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Americana, 147 anos

Tradicionais, clubes da cidade resistem

Após os dias de horror da pandemia, eles se preparam para reviver os tempos de glória

Por Luciano Assis

27 de agosto de 2022, às 08h28

Festas, encontros com os amigos, jogos e disputas esportivas. Assim era a vida dos associados que frequentavam os grandes clubes de Americana, principalmente nos anos 1970 e 80, auge dessas associações.

Após os dois anos de pandemia que são considerados o pior momento da história dos clubes americanenses, segundo os próprios presidentes, muitos sócios e diretores estão otimistas, pois acreditam que os anos de isolamento causaram uma maior vontade de se reunir e festejar a vida.

E o motivo para o otimismo tem sido os últimos eventos, que andam levando um público que há muito não se via. Conheça um pouco da história dos principais clubes da cidade.

FLAMENGO. Fundado em 1944, o Flamengo Futebol Clube nasceu do amor de um grupo de amigos pelo futebol. “Todos eles jogavam num campo de futebol em frente ao Hospital São Francisco, hoje substituído por uma praça. Esses amigos começaram a discutir suas ideias e o futuro do Flamengo em um boteco na famosa Vila dos Galos, dando origem à denominação Bar Flamengo. Ali, então, se tornou a sede provisória do clube, onde, por muitos anos, reuniam-se atletas e diretores”, conta Mauro Borgatto, atual presidente do Clube Flamengo.

Baile de Carnaval no Flamengo, em 2019; os eventos sociais atraem sócios e convidados ao clube – Foto: Divulgação

O auge de associados do Flamengo foi em tempos recentes, entre 2017 e 2019, quando atingiu a marca de cinco mil sócios cadastrados. “Antes disso, nos anos 1990, o local passou a ser palco de diversos shows em razão de seu grande espaço. Até Roberto Carlos chegou a cantar em suas dependências”, relembra Borgatto.

Mas mesmo após esse tempo, as festas de carnaval, juninas e o flashback se tornaram referência, recebendo até três mil pessoas por evento. “Nessas festas recebíamos tanto sócios quanto não sócios”, conta.

Hoje, o Flamengo conta com piscinas, escolinhas de futebol, balé, quadras e espaços de recreação. “Somos um clube familiar, apesar do grande número de sócios e das festas. Os associados se sentem bem, tanto as crianças quanto os idosos”, ressalta.

RIO BRANCO. O mais antigo clube de Americana foi fundado em 4 de agosto de 1913, completando 109 anos no início deste mês. Nos primeiros anos o clube, fundado por João Truzzi, chegou a receber o nome de Sport Club Arromba. Em 1961, passou à denominação que prevalece até hoje, de Rio Branco Esporte Clube.

O Baile Honolulua continua sendo um dos principais e melhores eventos sociais do Rio Branco – Foto: Divulgação

Para o atual presidente do Rio Branco, Gilson Bonaldo, o auge do clube ocorreu durante os anos 1990, quando chegou a ter 13 mil associados. “Tivemos grandes eventos nessa época, como os inesquecíveis bailes de carnavais, baile do Havaí, o nosso famoso Honolulua, bailes country, eventos com a família, como o do Dia das Crianças, e grandes bailes de aniversários do clube”, conta.

O início do século não foi dos melhores para o Rio Branco, que começou a acumular dívidas logo depois. Mas as coisas foram se revertendo aos poucos, segundo Gilson Bonaldo. “Fizemos um trabalho de resgate com muito comprometimento, dedicação e paixão, passando por saneamento nas áreas administrativa e financeira, reformas, manutenção e atualizações nas sedes do clube, oferecendo conforto, espaços com várias opções de lazer, academia moderna, complexo de piscinas com toboágua, espelho d’agua e ambiente próprio para bebês e crianças pequenas”, enumera o mandatário do Rio Branco.

Atualmente, as festas mais concorridas do Rio Branco são o Baile Honolulua, que voltou a ocorrer após muitos anos, e eventos como festa das crianças, almoços com feijoada e costela de chão, além de festa junina. “Nosso perfil de associados são pessoas que buscam lazer, conforto, respeito, aconchego e, acima de tudo, bem-estar e comunhão”, exalta o presidente.

VETERANOS. A origem do Clube Veteranos é cheia de lendas. A mais difundida afirma que ele nasceu de um grupo de empresários que jogavam cartas aos finais de semana. Mas o que é certo é que ele foi fundado em agosto de 1967 e teve como primeiro presidente o empresário Abdo Najar, um dos jogadores.

A sede social do Veteranos, na Avenida Paulista, continua sendo palco para eventos – Foto: Arquivo – Liberal

No último dia 6 de agosto, uma grande festa comemorou os 55 anos do clube, reunindo 1.300 pessoas. “Vivemos um momento muito bom neste pós-pandemia. As festas que realizamos neste ano estão tendo grande público e bons lucros”, informa Denilson N. Rossato, atual presidente do Veteranos.

Mas nem sempre foi assim. Há alguns anos o clube passou por dificuldades e falta de dinheiro para fechar as contas. “Pegamos salários atrasados e lutamos muito para colocar a casa em ordem. Quando tudo estava entrando nos eixos, veio a pandemia. Cheguei a pensar que iriamos ter que fechar. Mas a tempestade passou e estamos bem”, confessa Rossato.

Agora, o foco do Veteranos é voltar ao seu auge, nos anos 1980. “Nessa época, ter um título do Veteranos era ter uma joia rara. Aí vieram os condomínios, que passaram a oferecer o que os clubes ofereciam, e as pessoas começaram a optar por eles para ter diversão sem sair de casa praticamente”, relata o presidente. No entanto, o clube preserva muitas das características que deram a ele tanta fama. Em cinco mil metros de construção em sua sede campestre no bairro São Luiz, o Veteranos tem piscina semiolímpica, sauna e diversas aulas de dança e esportes. Já em sua sede, no bairro Nossa Senhora de Fátima, o clube tem um enorme salão de festa. “É um clube como poucos existem atualmente. Tenho muito orgulho de ainda ser sócio dele”, elogia Antonio Carlos Quaino, de 73 anos, um dos mais antigos sócios do Veteranos, que tem sua carteirinha emitida em 1974.

CLUBE DO BOSQUE. Fundado em 1964, o Clube do Bosque nasceu da ação de um grupo de amigos ligados ao Rotary Club. O terreno para o sonho veio de uma doação da família Faraone.

Dependências do Clube do Bosque; desafio da diretoria é manter vivo o espírito do espaço – Foto: Divulgação

O atual presidente, Valmir Rigue, é sócio do Clube do Bosque há 30 anos e afirma que tem como grande desafio manter vivo o espírito do espaço, que ocupa lugar privilegiado na região da Avenida Brasil. “Hoje em dia existem condomínios que são verdadeiros clubes. Então, além do trabalho de revitalização constante, estamos incentivando os sócios a frequentarem e terem uma maior socialização”, destaca Rigue.

O ex-presidente do Clube do Bosque, Pedro Álvaro, destaca que o fim da pandemia tem contribuído muito com essa socialização. “Acho que todo mundo passou a querer se ver, viver uma maior aproximação física”, observa.

Um dos sócios mais antigos é o aposentado Fernando Macedo, 88, que é associado desde 1968. Para ele, o auge do Clube do Bosque se deu nos anos 1970. “Mas hoje o clube continua em ascensão, investindo em melhorias de quadras e demais espaços”, elogia Macedo.

Os tradicionais jantares dançantes, o Baile da Primavera e a Feijoada do Bosque são as principais e mais esperadas festas.

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