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ELEIÇÕES 2024

Eliel Miranda quer escola ‘cívico-militar’ sob a tutela da Guarda em Santa Bárbara

Intenção é aproveitar autonomia que a cidade tem no ensino fundamental e criar uma lei municipal; proposta foi apresentada na sabatina do Grupo Liberal

Por Gabriel Pitor

17 de setembro de 2024, às 08h00 • Última atualização em 17 de setembro de 2024, às 08h03

Ainda que o programa estadual de escola cívico-militar tenha sido suspenso pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), o candidato a prefeito de Santa Bárbara d’Oeste, Eliel Miranda (PSD), quer implementar um modelo semelhante, sob a tutela da GCM (Guarda Civil Municipal), no ensino fundamental das unidades em que o município tem autonomia.

Eliel Miranda é candidato a prefeito de Santa Bárbara pelo PSD – Foto: Leonardo Matos/Liberal

O postulante ao Executivo barbarense apresentou a proposta no terceiro dia das sabatinas do Grupo Liberal, que foi transmitido nesta segunda-feira (16) nas rádios Zé (FM 76.3) e Gold (FM 94.7) e nas páginas do LIBERAL no Facebook e YouTube.

De acordo com Eliel, a intenção é aproveitar a autonomia que a cidade tem no ensino fundamental de algumas escolas. A guarda seria parceira no projeto, inclusive com a contratação de novos agentes, e o plano pedagógico seria revisado para adotar um formato próprio para esse modelo. Por fim, a ideia seria viabilizada por meio de uma legislação municipal.

O candidato do PSD, que integra uma chapa pura, é vereador desde 2021 e também já ocupou o cargo de secretário municipal de Segurança, Trânsito e Defesa Civil na gestão de Mário Heins (PDT). Em 2022, na eleição para deputado federal, foi o terceiro mais votado entre os postulantes da região, com 50.875 votos.

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Confira abaixo os principais trechos da entrevista, que pode ser assistida na íntegra no site do LIBERAL. As sabatinas com os candidatos à Prefeitura de Santa Bárbara termina nesta quarta (18) e o entrevistado será Dr. José (União). A transmissão ocorre das 20h15 às 21h15.

LIBERAL | Se o senhor for eleito prefeito de Santa Bárbara, qual vai ser a sua primeira medida?

Nós precisamos revisar todos os contratos feitos pela prefeitura. Nós gastamos mais de R$ 4 milhões para cortar grama. Temos dificuldades na alimentação da merenda. Temos dificuldades, por exemplo, na questão do aterro sanitário. Atualmente, temos um contrato absurdo que leva os resíduos produzidos em Santa Bárbara para Americana, sendo que nós temos o Consórcio Santa Bárbara e já é pago. Vamos revisar todos os contratos desses 12 anos de uma gestão que administrou muito mal a cidade, tendo em vista o Tribunal de Contas [do Estado de São Paulo] reiteradamente rejeitar as contas desse grupo político.

LIBERAL | Nas eleições de 2022, o senhor recebeu 50 mil votos, mas apenas 3 mil vieram dos eleitores de Santa Bárbara. E em 2020, o senhor também foi apenas o 25º candidato a vereador mais votado, com 1.008 votos. O que tem sido feito desde então para aumentar sua popularidade na cidade a ponto de ser eleito prefeito?

Respeito muito quando você diz “apenas”, mas se um dia você for candidato e tiver um voto, você vai ver que é muito voto alguém acreditar em você. Eu vinha de 907 votos em 2016, aumentei para 1.008 na pandemia e para 3 mil em 2022. Foi uma crescente de alguém que não tinha recurso, que não era político, não tenho qualquer padrinho político. E o trabalho feito para deputado federal é porque eu tinha base fora da cidade. Foram 47 mil votos fora de Santa Bárbara, sendo 11 mil votos em São Paulo. Não é “apenas”, mas sim, foi uma crescente de votos para cargos distintos. O diálogo foi avançando e nesta eleição a minha missão é mostrar que sou a única via de renovação.

