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Cultura na região

Colecionadores de histórias

No Dia do Livro, comemorado neste sábado, conheça grandes acervos particulares de moradores da região

Por Marina Zanaki

23 de abril de 2022, às 07h56 • Última atualização em 23 de abril de 2022, às 08h00

Aposentado Fabio Di Giorgi, de 73 anos, junto com sua esposa, Ana Lucia Hernandez Di Giorgi, 72 anos, construiu um acervo com cerca de três mil exemplares - Foto: Marcelo Rocha - O Liberal.JPG

“O livro se assemelha a um quadro que está na parede e você não cansa de olhar, sempre que passa por ele sente alguma emoção. Embora não seja bonito, o livro tem uma beleza interna. Tem livros que você quer perto como se fosse um companheiro que te deu uma contribuição grande na vida, foi importante e você se sente grato”.

A reflexão é do aposentado Fabio Di Giorgi, de 73 anos, que junto com sua esposa, Ana Lucia Hernandez Di Giorgi, 72 anos, construiu um acervo com cerca de três mil exemplares, divididos em vários espaços. Na estante dos moradores de Americana, há a obra completa do dramaturgo William Shakespeare e clássicos como Virginia Woolf, Marcel Proust e William Faulkner, além de livros de biologia, sociologia, filosofia e política.

No Dia do Livro, comemorado neste sábado, a professora aposentada Ana Lucia defende a importância de estimular o hábito desde cedo. “Mesmo um livro considerado adulto ou difícil pode ser transformado para uma criança ou jovem, usando para isso vários tipos de linguagens. É um trabalho muito importante e que precisa ser feito nas escolas. A história, mesmo que oral, incentiva a criança a ler”, argumenta Ana.

A contadora de histórias Carmelina de Toledo Piza, de 60 anos, de Piracicaba, leva para as pessoas a literatura que marcou sua vida desde a infância. Ela se lembra do primeiro livro que comprou: o infanto-juvenil “Meu pé de laranja lima”, de José Mauro de Vasconcelos.

De lá para cá, ela acumulou os mais de mil exemplares que estão espalhados pela casa, organizados tanto em uma tradicional estante quanto em lugares inusitados, como nos degraus da escada e no banheiro. “Tenho que olhar pedaço por pedaço para encontrar o que quero, mas como sei o tamanho do livro, tenho uma ideia de onde está”, contou Carmelina, que também é escritora e ilustradora.

COLEÇÃO. A relação afetiva com as histórias é um dos fatores que explicam a prática de colecionar livros. “Creio que as pessoas colecionam porque atribuem significado aos objetos que juntam. Com os livros não é diferente, elas criam uma lógica própria para suas organizações e as chamam de coleção”, opinou o estudante barbarense Lucas Medina Pascoal, 16 anos, que possui uma página no Instagram sobre a formação de leitores no País, o @livrosque_falam.

Ao lado de outras alunas, ele pesquisa o tema dentro do PIBIC-EM (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio) na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). “A formação do leitor depende, segundo a Unesco, em primeiro lugar da atuação da família. Depois vem a escola, o preço do livro e seu valor simbólico”, citou o estudante.

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