O Rio Branco foi reconhecido pela FPF (Federação Paulista de Futebol), nesta quinta-feira (23), como bicampeão do Paulista da Série A2. A federação passou a considerar os campeonatos do Interior de 1922 e 1923, ambos vencidos pelo Tigre, como a segunda divisão estadual.

A entidade divulgou essa informação durante o lançamento do livro “125 Anos de História – A Enciclopédia do Futebol Paulista”, evento transmitido ao vivo pelo YouTube. Outros títulos também foram reconhecidos pela FPF na ocasião.

A federação resgatou torneios realizados partir de 1916 e que, oficialmente, não recebiam a chancela de campeonato estadual. “Chegamos a mais de 100 campeonatos que estavam esquecidos no passado”, disse Rodolfo Kussarev, um dos autores do livro.

Profissionais que acompanham a história do Rio Branco discordam dessa transformação do Campeonato do Interior em Série A2.

O jornalista e historiador Gabriel Pitor lembra que o vencedor do torneio, à época, enfrentava o campeão da capital numa final estadual, denominada Taça Competência. Então, em sua opinião, o Campeonato do Interior não pode ser considerado uma segunda divisão paulista.

“Para quem olha de fora, foi uma decisão ótima. O Rio Branco ganhou dois títulos da Série A2. Olhando o contexto como um todo, é péssimo, porque desvaloriza os títulos de 1922 e 1923 do time bicampeão do Interior”, declarou.

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O também jornalista e historiador Claudio Gioria, autor do “Almanaque do Rio Branco – O embaixador de Americana”, pensa da mesma forma. Segundo ele, o Campeonato do Interior era a principal competição entre clubes fora da capital à época.

“A pesquisa feita para o livro é fantástica. Isso é fato. Mas não vejo sentido de unificações de torneios diferentes de épocas diferentes, apesar de achar que qualquer reconhecimento posterior serve para que torneios muitas vezes esquecidos e que foram importantes em suas épocas possam ganhar o seu devido lugar na história”, afirmou.

Torneio
Organizado pela Apea (Associação Paulista dos Esportes Atléticos), o Campeonato do Interior teve o Tigre como único bicampeão. Nas duas ocasiões, a equipe enfrentou o Corinthians na final estadual e perdeu ambos os jogos, por 5 a 0 e 2 a 1, respectivamente nessa ordem.

Naqueles anos, o Rio Branco contava com jogadores como Alfredo Vitta, Raphael Vitta, Paschoal Vitta, Aristides Pisoni, Luiz Fructuoso, José Conegundes (Carabina), João Oliveira Netto (Carrinho), João Cibin, Aurélio Cibin, Vergílio Braga, Alberto Machado, Augusto Américo, José Bortolato e Benedito Penteado (Ditinho). Nenhum deles está vivo atualmente.