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Dia Mundial da Saúde

Casos de depressão e ansiedade são as maiores queixas no consultório

Especialistas explicam os fatores que mais desgastam o corpo e mente e como evitar o esgotamento emocional

Por Bruna Raicoski - Hochmüller Multimídia

08 de abril de 2022, às 11h48 • Última atualização em 08 de abril de 2022, às 11h49

Após dois anos de pandemia a saúde mental ganhou destaque e tem se tornado prioridade - Foto: Depression photo created by DCStudio - www.freepik.com

Com rotinas cada vez mais cheias e apressadas, muitas vezes acabamos não reservando o tempo necessário para cuidar da saúde do nosso corpo e mente. Após dois anos de pandemia a saúde mental ganhou destaque e tem se tornado prioridade. Neste Dia Mundial da Saúde que é comemorado anualmente hoje, dia 7 de abril, ressaltamos a importância de cuidar da saúde mental. Já que de acordo com dados colhidos pela Universidade de São Paulo (USP), o Brasil lidera uma lista de 11 países com mais casos de depressão e ansiedade durante a pandemia.

Ainda na pesquisa, o Brasil é o País que apresenta mais casos de ansiedade (63%) e depressão (59%); em segundo lugar ficou a Irlanda, com 61% das pessoas com ansiedade e 57% com depressão, e em terceiro aparecem os Estados Unidos, com 60% e 55%, respectivamente.

A psicóloga Bettina Correa, integrante da Iron Saúde Digital, aponta que as principais queixas que ela percebeu nas recentes sessões envolvem crises de ansiedade, insônia, compulsão alimentar descontrolada, instabilidade emocional e Burnout. Ela lista abaixo e comenta sobre cada um desses sintomas e o impacto na vida das pessoas.

Ansiedade – Muitos pacientes estão apresentando sintomas de ansiedade. Alguns manifestam por meio de picos ou até mesmo crises de ansiedade aguda, enquanto outros por meio de comportamentos compulsivos, como a compulsão alimentar.

Insônia – Uma das principais questões que vem chamando a atenção é a alteração do padrão de sono, principalmente a insônia. A alteração na rotina o aumento do uso de telas como TV, celular e computador, e até mesmo a ansiedade prejudica o sono.

Compulsão alimentar – Com o aumento de ansiedade, piora da qualidade do sono, o home office, muitas pessoas acabam comendo mais vezes ao dia, especialmente doces e fast food.

Instabilidade emocional — É muito comum escutar das pessoas ao nosso redor que “não sabem o que estão sentindo”. Acordam felizes, mas ao longo do dia ficam irritados, tristes, eufóricos, angustiados, ansiosos, tudo em menos de 24 horas.

Burnout – Com a popularização do home office, a falta de contato social, a rotina dentro de casa, o grande aumento no uso de tecnologias e o fato de a grande maioria dos colaboradores não conseguir separar o momento de trabalho do momento descanso. Esse esgotamento é uma das principais queixas dos pacientes no consultório.

Segundo o filósofo clínico Beto Colombo, para evitar esse desgaste emocional é fundamental dividir os papéis existenciais, o especialista afirma que esse é um dos pontos principais para quem deseja equilibrar sucesso e qualidade de vida. “A mesma pessoa que é mãe, filha, religiosa, esportista, passa a ser empresária, executiva ou secretária quando chega ao seu local de trabalho. Em cada papel existencial que vivemos podemos ter uma velocidade diferente e é importante dividi-los para evitar que a nossa velocidade no trabalho, por exemplo, atropele as coisas em casa, como mãe, filha ou até esposa, se o companheiro tiver um trabalho que exige outro ritmo”, inicia.

A segunda dica compartilhada pelo filósofo é saber dividir o tempo de cada tarefa de acordo com sua prioridade e ter disciplina para respeitar seu próprio planejamento. “Se você trabalhar de 8h às 18h e tiver 10 tarefas para fazer, pode separar três e eleger a mais urgente para resolver naquela semana ou dia. Mas é importante não se distrair com coisas aleatórias durante esse período, levando em consideração o horário de almoço e lanches da manhã e tarde, para evitar ter que cumprir o papel de trabalhador por mais tempo. E o contrário também ajuda, como evitar falar de trabalho durante a refeição”, afirma.

A terceira, mas não menos importante, dica de Beto Colombo é tomar cuidado com metas utópicas: “Não estabeleça metas impossíveis de serem alcançadas, se não irá acabar desanimando, estressando”. A busca pela meta impossível pode causar esgotamento extremo e é aí que pode surgir a Síndrome de Burnout, explica Bettina Correa. “Esse transtorno psíquico é comum de ocorrer em profissionais que passam por muitos momentos de tensão, pressão extrema e que exigem um grande envolvimento do indivíduo para realizar, seja de forma física, emocional ou psicológica”, explica.

O ideal, segundo Bettina, é que a pessoa que identifique qualquer sinal de esgotamento e estresse relacionado ao trabalho já busque ajuda profissional antes mesmo do quadro se agravar. “Além de tratar, é possível evitar esse transtorno buscando formas de alívio da tensão, praticando atividade física, tendo momentos de lazer e socialização e buscando uma boa qualidade de sono”, finaliza.

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