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Pais & Filhos

Como lidar com o medo dos filhos de ir para a escola

Especialistas explicam como conter o pânico, acolher sentimentos e reafirmar confiança diante de supostas ameaças

Por Isabella Holouka

24 de abril de 2023, às 07h20 • Última atualização em 24 de abril de 2023, às 07h21

A ausência nas salas de aula não é sustentável por muito tempo - Foto: Adobe Stock

O medo voltou a se intensificar na última semana, com supostas ameaças de ataques a escolas que ocorreriam na quinta-feira (20), em referência ao “Massacre de Columbine” e ao dia do nascimento do ditador alemão Adolf Hitler, nascido em 1889. Para especialistas ouvidas pelo LIBERAL, é natural que as famílias sintam insegurança e medo, mas é importante conter o pânico, acolher os sentimentos de crianças e adolescentes e debater o clima escolar a fim de recuperar a tranquilidade e a paz.

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“A primeira coisa é olhar para a questão das fake news. As pessoas que normalmente fazem essas publicações, quem são? Que tipo de autorização elas têm para falar sobre esse assunto? Baseado em quê? Normalmente são postagens sem assinatura, com palavras que movimentam o emocional, mas não têm uma base de pesquisa e normalmente geram pânico”, introduz Daniela Munerato, psicóloga, psicopedagoga e mestra em psicologia do desenvolvimento e aprendizado pela USP (Universidade de São Paulo) com foco na construção da moral. 

“É natural que a família se sinta ‘de mãos atadas’, com medo, porque está sempre pensando que o próximo ataque pode ser na escola do filho, na cidade, mas precisamos conter esse pânico e trabalhar a insegurança da melhor forma possível”, afirma.

A maior parte das crianças pequenas não está ciente dos acontecimentos e boatos que assustam a comunidade escolar, e poupá-las é o correto a ser feito, explica Patricia Albieri Guidolin, pedagoga e coordenadora pedagógica, diretora pedagógica do Colégio Dom Bosco, em Americana. 

“Eu acredito que os pais não devam trazer o assunto à tona voluntariamente, mas esperar que os filhos pequenos tenham a iniciativa de perguntar. A partir disso, os pais conseguem investigar um pouco o que a criança sabe e conversar com calma. Não aprofundar detalhes nem contar tudo sobre o assunto. Nunca omitir ou inventar histórias, mas contar a verdade, de forma natural e segura”, orienta.

Daniela ressalta a importância de acolher o medo, mas lembrar que a escola é um ambiente seguro, diminuir inseguranças. “A criança tem uma dependência afetiva do adulto, então precisamos dizer para ela que, em casa, quem cuida dela é a família, na escola são os professores, coordenadores, diretores. Então, nós adultos vamos cuidar dessa questão, e está tudo bem. Tiramos da criança a responsabilidade de pensar o que fazer. Escutamos o que a criança está sentindo, perguntamos o que podemos fazer para ela se sentir melhor, e às vezes é estar mais próximo”, afirma.

Já quando o foco são os adolescentes, que provavelmente já levantaram o assunto em casa, o ideal é entender o quanto eles sabem, quais são as dúvidas, e também mostrar racionalidade e tranquilidade. “Orientar sobre perceber o que está acontecendo no entorno, sobre a observação, mas sem trazer um risco de que a qualquer momento um ataque pode acontecer, também para evitar ansiedade e estresse excessivos”, destaca Patricia.

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Daniela acrescenta a importância do tom aconselhador, frisando a segurança, os cuidados e a convivência, conscientizando também para que os adolescentes não façam brincadeiras sobre o assunto.

Já para aqueles que demonstram ansiedade e medo de ir para a escola, Daniela lembra que a ausência não é sustentável por muito tempo. “Precisamos dizer para elas voltarem para a escola, porque tem pessoas que vão cuidar delas. Sempre potencializar o diálogo, grande meio favorecedor da convivência, para que os adolescentes tenham cada vez mais condições de resolverem suas emoções e situações de descontrole aconteçam cada vez menos”, afirma. 

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