Editorial
Redesenho partidário
O “fechamento do mercado” não encerra o redesenho da política local, mas certamente é o primeiro indício do que o eleitor terá para escolher no dia 6 de outubro
Por Redação
14 de abril de 2024, às 07h00 • Última atualização em 14 de abril de 2024, às 10h10
Link da matéria: https://liberal.com.br/colunas-e-blogs/redesenho-partidario/
Mirando as eleições de outubro, o fim da janela partidária provocou grandes mudanças na composição das câmaras de vereadores na RPT (Região do Polo Têxtil). Em relação ao início das atuais legislaturas, que começaram em 2021, dos 87 parlamentares, 58 trocaram de partido.
A divisão dos parlamentares entre as siglas sofreu forte influência da polarização política que se formou nos últimos anos, especialmente durante as eleições presidenciais. Conforme o LIBERAL mostrou na última semana, houve uma guinada, por exemplo, de partidos como o PL e o PSB, dois dos que mais ganharam força – ao menos numericamente – no contexto regional. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, cresceu de 9 para 12 parlamentares filiados. Já o Partido Socialista Brasileiro viu sua base aumentar de três para sete.
Apesar de não apresentar oscilações nas suas cadeiras, o PSD, capitaneado por Gilberto Kassab, se manteve como um dos partidos com mais vereadores eleitos na RPT. São 11, o que faz dele a segunda legenda mais forte, numericamente, na região.
Por outro lado, a janela partidária – ou a chamada “janela da infidelidade” – fez minguar partidos tradicionais da política local. O caso mais significativo deles foi o do PSDB. Outrora protagonista das prefeituras e dos parlamentos, os tucanos hoje só detêm uma cadeira, em Sumaré.
Os sinais já vinham ocorrendo há tempos, com cisões e celeumas internas que corroeram o tucanato em todos os âmbitos – dos diretórios municipais aos quadros do alto escalão. Em Americana, por exemplo, já se cogita sequer a formação de uma chapa de candidatos a vereador. Débâcle total.
O “fechamento do mercado” não encerra o redesenho da política local, mas certamente é o primeiro indício do que o eleitor terá para escolher no dia 6 de outubro. Ideologias à parte, o grande objetivo do vaivém partidário é um só: conquistar o maior número de votos.
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