LIBERAL | O senhor hoje está mais alinhado a políticos de direita. Inclusive, tem trocado manifestações de apoio com Pablo Marçal, candidato a prefeito em São Paulo. No entanto, em 2011, o senhor chegou a se filiar ao PT. O que mudou desde então na sua visão sobre política? O senhor se considera de direita atualmente?

Nunca fui candidato pelo PT. Foi uma oportunidade e sou grato, porque a gente sempre precisa entender que a gratidão não prescreve. Pessoas ali me ajudaram e fiz um trabalho sensacional lá atrás, aos 28 anos, como secretário. A primeira vez que fui candidato foi pelo DEM em 2016, que já é centro-direita, e em 2020 pelo PSD, que é um partido de centro e eu sou centro-direita. As bandeiras que defendo hoje em relação ao armamento, em relação ao aborto, que sou totalmente contra, em relação a ser contra à liberação das drogas, mostram minha aproximação com o centro-direita e jamais com pessoas.

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LIBERAL | Mas candidato, então qual foi a sua motivação para se filiar ao PT em 2011?

Se você pesquisar o meu histórico, retorno como secretário de Segurança em fevereiro de 2011, sem partido algum. Internamente, nunca pensava que era dessa forma, mas começaram as pressões. Na época, o Antonio Mentor veio e disse ‘vem, se filia, nós vamos te apoiar, vamos te ajudar’. Naquele instante fui ajudado pelos Mentor no cargo de secretário e depois me desfiliei.

LIBERAL | O senhor promete construir um hospital público e implementar um Samu, medidas que envolvem altos custos de manutenção. Como pretende financiar essas obras e serviços sem comprometer o orçamento municipal? E seria mantido o aporte no Hospital Santa Bárbara?

Prometo o início da construção de um hospital público, não entregar o hospital público. Você tem aquilo que é imediato e aquilo que é ‘mediato’ [longo prazo]. Tenho o vice-governador Felicio Ramuth como amigo pessoal, que entregou na época da pandemia um hospital em 45 dias. O Hospital Santa Bárbara é filantrópico, não é do município. Não adianta falar que nós estamos reformando, não somos nós. O que Santa Bárbara faz é aumentar o repasse. O que eu prometo é o início da construção de um hospital público a longo prazo e isso envolve a escolha do terreno e a captação de recursos. Em relação ao Samu, é a organização do que hoje já existe. Você tem de fazer com que o emergencista tenha capacidade e equipamento.

LIBERAL | E isso tem viabilidade, candidato?

Total viabilidade. Santa Bárbara hoje tem uma ineficiência para [atrair] novas empresas. Nós temos para 2025 cerca de R$ 950 milhões em orçamento, precisamos aumentar isso. Quando a gente fala em início de construção é juntamente com a ideia de trazer recursos para aumentar essa fonte de custeio.

LIBERAL | No seu plano de governo, o senhor promete a implantação da escola cívico-militar. Seria por meio da lei estadual mesmo? Quais escolas poderiam ser contempladas? E como o senhor tem acompanhado esse imbróglio jurídico sobre essa lei, que está suspensa?

Nós temos no ensino fundamental uma autonomia do município. O termo que a gente coloca [cívico-militar] é porque é mais fácil de ser compreendido, mas pretendo fazer isso com a guarda. Dentro do nosso plano, a guarda vai dobrar o efetivo em quatro anos. Vamos ter essa parceria. Nós trataremos em legislação municipal como vai funcionar e a ideia é que possamos discutir dentro do que já existe. Quando se fala em escola cívico-militar, muitos já pensam de ficar indo lá marchar, prestar continência. É muito maior do que isso. É revisitar todo o plano pedagógico, que é uma das minhas falas dentro do plano de governo, e mudar todo o conteúdo programático, bibliografia para essa ideia que pretendemos. Um formato próprio para Santa Bárbara e que seja modelo para o Brasil.

LIBERAL | No seu plano de governo, o senhor fala em criar uma subprefeitura na zona leste. Há cidades maiores e mais populosas do que Santa Bárbara que não possuem estrutura assim. Por que a necessidade em Santa Bárbara?

