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MEIO AMBIENTE

Paisagens naturais: atração para ciclistas

Convívio com outros ciclistas, bem-estar e consciência ambiental estão entre os benefícios

Por Isabella Holouka

05 de junho de 2022, às 09h57

Vento no rosto, olhos no horizonte, passarinhos e ar puro. A quantidade de ciclistas na região se multiplicou após o início da pandemia da Covid-19 e as bicicletas permitem acesso a paisagens naturais antes pouco conhecidas. Mais do que pura e simples atividade física, o pedal proporciona contato com a natureza, com outros ciclistas e pequenos empreendedores pelo caminho, possibilitando dias de aventura e bem-estar, além de mais consciência ambiental.

De Americana, o comerciante de 48 anos Rudnei Pompermayer pedala desde 2007. Pirapora do Bom Jesus, Santos e Joaquim Egídio já foram cenários de seus passeios. Durante a pandemia, decidiu comprar bicicletas para a esposa Deise e os filhos, Pedro e Laura, que hoje tem 10 e 4 anos. Os passeios em família são aos domingos pela manhã, nas estradas de terra em meio aos canaviais na região da Avenida Cillos.

Durante a pandemia, Rudnei, que pedala desde 2007, decidiu comprar bicicletas para a esposa Deise e os filhos, Pedro e Laura – Foto: Arquivo Pessoal

“Pegamos um trecho rural da cidade, onde é mais gostoso pedalar, sem movimento de carros. Com as crianças, redobramos os cuidados. Elas ficam bastante motivadas, a pequenininha principalmente. Ela vai se divertindo, olhando cavalos, passarinhos, árvores. Tudo o que ela vê, vai falando, tudo impressiona. Na escola, na segunda-feira, ela fala para todo mundo que pedalou”, conta o comerciante, que fez uma adaptação com meia bicicleta para a filha mais nova acompanhar os passeios.

Começar a semana com uma trilha de 3 a 4 horas no domingo é revigorante, e até o barro e a sujeira fazem parte desta alegria, aponta Maria Fernanda Grecco Meneghel, industriária de 52 anos, de Americana.

Ciclista há cerca de um ano e meio, tendo como motivação inicial a saúde, ela também pedala com familiares e amigos — que costumam compartilhar entre si as rotas feitas na região. Assim, já conheceu campos de girassóis, as trilhas do Cruzeiro, em Sumaré, e os caminhos que levam até o bairro Tatu, em Limeira, por exemplo.

José Luiz, o Pé Meneghel, e Maria Fernanda: campo de girassóis já esteve entre os destinos – Foto: Arquivo Pessoal

“A bicicleta une as pessoas, traz vontade de estarmos com a natureza, liberdade. As árvores, o verde, olhar para os pássaros, as flores, faz muito bem para a gente. Respiramos fundo e sentimos uma felicidade, nos sentimos com Deus. É para todos, desde o pequenininho até a pessoa que tem mais idade, e desde a pessoa que está super em forma até quem não está tão em forma ainda, mas está buscando esse bem-estar”, comenta Fernanda, que ressalta ainda a importância econômica das rotas de ciclismo e do turismo rural, que têm se fortalecido na região.

CACHOEIRAS. O engenheiro de produção Fernando Aviz Martinez, de 27 anos, de Santa Bárbara, indica rotas até as três cachoeiras do bairro de Santo Antônio Sapezeiro, as trilhas do Horto Florestal de Tupi, em Piracicaba, e o Morro Azul, em Iracemápolis. Fundador do Nova Rota Clube de Ciclismo, que tem cerca de 30 membros, ele sugere o Wikiloc, mídia social colaborativa em que os membros compartilham informações de trilhas no mundo todo.

Fernando no Horto Florestal de Tupi, em Piracicaba – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

Questionado se o ciclismo na natureza contribui para a consciência ambiental, Fernando afirma perceber uma via de mão dupla: Quando a quantidade de ciclistas aumentou, as rotas naturais passaram a ser mais frequentadas, com caminho mais demarcado e mais lixo, trazendo prejuízo ambiental; por outro lado, a convivência em grupos e na natureza aumentam as iniciativas de cuidado do meio ambiente.

“Com as bikes, temos uma fuga da cidade, conhecemos lugares muito próximos, interessantes e acessíveis, aonde não iríamos se não estivéssemos de bicicletas. Com o tempo, as pessoas passam a querer cuidar desses lugares, preservar, porque sabem que existem”, finaliza.

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