12 de maio de 2024 Atualizado 21:37

Notícias em Americana e região

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Região

Um dia após anúncio de Haddad, combustível sobe até R$ 0,65 em postos

Presidente de sindicato diz que distribuidoras estão praticando preços que correspondem a mais do que o dobro do previsto

Por Ana Carolina Leal, Lucas Ardito e Marcelo Rocha

02 de março de 2023, às 07h46

Um dia após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar a reoneração dos combustíveis, o preço do litro da gasolina comum subiu até R$ 0,65 nos postos de Americana e região. Quanto ao etanol, a alta chegou a R$ 0,40, de acordo com o Recap (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas), que abrange 90 cidades.

Presidente do sindicato, Emílio Martins disse que as distribuidoras estão praticando preços que correspondem a mais do que o dobro previsto, o que fez com que enviasse uma notificação de alerta para que revejam essas posições. “Temos esperança que essas distribuidoras façam os ajustes, mas se não fizerem vamos tomar as medidas cabíveis”.

Posto em Americana: economista prevê impacto de 0,35% na inflação de março – Foto: Marcelo Rocha / LIBERAL

O LIBERAL visitou, na tarde desta quarta-feira, 16 postos de combustíveis e observou que o o valor do litro da gasolina comum chegou a subir R$ 0,70 na comparação com a última pesquisa realizada pela reportagem em 16 de fevereiro.

Com a reoneração, a cobrança do PIS/Cofins e da Cide sobre a gasolina é de R$ 0,47 por litro. Considerada a redução de R$ 0,13 anunciada pela Petrobras, o impacto é de R$ 0,34 por litro. Para o etanol, o acréscimo é de R$ 0,02 por litro. Por uma questão ambiental, a gasolina, de origem fóssil, pagará mais impostos que o álcool. 

📲 Receba as notícias do LIBERAL no WhatsApp

Em Americana, o gerente de um posto na Rua José Bonifácio, no Centro, Luiz Araújo, disse que é uma situação complicada. “Toda vez que aumenta o preço, a gente tem prejuízo porque, hoje, o cliente olha muito o valor, mas deixa de lado a qualidade”. No estabelecimento em que ele trabalha, o valor do combustível foi alterado já nesta quarta-feira.

“Quando temos estoque, conseguimos segurar o reajuste por dois ou três dias, mas quando o produto já chega com o preço novo, não temos o que fazer a não ser passar para bomba”, afirmou.

Proprietário de um posto no São Vito, Gugliardo Ardito Junior acredita que o impacto não será só nas bombas. “A gente espera que o governo faça algum mecanismo para minimizar essa situação porque daqui a pouco a gasolina pode chegar a R$ 7 e isso vai provocar uma alta geral de preços”.

De acordo com ele, nos últimos dois dias a busca por combustível se intensificou e o envio do produto pelas companhias caiu, o que obrigou os postos a reajustarem os valores já nesta quarta-feira, uma vez que a mercadoria foi entregue com preço novo.   

Economista e professor da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas, Roberto Brito de Carvalho afirma que essa alteração nos preços dos combustíveis deve impactar, no mês de março, em torno de 0,35% na inflação. “Isso vai desencadear uma alta de preços em toda cadeia produtiva, mais especificamente nos produtos de varejo, por conta do custo do frete que deve aumentar”.

Origem do impasse – Assim que assumiu o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma MP (Medida Provisória) renovando os impostos zerados (PIS/Cofins e Cide) sobre combustíveis, que havia sido aplicada pela gestão Jair Bolsonaro até 31 de dezembro de 2022.

A MP zerou os impostos sobre diesel e gás de cozinha até o dia 31 de dezembro deste ano. Mas, para a gasolina, o etanol, o querosene de aviação e o GNV (Gás Natural Veicular), a redução valia apenas até a última terça-feira, 28 de fevereiro. A retomada dos impostos busca ajudar no equilíbrio das contas públicas.

Publicidade