Temos em Santa Bárbara, hoje, cerca de 200 mil habitantes. Tem gente que mora na zona leste e fala assim: quando vou para o Centro de Santa Bárbara, estou indo para Santa Bárbara, como se não morasse na cidade. Nós temos dois centros muito bem desenvolvidos. Você ter uma subprefeitura na zona leste significa colocar subsecretários, de cargos que já existem. É colocar fisicamente a possibilidade de acesso a esses serviços. O subprefeito será o vice-prefeito. A dificuldade que temos hoje, em um cargo de prefeito, é perder o link com a população.

LIBERAL | Como cumprir a promessa de reabrir o aterro sanitário, que está interditado desde 2022?

O atual prefeito falou que em 15 dias acreditava que iria resolver, mas já se passaram dois anos e nada. Nós faremos de forma transparente, dando satisfação para o povo que é, hoje, a maior dificuldade que temos. Na minha concepção, é só verificar o que precisa ser feito e fazer. Nos documentos da Cetesb [Companhia Ambiental do Estado de São Paulo] falta em omissão da prefeitura, de sequer responder.

LIBERAL | O senhor prevê a construção de um viaduto da Avenida Iacanga para a zona leste, inclusive, um projeto que envolveria a Prefeitura de Americana. Como seria esse viaduto?

Quem transita pela Avenida Iacanga, na intersecção com a Avenida Santa Bárbara, sabe a dificuldade que é, principalmente nos horários de picos. Já tenho o aval do vice-governador, que colocou o Estado à disposição para captar esse recurso, porque atenderia Americana, Santa Bárbara e envolve o próprio Estado. Ali é um polo gerador de trânsito absurdo.

Eliel foi sabatinado por jornalistas do LIBERAL nesta segunda-feira (16) – Foto: Leonardo Matos/Liberal

LIBERAL | No seu plano de governo, o senhor fala em revisar o plano de carreira dos guardas municipais. O que o senhor considera que precisa ser alterado? E por que não foi possível promover essa revisão quando o senhor era secretário?

O plano de carreira da guarda é de 2009. Quando ele foi produzido até entrar em vigor, eu já estava fora da secretaria. A primeira coisa que fiz como vereador foi uma comissão especial de inquérito sobre os planos de carreiras de todos os servidores. Nós precisamos revisar não só o da guarda, mas de todos, porque o da guarda o salário inicial é muito baixo. Nós conseguimos contratar três turmas, 60 guardas e mais de 20 já foram embora. A ideia da revisão é para que possamos dar condição de valorização para que o servidor fique na cidade.

LIBERAL | O senhor promete o tombamento do estádio do União Barbarense. Como fazer isso sem criar problemas jurídicos, uma vez que o estádio já foi arrematado em leilão?

Não podemos fazer a defesa econômica de quem comprou, temos de fazer a defesa do patrimônio histórico de Santa Bárbara. Não é uma promessa, eu faria tombamento histórico do União porque tem base jurídica para isso. O problema é qual parecer você vai pegar e quais riscos você deseja enfrentar. Nós não estamos fraudando, o que nós estamos dizendo é: pode continuar vendendo, é bom que se venda, mas as características não serão alteradas.

LIBERAL | Mas o arremate do leilão veio por conta das dívidas trabalhistas. Vamos supor que, com o tombamento, tenha a desistência da compra do estádio. Quem está com o crédito pendente não vai receber. A prefeitura não irá interferir nesta questão?

O tombamento histórico não custa ao munícipe. Não estou interferindo naquele que tem o direito de receber, não vamos interferir em algo que é privado. Tem muitos que talvez tenham interesse de vir e pagar essa dívida do União. Pode se tornar SAF [Sociedade Anônima do Futebol], empresa. A prefeitura não pode se envolver com isso, mas tenho de criar a oportunidade. É um patrimônio histórico. Se pensarmos apenas na parte econômica, então estamos dizendo que da onde viemos pouco importa perto do dinheiro que será produzido.

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