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Caso Lorena

Ex-PM pega 30 anos por feminicídio de balconista em Santa Bárbara

Carlos Alberto Ribeiro foi condenado a pena máxima pelo homicídio de Lorena Pessoa, ocorrido em setembro de 2017, em Santa Bárbara d’Oeste

Por Walter Duarte

07 de junho de 2019, às 07h46 • Última atualização em 07 de junho de 2019, às 07h52

O ex-policial militar Carlos Alberto Ribeiro foi condenado nesta quinta-feira a 30 anos de prisão pelo feminicídio da balconista Lorena Aparecida dos Reis Pessoa, de 29 anos, ocorrido em setembro de 2017, em Santa Bárbara d’Oeste. A pena aplicada a ele é a máxima prevista no Código Penal.

Ela foi morta com sete tiros na casa onde morava na Vila Aparecida. Logo após o crime, ele se entregou em uma companhia da PM. Preso em flagrante, ele acabou expulso da corporação durante o processo.

Foto: Walter Duarte / O Liberal
Carlos Alberto durante julgamento ontem

Apesar de casado, ele manteve por anos um relacionamento amoroso com a vítima. Lorena teria descoberto a relação de Carlos com a esposa somente ao entrar com um processo na Justiça para que ele reconhecesse a paternidade do filho. Segundo a denúncia do Ministério Público, ela tentou romper com Ribeiro, que não aceitou.

A defesa dele alegou durante o julgamento que se tratada de um homicídio “privilegiado”, que é aquele cometido por um indivíduo sob o domínio de “violenta emoção”. Em seu interrogatório, o réu disse que Lorena ameaçou uma de suas filhas durante uma discussão.

Já a promotoria apontou que o assassinato foi premeditado, já que o réu saiu de São José do Rio Preto – onde morava – para Santa Bárbara armado, com muita munição e roupas no carro para uma eventual fuga.
Após os debates, os jurados reconheceram que se tratava de um caso de homicídio “quadruplamente” qualificado, cometido por motivo torpe, meio cruel, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e em condições de violência doméstica.

Foto: Facebook / Reprodução
Lorena Aparecida dos Reis Pessoa foi morta com sete tiros na casa onde morava na Vila Aparecida, em Santa Bárbara

A promotoria ainda pediu que a pena fosse agravada por premeditação e por ele ter usado no crime a arma da polícia. A defesa pode recorrer da decisão, mas ele não poderá aguardar esse recurso em liberdade, já que respondeu preso à ação penal.

O advogado Alex Sandro Ochsendorf, responsável pela defesa do ex-PM, disse que vai pedir a anulação do julgamento. “Na minha opinião, os jurados decidiram de forma manifestamente contrária às provas dos autos”, disse.

A vigilante Priscila Pessoa, irmã de Lorena, disse que a família ficou aliviada com a condenação e com a pena fixada. “Tínhamos medo de ele não ser condenado da forma como deveria. Agora podemos criar o meu sobrinho [filho de Lorena] sem medo”, declarou.

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