito, considerado desagradável pelos tutores

Por Stela Pires

01 de julho de 2024, às 07h27

O hábito de determinados animais domésticos de comer as próprias fezes é considerado um tanto quanto incômodo para os tutores, que por muitas vezes se desesperam sem saber como lidar com a situação. O consumo do excremento, chamado de coprofagia, tem motivos e pode indicar até mesmo problemas de saúde.

“Embora seja frequentemente observado como um comportamento indesejado, pode indicar problemas de saúde subjacentes”, alertou o médico veterinário especialista em clínica médica de cães e gatos Felipe Villares, do Hospital Veterinário Myourpet, de Americana.

Consumo do excremento, chamado de coprofagia, tem motivos e pode indicar até mesmo problemas de saúde – Foto: Adobe Stock

O especialista aponta que as raízes da copografia são diversas e podem estar ligadas a causas fisiológicas ou comportamentais.

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No primeiro grupo estão as deficiências nutricionais, acarretadas pela falta de nutrientes essenciais na dieta do animal. 

“A alimentação pode estar diretamente interligada ao problema. Uma dieta inadequada ou desequilibrada pode levar às deficiências, incentivando o animal a buscar nutrientes em fontes não convencionais, como as fezes”, explicou.

Os problemas digestivos também estão no grupo das causas fisiológicas. A má absorção de alimentos e doenças gastrointestinais podem desencadear o hábito da ingestão do excremento.

No grupo das causas comportamentais estão a ansiedade, estresse, tédio ou até mesmo a busca por atenção, de acordo com o médico veterinário. Felipe Villares aponta ainda que os instintos naturais herdados dos ancestrais selvagens também podem ser desencadeadores. 

Coprofagia pode ser problema em dobro

Além do problema de saúde subjacente à coprofagia, ou seja, o agente causador do hábito, a “mania” de comer as fezes pode desencadear uma série de outras enfermidades no pet. 

O animal pode ingerir tanto as próprias fezes quanto a de outros pets, e isso pode aumentar os riscos aos quais ele está exposto, de acordo com o veterinário.

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“A coprofagia facilita a entrada de parasitas no organismo”, disse. O especialista aponta que as fezes podem infectar o animal por conter bactérias e vírus, além de ovos de parasitas.

“Isso pode levar à infecções parasitárias e bacterianas, comprometendo a saúde geral do pet”, disse.

O hábito é mais recorrente em cachorros

A coprofagia é mais comum em cachorros, apesar de acometer qualquer espécie, como gatos e animais de fazenda.

O médico veterinário aponta que não há uma raça específica que apresente a coprofagia com regularidade, mas aquelas que têm tendências a problemas digestivos e comportamentais podem sim desenvolver o problema.

“Os beagles e labradores podem ser mais propensos. A explicação pode estar relacionada à predisposição genética para certos problemas de saúde ou comportamentais”, disse.

A solução

“O primeiro passo é consultar um veterinário para excluir possíveis causas médicas”, orientou Villares. Ele aponta que a realização do exame físico completo e testes laboratoriais são essenciais para identificar as possíveis deficiências nutricionais ou problemas de saúde subjacentes.

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“Uma vez que causas médicas sejam descartadas, pode-se considerar abordagens comportamentais e ajustes alimentares”, disse.

O médico veterinário alerta ainda que o processo de melhora exige paciência e persistência. Em casos mais graves, pode ser necessário o auxílio de um especialista em comportamento animal.

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