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Museu

MAC recebe exposição de 3 artistas sobre a infância

Trabalhos de artistas americanenses refletem traumas nascidos na infância

Por Marina Zanaki

18 de dezembro de 2022, às 07h58 • Última atualização em 18 de dezembro de 2022, às 07h59

O MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Americana recebe a exposição “Canções de ninar abusos cotidianos”. Reunindo trabalhos de três artistas americanenses, a mostra faz provocações sobre a infância. A visitação foi aberta ontem (16) e segue até 10 de fevereiro. A entrada é gratuita.

A exposição tem trabalhos dos artistas Jean Victor, Matheus Souza e Higor Brunieri. A curadoria é da mestre em artes visuais Júlia Stradiotto. A ideia de organizar a mostra surgiu a partir de uma conversa entre os quatro, que identificaram uma visão parecida sobre a infância, e descobriram que o tema estava presente nos trabalhos que vinham produzindo.

Os artistas Jean Victor, Higor Brunieri e Matheus Souza e a curadora mestre em artes visuais Julia Stradiotto – Foto: Marcelo Rocha / Liberal

“A infância traz as nossas melhores experiências, forma nossa base para a vida toda. Mas também tem as violências mais brutais. São extremos, os melhores e piores momentos da vida são na infância”, justificou Jean.

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O nome da exposição remete às canções de ninar, que buscam embalar para o sono, mas cujas letras são sombrias, segundo Júlia. Ela explicou ao LIBERAL que as obras passam por uma cronologia que começa nos primeiros anos, segue para a infância e vai até a pré-adolescência.

“Conversando com os artistas, percebemos a infância que queríamos trazer. O primeiro pensamento foi que ela não é glamourizada, tem pequenos abusos que todo mundo passa e às vezes ficam esquecidos, mas são traumas que nós carregamos”, explicou a curadora.

OBRAS
O artista Jean Victor não mora mais em Americana, mas destacou a importância de expor seus trabalhos em sua cidade natal e onde passou a infância.

Ele assina a série “Trauminha” e na escultura “Siamesas”, que retratam os primeiros anos de vida. “Os trabalhos surgem de um conflito íntimo. Essa figura está condenada por estar ali naquela situação, presa a outro corpo, que é dela, mas não é”, declarou o artista sobre a escultura.

Matheus Souza traz em “Batminho” e “Bat-mirim”, duas pinturas que trabalham um efeito de distorção em fotografias de infância. “Essas duas pinturas remetem ao herói, a uma figura salvadora, que é uma ideia infantil. Se olharmos para o contexto político nos últimos anos, essa busca pelo herói talvez reflita um pouco disso”, afirmou o artista.

A pintura “You are not I”, de Higor Brunieri, retrata a descoberta da individualidade e da sexualidade. Para Júlia, a obra também pode ser analisada a partir do livro “Alice no País das Maravilhas”, com a pergunta feita pela lagarta à personagem principal.

“No meu trabalho, é como se fosse um pré-adolescente gritando de um jeito raivoso, buscando se diferenciar da família, do primeiro namorado, entender que aquela pessoa não é você”, declarou Higor.

“Canções de ninar abusos cotidianos” pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. O MAC está no CCL (Centro de Cultura e Lazer), que fica na Avenida Brasil, número 1293, Jardim São Paulo.

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