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Crime da Mega-Sena

Moradores de Santa Bárbara participaram de morte de ganhador da Mega-Sena, diz polícia

Polícia prendeu suspeito considerado mentor e mais perigoso do crime; ele tinha passagem por homicídio, roubo, furto, corrupção e estelionato

Por Maria Eduarda Gazzetta e João Colosalle

17 de setembro de 2022, às 18h17 • Última atualização em 18 de setembro de 2022, às 14h28

A Polícia Civil divulgou neste sábado que quatro moradores de Santa Bárbara d’Oeste estão entre os envolvidos na morte do ganhador da Mega-Sena, em Hortolândia, na última quarta-feira. Um homem com passagem por homicídio, considerado o suspeito mais perigoso e mentor do crime, foi preso. Outros três são considerados foragidos.

Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, morreu após ser encontrado ferido na alça de acesso da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101) para a Rodovia dos Bandeirantes (SP-348), em Hortolândia. Ele, que ganhou R$ 47 milhões na Mega-Sena, em 2020, foi alvo de bandidos que tentaram roubá-lo a partir de transferências bancárias.

Os alvos da polícia são Rogério de Almeida Spínola, de 48 anos, único preso até o momento, que nega participação; Marcos Vinicius Sales de Oliveira, o Vini, de 22; Roberto Jeferson da Silva, o Gordo, de 38; e Samuel Messias Pereira Batista, transexual de 24 anos que se identifica como Rebeca. Todos tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça.

Jonas tinha 55 anos e chegou a ser socorrido, mas não resistiu – Foto: Reprodução / Facebook

A delegada da Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais) de Piracicaba, Juliana Ricci, afirmou que Luquinhas, como a vítima era conhecida, foi arrebatado por volta de 6h20 de terça-feira, a poucos metros da casa onde morava, no bairro Jardim Rosolém, na periferia de Hortolândia.

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No crime, foram usados dois veículos. Uma caminhonete Chevrolet S10 serviu para o rapto do milionário. Já um Ford Fiesta foi utilizado para, além do rapto, ir até uma agência da Caixa Econômica Federal em Campinas cerca de duas horas após o arrebatamento – cena flagrada por câmeras de segurança.

Suspeito usa cartão de ganhador da Mega-Sena para fazer transferências – Foto: Reprodução

No banco, foi Vini quem utilizou o cartão do banco de Jonas, com a senha, para habilitar um aplicativo e fazer dois saques e uma transferência que somaram R$ 20,6 mil. Parte do valor, R$ 18,6 mil, teria sido enviado para uma conta em nome de Rebeca, segundo a polícia. Os bandidos também tentaram uma transferência de R$ 3 milhões para uma conta de uma empresa, que foi frustrada pelo banco.

“Ele era um milionário que continuou tendo uma vida simples”, comentou a delegada, que acrescentou. “Foi usada extrema violência para conseguir os dados bancários, como a senha”.

As investigações estimam que Luquinhas foi deixado na rodovia na noite da terça, desfalecido. Na manhã seguinte, foi encontrado por socorristas da Autoban, concessionária responsável pela Rodovia dos Bandeirantes, com sinais de espancamento. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O enterro ocorreu nesta sexta.

Quem eram os suspeitos

Em coletiva realizada neste sábado, delegados negaram que houvesse, a princípio, relação entre os criminosos e a vítima. Mas a polícia diz acreditar que os bandidos sabiam das condições financeiras de Luquinhas, que, segundo vizinhos, não escondia ser ganhador do prêmio da Mega.

Na manhã deste sábado, mandados de prisão temporária e de busca e apreensão foram cumpridos em Santa Bárbara – a polícia não revelou os bairros. Os investigadores procuram agora por Vini, Gordo e Rebeca. Os dois primeiros eram os responsáveis pelo Fiesta e pela S-10 usados no crime.

Vini já teve envolvimento com casos de estelionato e receptação e deixou a cadeia em setembro de 2021. Já Rogério tem uma ficha criminal extensa e respondeu a processos por homicídio, roubo, furto, estelionato e corrupção. Segundo a polícia, ele cumpriu ao menos 15 anos de prisão e estava solto desde dezembro do ano passado. Gordo e Rebeca não têm antecedentes criminais.

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