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Evento beneficente

Guarda Municipal encerra live solidária após denúncia em Santa Bárbara

Evento já havia arrecado duas toneladas de alimentos, quando uma denúncia de aglomeração levou a GCM ao local

Por Leonardo Oliveira

20 de junho de 2020, às 15h14 • Última atualização em 20 de junho de 2020, às 17h08

Uma live solidária promovida pelo Projeto Dividir e Multiplicar foi encerrada na noite desta sexta-feira (19) após uma intervenção da GCM (Guarda Civil Municipal) de Santa Bárbara d’Oeste.

Uma denúncia foi feita à corporação de que havia aglomeração de pessoas e som alto em um salão do Distrito Industrial, onde a iniciativa era realizada.

Evento conseguiu arrecadar duas toneladas de alimentos para doação, mas foi interrompido após denúncia – Foto: Reprodução / Youtube

A transmissão começou às 20 horas e arrecadou cerca de duas toneladas de alimentos, segundo a organização, quando guardas chegaram ao local para dispersar as pessoas que trabalhavam nos bastidores. Todo o alimento é destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social em Americana.

Em nota, a Guarda Municipal informou que foi até o evento após receber uma denúncia.

 “No local havia também o funcionamento do bar e comercialização de bebidas. O estabelecimento não tinha alvará de funcionamento. Diante disso, os responsáveis foram devidamente orientados e o evento encerrado”, diz o comunicado enviado ao LIBERAL.

A administração do Bali Club, local onde a live foi feita, rebateu a informação divulgada pela corporação barbarense. Por meio de nota, alegou ter todos os documentos necessários para funcionar e disse que não comercializou comidas e bebidas.

Acrescentou ainda dizendo que no local não houve aglomeração, que havia somente funcionários, produção e músicos, e que todos estavam cumprindo as determinações sanitárias. (confira a nota na íntegra ao final do texto).

O Projeto Dividir e Multiplicar foi criado há cerca de oito anos em Americana e tem o trabalho voltado para ajudar as entidades assistenciais da cidade.

A primeira live do evento, promovida em Campinas, arrecadou 46 mil toneladas de alimentos, 18 mil máscaras e 960 frascos de álcool em gel, além de cobertores.

Nesta sexta-feira, o segundo evento criado era uma Live de Arraiá. “O objetivo, já que as pessoas não podem sair de casa, era poder levar o arraiá para a casa das pessoas. A ideia do projeto era poder amenizar a saudade da galera. Foram seis artistas que vieram sem custos nenhum”, disse um dos organizadores, o produtor de eventos Allan Ribeiro, de 30 anos.

Os internautas que assistiam a live podiam comprar comidas típicas de festa junina e receber em casa, através do sistema delivery.

Também podiam ajudar doando alimentos. Segundo Allan, além dos mantimentos, foram arrecadados mais de R$ 10 mil para auxiliar a custear a logística do evento.

Os colaboradores da iniciativa estavam cumprindo as medidas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus (Covid-19), diz o produtor.

“No espaço que a gente estava fazendo a live estava todo mundo com máscaras, álcool em gel, respeitando as normas. Pessoas trabalhando na cozinha, motoboy, músicos, em um espaço muito grande, de 600 metros quadrados”, defendeu.

CONFIRA NA ÍNTEGRA A NOTA ENVIADA PELO BALI CLUB

O Bali Club vem por meio desta esclarecer que casa apoia toda e qualquer ação social e que praticar solidariedade faz parte dos princípios dos sócios proprietários do empreendimento. O Bali Club possui todo o suporte legal e documentação exigida pela Prefeitura Municipal, desde AVCB (laudo do Corpo de Bombeiros), bem como o habite-se e alvarás.

No ato “fiscalizatório”, a Guarda Municipal exigiu a “liberação provisória” para a realização da live. E como essa liberação não foi solicitada pela organização da live beneficente, a mesma acabou cancelada.

O Bali Club não tem nenhum vínculo com a live, apenas cedeu o espaço sem qualquer custo ou ônus aos idealizadores como já aconteceu em outras cidades.

O Bali Club não comercializou comidas e tampouco bebidas. Alimentos e bebidas típicas juninas estavam sendo vendidas no sistema delivery por um terceiro com renda integral ao projeto.

Desde o início primamos por toda a segurança (máscaras e álcool em gel) e de distanciamento com as pessoas envolvidas na produção. No local, que é amplo, estavam apenas funcionários, produção e músicos. Sem aglomeração e todos orientados e conscientes.

O Bali Club se solidariza com a live e com as pessoas em vulnerabilidades e, apesar da ação intimidatória, sempre acata a lei.

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