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Cultura na região

Escola de dança tem dividido alunos em aulas presenciais e virtuais

Voltando gradualmente às aulas presenciais, escolas, professores e alunos de dança relatam dificuldades e superações no ensino remoto

Por Isabella Holouka

20 de setembro de 2020, às 09h20 • Última atualização em 20 de setembro de 2020, às 09h21

A escola Twist Dança, em Americana, vem realizando aulas híbridas, com transmissão simultânea pelo Zoom - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal

Parar de dançar devido à pandemia esteve fora de cogitação para a estudante Marina Borelli, de 14 anos, que se dedica às aulas de jazz dance e ballet clássico há quatro.

Enquanto se adapta à nova rotina no retorno gradual às aulas presenciais da escola de dança que frequenta, a Twist Dança, em Americana, ela reflete sobre a importância desta arte em sua vida.

“Não pensei em parar nesse período porque dançar me deixa muito calma, é algo que eu faço que me deixa feliz, me faz esquecer de tudo o que está acontecendo”, contou ao LIBERAL. “Esse momento foi muito importante para a gente ver o que realmente têm valor. E eu percebi que se eu não dançasse me faria muita falta”, disse ainda.

Marina está entre os alunos que comemoram a possibilidade de voltar às academias de dança, devido à última flexibilização do Plano São Paulo, do governo estadual.

Mas segundo Eliane Favarelli, dançarina e fundadora da Twist Dança, a tendência é que os alunos, sejam crianças ou adultos, continuem se dividindo entre as aulas online e presenciais. Por isso, a saída da escola é a realização de aulas híbridas, com transmissão simultânea pelo Zoom, que é projetado na parede da sala para que os alunos vejam uns aos outros – mesmo que digitalmente.

“Temos pessoas online e poucos no presencial. As aulas na academia são com distanciamento, todos de máscara e higienização antes e após as aulas. Também medimos temperatura e damos proteção para os sapatos. E fazemos aulas ao ar livre, em praças”, explica Eliane. “É uma nova rotina”, resume.

Apesar da desistência de alguns – principalmente devido aos riscos de contaminação ou à crise financeira – outros seguiram firmes. Houve até quem procurasse a escola durante a pandemia, com certeza no desejo de dançar. “Aquelas pessoas que gostam e se dedicam à atividade são mais firmes no compromisso”, afirma Eliane. Quanto aos tradicionais espetáculos, que motivam muitos estudantes e famílias, ela explica que a escola tem optado por vídeo-danças, gravadas em casa ou ar livre, que são compartilhadas pelas redes sociais da Twist Dança.

Nova dinâmica. A experiência de ensinar dança através de telas e aplicativos, experimentada nos últimos cinco meses, foi completamente nova para a dançarina e professora de jazz dance Kely Gouveia, da Ballet-Art Sandra Godoy, em Americana – que também iniciou a retomada gradual das aulas presenciais na última semana. “Como professora eu gosto de observar e corrigir. Mas precisei mostrar mais para os alunos conseguirem visualizar as ideias e o que poderia e deveria ser feito”, diz.

A professora cita como dificuldades no ensino de dança remoto o acesso à internet e equipamentos para chamadas de longa duração, a inadequação dos espaços caseiros e até a falta de liberdade ou apoio que alguns podem ter para praticar em casa.

“Em contrapartida, eu tive alunos que não moravam mais na cidade, mas conseguiram fazer aulas neste período. E outros que curiosamente evoluíram, o que eu acho que tem um pouco a ver com a intimidade da casa. Eu senti as pessoas muito soltas, e que se mantiveram unidas”, afirma Kely.

Para os dançarinos que desejam fazer da dança profissão, ela lembra as oportunidades de aulas com profissionais que são referência no Exterior, em casa e por meio de lives, durante a quarentena. “Como artista e professora, eu acho que ampliamos o nosso leque de possibilidades, saindo da nossa zona de conforto, tendo que pensar em um novo momento, sem um contato quente e próximo, mas começando a aprender e utilizar melhor recursos como o vídeo”, conclui.

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