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Bem-Estar

O ceratoconeo pode atingir homens e mulheres e provoca alteração no formato e curvatura da córnea

Ao ser diagnosticado, exige atenção imediata, pois pode contribuir para o desenvolvimento de outras condições visuais, como miopia e astigmatismo

Por Milena Almeida - AmorSaúde.

28 de abril de 2024, às 08h32 • Última atualização em 28 de abril de 2024, às 08h33

O ceratocone pode provocar diversos sintomas, como coceira e irritação ocular - Foto: Pvproductions_Freepik

O ceratocone é uma condição oftalmológica crônica e progressiva que pode atingir homens e mulheres de todas as idades. Essa doença, caracterizada pela alteração no formato da córnea, transformando-a de uma forma esférica para uma forma cônica, pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do indivíduo. Por ser bilateral e assimétrica, a condição acomete os dois olhos, comumente afetando um deles de forma mais intensa.

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Ao ser diagnosticado, exige atenção imediata, pois pode contribuir para o desenvolvimento de outras condições visuais, como miopia e astigmatismo. Embora seja mais comum que a identificação do ceratocone seja realizada durante a infância ou adolescência, sua progressão pode continuar na fase adulta, geralmente estabilizando-se nesse estágio da vida.

A sua progressão é categorizada em quatro estágios principais: grau 1 (incipiente), grau 2 (moderado), grau 3 (alto) e grau 4 (avançado), com alguns profissionais da área reconhecendo até um estágio 5, que seria extremamente avançado. Os casos mais simples de ceratocone não demandam tratamentos mais intensos, porém, se não for devidamente tratada, a doença pode prejudicar a qualidade de vida do paciente e até mesmo chegar num estágio muito grave, sendo necessária a realização de um transplante de córnea.

Embora as causas exatas do ceratocone ainda não sejam totalmente compreendidas, sabe-se que é uma condição congênita e hereditária. Certos fatores, como coçar frequentemente os olhos, podem aumentar o risco de desenvolvimento ou agravamento do ceratocone. Assim, pessoas com doenças alérgicas, como asma ou rinite, têm uma predisposição maior à condição, devido à coceira ocular associada. Além disso, portadores da Síndrome de Down, Síndrome de Marfan, doenças da córnea e outras doenças oculares congênitas também são grupos de risco.

O ceratocone pode provocar diversos sintomas que comprometem a qualidade de vida e acuidade visual dos pacientes que apresentam como, por exemplo: perda de visão progressiva; visão distorcida e borrada; dificuldade para enxergar tanto de longe quanto de perto; diplopia (enxergar 2 objetos ao mesmo tempo); poliopia (enxergar diferentes imagens num mesmo objeto); hábito de forçar a visão para tentar enxergar melhor; dores de cabeça; enxergar halos ao redor de luzes mais fortes; grande sensibilidade à luz (fotofobia); coceira e irritação ocular.

O diagnóstico dessa doença é feito por um médico de oftalmologia, que fará análise dos sintomas e do histórico familiar do paciente, além de solicitar a realização de alguns exames, como a biomicroscopia. Popularmente conhecido como “exame na lâmpada de fenda”, exame consiste na análise das estruturas do olho em detalhes, como córnea, cristalino, retina, entre outros.

O oftalmologista também poderá solicitar uma topografia da córnea para visualizar, em 3D, a sua superfície de forma mais precisa e diagnosticar o paciente corretamente.

Além desses dois exames, uma solicitação de exames complementares pode ser solicitada, como uma paquimetria corneana e tomografia computadorizada da córnea.

O oftalmologista irá indicar o melhor tratamento a partir do diagnóstico e grau de complexidade da doença, podendo escolher entre opções cirúrgicas e não cirúrgicas. Veja:

Tratamentos não cirúrgicos

Estes tratamentos poderão ser indicados nos primeiros estágios da doença, e tem como função não a interrupção, mas a garantia da qualidade de vida do paciente. Alguns exemplos são:

Óculos de grau

É indicado nos estágios iniciais da doença, enquanto não há muito comprometimento e graves problemas de visão.

Lentes de contato

Auxiliam a ajustar a superfície antes da córnea, corrigindo o astigmatismo provocado pela deformidade. O ideal é que as lentes sejam rígidas, para uma melhor percepção visual do paciente, além de melhorar a oxigenação e reduzindo riscos de infecções. Lentes esclerais também podem ser usadas, uma vez que oferece mais conforto ao paciente acometido e pode corrigir casos mais avançados dessa anomalia.

Tratamentos cirúrgicos

Eles também irão depender do diagnóstico para avaliação do estágio da doença. No entanto, são opções para gravidades maiores.

Anéis intracorneanos

Ou anéis de Ferrara, são adicionados com intuito de melhorar a acuidade visual do paciente através da restauração do formato esférico da córnea, e são indicados especialmente no estágio intermediário da condição. O procedimento é indolor e dura cerca de 20 minutos. É importante destacar que esses anéis não impedem o progresso da doença, somente auxiliam a amenizar os sintomas e a garantir a qualidade de vida e visão do paciente. Esse tratamento pode ser realizado pelo SUS.

Crosslinking

Opção mais avançada de tratamento cirúrgico, indicado quando o paciente apresenta uma piora do quadro clínico e atinge o estágio mais avançado. Com intuito de fortalecer a estrutura corneana, ele estimula as moléculas de colágeno dos olhos, tornando-as mais rígidas e barrando o progresso do ceratocone. Feita com anestesia local, o Crosslinking é simples e rápido, necessitando somente de anestesia local e sem necessidade de internação. Por fim, é adicionada uma lente de contato gelatinosa no olho operado para auxiliar na cicatrização saudável e segura.

Transplante de córnea

Última indicação de tratamento para ceratocone, em que o médico substitui a córnea comprometida por outra saudável disponibilizada em um banco de olhos.

Fonte: Rede AmorSaúde

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