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Bem-Estar

Melatonina além do sono: conheça os benefícios da substância no tratamento do melasma

Farmacêutico e especialista em cosmetologia, explica um pouco mais sobre esses estudos e como o melasma pode impactar a vida e a autoestima de quem precisa lidar com este problema

Por Ana Carolina Patrão - TMA Comunicação

27 de abril de 2024, às 14h50

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano e que desempenha várias funções importantes no organismo, sendo o seu benefício mais conhecido o da regularização do sono, já que ela é a responsável por induzir a sonolência e, assim, contribuir com um sono mais profundo e reparador.

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Mas pesquisas recentes descobriram que os benefícios da melatonina também estão relacionados com a melhora do melasma. “É sabido que a melatonina é um antioxidante poderoso, que ajuda a neutralizar os radicais livres no corpo e isso pode ajudar a proteger as células do dano oxidativo, reduzindo o risco de envelhecimento precoce, inflamação da pele e melhora da proteção UV. Porém, por conta desse seu caráter antioxidante, alguns estudos apontam que seu benefício pode estender-se também para o tratamento de distúrbios pigmentares, como o melasma”, explica o dr. Maurizio Pupo, farmacêutico e professor especialista em cosmetologia.

Em um estudo publicado pela University of Miami Miller School of Medicine, em 2022, apontou que pacientes com melasma que fizeram uso de melanina tópica (5%) e oral (3 mg/dia) tiveram efeitos significativos de clareamento da pele, além de maior proteção contra o fotoenvelhecimento.

Outro estudo desenvolvido em Mumbai, pela DY Patil University, em 2023, avaliou de forma comparativa a eficácia da melatonina oral em combinação com ácido tranexâmico oral (TXA) versus o uso de TXA oral sozinho no tratamento do melasma. Foram selecionados 20 pacientes, sendo que 10 pacientes foram tratados com uma combinação de melatonina oral e TXA oral (Grupo A) e os outros 10 pacientes restantes foram tratados apenas com TXA oral (Grupo B).

Nos resultados, o Grupo A apresentou uma melhoria acentuada entre o 15º dia e os 2 meses de tratamento. Já o Grupo B apresentou uma melhoria mais lenta ao longo desses 2 meses. Desta forma, o estudo concluiu que a melatonina oral juntamente com o ácido tranexâmico oral tiveram melhores resultados no tratamento do melasma.

“É preciso ressaltar que o aumento da pigmentação da pele ocorre devido a vários fatores, como idade, alterações hormonais, desequilíbrios endócrinos, inflamação e exposição ambiental, como é o caso radiação ultravioleta (UV), luz azul e infravermelha, resultando em condições dermatológicas, como o melasma. E hoje em dia já existem diversos tratamentos para este problema, tanto tópicos, quanto clínicos. Mas a descoberta de que a melatonina também pode beneficiar a melhora do melasma, com certeza é um avanço significativo para os cuidados dermatológicos”, afirma o especialista.

Impacto na população brasileira

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a estimativa é que o melasma acometa de uma em cada três mulheres brasileiras (cerca de 35% deste público). “Este é um número alto e o problema é reconhecido como uma preocupação significativa na saúde da pele no Brasil, já que temos intensa exposição solar em grande parte do país durante todo o ano. Por isso, toda descoberta nesta área é de extrema importância, especialmente, para as mulheres que possuem sua autoestima afetada por conta do melasma”, diz dr. Maurizio.

Além da autoestima, o melasma também pode causar estresse emocional, devido à preocupação com a aparência, complicações psicológicas, como ansiedade e depressão, além de alguns riscos de danos à pele, por conta de tratamentos caseiros que podem tanto dar errado, quanto contribuir ainda mais com a sensibilidade da pele. “Ou seja, é um problema que vai muito além da estética e, por isso, deve-se dar atenção necessária para o assunto e tratá-lo de forma séria e urgente para tratamentos eficazes e seguros”, ressalta o farmacêutico.

“A descoberta de que a melatonina pode contribuir com a melhora do melasma é positiva de diversas formas, já que a substância também contribui com outros benefícios para o nosso organismo e, desta forma, será possível aliar a saúde da pele com a saúde do nosso corpo”, explica Dr. Maurizio.

Entre os principais benefícios da melatonina, além da já conhecida regulação do sono, destacam-se:

Propriedades antioxidantes: Como citado anteriormente, a melatonina é um antioxidante poderoso, que ajuda a neutralizar os radicais livres no corpo e, desta forma, contribui com a prevenção do envelhecimento precoce da pele.

Suporte ao sistema imunológico: Suas propriedades antioxidantes também podem desempenhar um papel na melhora do sistema imunológico, ajudando a fortalecer as defesas do corpo.

Regulação do humor: Alguns estudos ainda sugerem que a melatonina pode ter efeitos benéficos no humor, contribuindo com a redução dos sintomas de ansiedade e depressão em algumas pessoas.
Proteção cardiovascular: Existem evidências de que a melatonina pode ter efeitos protetores sobre o coração e os vasos sanguíneos, ajudando a regular a pressão arterial e reduzindo o risco de doenças cardiovasculares.

Benefícios para a saúde cerebral: A melatonina também pode ter efeitos neuroprotetores e, desta forma, contribui com a proteção do cérebro contra o estresse oxidativo e inflamação, reduzindo potencialmente o risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

“Como vimos, estudos desenvolvidos tanto com a melatonina oral, quanto tópica, trouxeram resultados positivos para o tratamento do melasma. Além disso, seu uso oral ainda pode contribuir com a nossa saúde de forma geral. De qualquer forma, sempre aconselhamos que o uso de suplementação deve ser acompanhado de um médico e tratamentos caseiros para melasma também não são indicados. Consulte sempre um profissional especializado para garantir os melhores resultados para a saúde do seu corpo e pele”, finaliza o especialista.

Fonte: Maurizio Pupo, farmacêutico ítalo brasileiro, pesquisador e professor especialista em cosmetologia.

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